PICICA: "Ha algum tempo, em Manaus, um renomado pesquisador tornou público que o chorume da lixeira da cidade vinha contaminando uma vasta extensão de um grande igarapé, que serve de lazer para os manauras. Nada aconteceu. Os órgãos fiscalizados emudeceram, e calados permaneceram. Em qualquer civilização onde as leis funcionam, os responsáveis estariam respondendo por seus crimes. A propósito, o que você sabe sobre as condições em que é processado o lixo da sua cidade?"
Lixo cresceu seis vezes mais que a população
Garrafas PET no lixo - Foto: Getty Images
Por Bruno Bocchini/Agência BrasilO Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.
Os dados, divulgados ontem (27), são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O levantamento aponta que a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos, montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg).
Veja também o infográfico A viagem do lixo, da NATIONAL GEOGRAPHIC
Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009.
O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009.
Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. "Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009", afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. "É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária", ressaltou o diretor.
Fonte: National Geographic Brasil
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