abril 30, 2011

Quarta literária com Thiago de Mello na Valer

PICICA: “Faz escuro, mas eu canto / Porque a manhã vai chegar”.


A Livraria Valer tem a satisfação de convidá-lo(a) para a Quarta Literária que acontecerá dia 04 de maio, no Espaço Cultural da Livraria Valer, situado na Av. Ramos Ferreira, 1195 – Centro. O evento tem início às 16h, com a exibição do filme O carteiro e o poeta. Em seguida, às 18h30, terá início a palestra sobre a obra Canto Geral, de Pablo Neruda, ministrada pelo poeta Thiago de Mello.

A Quarta Literária é um encontro mensal entre escritores, professores, estudantes e leitores, em que são discutidos temas ligados à literatura, às artes e a cultura em geral, firmando-se como um espaço para geração de novos conhecimentos e diálogo intelectual. Após as discussões há sorteio de livros e é servido o Chá Poético. Os encontros acontecem sempre na primeira quarta-feira de cada mês no Espaço Cultural Valer (altos da Livraria Valer) situado na Av. Ramos Ferreira, 1195 – Centro. A entrada é franca.
Promovida há doze anos pela Livraria e Editora Valer, a Quarta Literária de 2011 é especialmente dedicada aos clássicos da literatura com o ciclo de palestras intitulado Série Clássicos: Obras que mudaram o mundo. O ciclo é composto de dez palestras ministradas ao longo do ano sobre obras como Divina Comédia, de Dante, Dom Quixote, de Cervantes, Os Lusíadas, de Camões, Hamlet, de Shakespeare, entre outros. Neste ano, além das exposições e das palestras, serão apresentados documentários e filmes que abordam o tema do mês.
O encontro de maio acontecerá no dia 04, às 16h30, com a abertura da exposição “Amazônia” e exibição do filme O carteiro e o poeta. Em seguida, às 18h30, terá início a palestra sobre a obra Canto Geral, de Pablo Neruda ministrada pelo poeta Thiago de Mello. Haverá ainda a apresentação de Dois duetos de Mozart, com Enâ Wilson Reis Nogueira e Heloísa Judite Izel Costa, do Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua), alunos de Margarita Mihaylova Crthereva e Benício Helber Pinheiro de Barros, músicos da Orquestra Filarmônica do Amazonas.

Sobre a obra Canto Geral e seu autor Pablo Neruda

Canto Geral é uma obra atípica e representa uma reviravolta na poética de Neruda. O livro foi escrito em circunstâncias adversas, quando Neruda, sofria forte perseguição pela polícia do presidente chileno González Videla, sendo obrigado a transpor a Cordilheira dos Andes e refugiar-se no exterior. Lançado em 1950, o livro teve duas primeiras edições quase idênticas - uma oficial, e pública, no México; e outra, clandestina, no Chile. Obra de caráter enciclopédico, Canto Geral reúne os mais variados temas, gêneros e técnicas, dividindo-se em 15 seções e 231 poemas. O livro nasceu marcado pelo sofrimento, tendo o poeta testemunhado, por intermédio dele, o seu grande amor pelo Chile pelos povos oprimidos da América Latina.
Pablo Neruda nasceu em 1904, no Chile. Considerado um dos mais importantes poetas do século XX, estreou na literatura com apenas vinte anos, com a obra Crepusculário (1923). Por muito tempo, conciliou a vida literária com a diplomática: foi cônsul do Chile na Espanha e no México e embaixador chileno na França. Em 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e o Prêmio Lênin da Paz. Morreu em 1973. Em sua vasta obra destacam-se Residência na Terra (1933), España en el corazón (1937), Canto GeralCem sonetos de amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A espada incendiada (1970) e Confesso que vivi (1974). (1950),

Sobre o palestrante

Amadeu Thiago de Mello nasceu na cidade de Barreirinha, no Amazonas, em 30 de março de 1926. Refugiado no Chile foi quase fuzilado, mas sobreviveu à base de poesia. E dela vive até hoje, aos 85 anos. Thiago de Mello é tradutor de Pablo Neruda, T.S. Eliot, Ernesto Cardenal, entre outros. Pablo Neruda lhe disse certa vez: “Não facilita o trabalho do inimigo”. Essa indignação moral se deu quando Thiago viu a ditadura militar (1964-1985) depois de já ter vivido a ditatura de Vargas (1934-1945), no Estado Novo. Ficou espantado em ver o Brasil com outra. Foi quando escreveu o poema Os Estatutos do Homem, em resposta ao primeiro ato institucional do governo militar. Esse poema foi traduzido em mais de 30 línguas e continua mais vivo do que quando o escreveu. Em 1965, um verso seu foi usado numa passeata depois da morte de um estudante no Rio de Janeiro. O verso era o seguinte: " Anos mais tarde Thiago foi jogado numa cela do Quartel da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Estava abatido. Era uma solitária: um quartinho apertado e muito alto. Quando a manhã foi surgindo, viu riscos nas paredes e depois viu palavras e lá estava escrito. “Faz escuro, mas eu canto / Porque a manhã vai chegar”. Alguém havia estado naquele lugar antes e usou os versos de Thiago para ganhar força e Thiago ganhou forças com ele também.



Evento: Quarta Literária (exibição de filme, palestra e abertura de exposição)
Palestra: Canto Geral, de Pablo Neruda
Palestrante: Thiago de Mello
Abertura da exposição: Amazônia
Promoção: Livraria Valer
Data: 04 de maio de 2011
Horário: A partir das 16h30
Local: Espaço Cultural Valer – Av. Ramos Ferreira, 1195 – Centro
Contatos: Valer – (92) 3635-1324
Entrada: Franca

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