abril 11, 2011

Pela livre manifestação da inteligência amazonense na reconstrução do Centro de Manaus

PICICA: Senhores, não lhes parece pouco formar uma equipe técnica para discutir a reconstrução do Centro de Manaus? É sabido que entre eles há quem tenha excelente qualificação, mas na hora do "vamos ver" o temor à retaliação do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" torna impeditivo sua livre manifestação. Considerando que só na questão do monotrilho está em jogo mais de um bilhão de reais e um traçado absolutamente equivocado, quem ousará estabelecer o contraditório? Por que deixar de convocar a participação democrática da sociedade civil organizada, sobretudo os segmentos especializados, garantindo-lhes o direito de manifestação? Vale lembrar que foi uma dessas manifestações que impediu que o Casa 22 Paulista, e outros imóveis históricos do corredor da rua da Instalação, fosse retirada dos planos de demolição para passagem do monotrilho. Já não basta o silêncio miserável que castra nossas melhores inteligências? Até quando a falta de transparência? 

Acrítica.com

Reconstrução do Centro de Manaus começa a ser discutida

Uma equipe formada por técnicos do Implurb, SEC e do Iphan deve se reunir ainda neste mês para a elaboração das condições de organização do Centro

Manaus, 09 de Abril de 2011

Tayanna Martins - Jornal A Crítica

  • Órgãos vão se unir para discutir revitalização do Centro de Manaus.
    FOTO: Ney Mendes
  • Órgãos vão se unir para discutir revitalização do Centro de Manaus.
    FOTO: Ney Mendes
O estabelecimento de parâmetros para novas construções, para obras de restaurações e a elaboração de métodos para organizar as áreas de comércio do Centro de Manaus são alguns dos pontos que devem começar a ser discutidos por representantes da prefeitura, Governo do Estado e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no processo de tombamento do Centro de Manaus.
Uma equipe formada por técnicos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Secretaria Estadual de Cultura (SEC) e do Iphan deve se reunir ainda neste mês para a elaboração de um documento contendo todas as condições de organização do Centro. O processo de tombamento contempla a área conhecida como Centro Histórico e arredores.
Caso os órgãos públicos consigam chegar a uma definição sobre as normas, o cenário atual do Centro, com prédios históricos abandonados, degradados, encobertos por placas com propagandas e praças abandonadas, pode começar a sofrer as primeiras modificações nos próximos anos.
De acordo com a coordenadora técnica do Iphan, Ghislaine Bacelar, na última semana o instituto começou a analisar todas as legislações municipais e estaduais que dizem respeito à área tombada. “Isso é apenas o início de um processo longo, mas que é necessário. Mudar a imagem do Centro, respeitando os prédios importantes que temos, é uma questão de interesse por parte dos gestores públicos e da população”, destacou.
O processo de planejamento não tem previsão para ser concluído. Segundo Ghislaine, nessa fase devem ser analisadas desde a altura que novos empreendimentos devem ter, normas para publicidade, até os parâmetros que as restaurações devem possuir. Serão listados todos os prédios históricos que estão abandonados e com a estrutura comprometida. A maioria dos imóveis está com impostos atrasados.


Resgate
Além dos prédios deteriorados, há uma grande quantidade de locais com a beleza arquitetônica escondida atrás de emaranhados de fios da rede elétrica e placas. “É preciso resgatar parte da história da nossa cidade que está nesses locais. Um resgate desses prédios tornaria a nossa cidade muito mais agradável e atraente para quem mora aqui e para quem vem nos visitar”, destacou a coordenadora técnica.
Para a aposentada Amarinda Vasconcelos Nogueira, 67, que mora na rua Visconde de Mauá, um resgate dos prédios abandonados é uma forma de mostrar a beleza que o Centro já teve. “Minha avó me contava muitas histórias de quando as pessoas se reuniam na praça. Hoje não tem mais isso, está tudo abandonado, feio, sinto até vergonha”, declarou.


Custo elevado de obras
Além das dívidas, outro fator que dificulta a realização das obras de revitalização dos prédios abandonados é custo elevado dos projetos de restauro. O grupo que irá planejar as implicações do tombamento também deve definir quais prédios serão de responsabilidade da prefeitura e quais do Iphan.
Uma vez estabelecida essa divisão, os interessados em fazer modificações nos locais devem apresentar projetos e solicitar acompanhamento do órgão responsável. “Os prédios já tombados serão fiscalizados pelo Iphan e outras áreas devem ser de responsabilidade da prefeitura. Isso tudo será definido no inventário que faremos”, explicou Ghislaine Bacelar. Incentivos financeiros para os proprietários dos prédios e trabalhos de conscientização de trabalhadores e moradores do Centro, também devem tomar mais força, na opinião da coordenadora técnica.


Revitalizações em andamento
As obras de revitalização que estão em andamento refletem o início de um processo de organização do Centro histórico da cidade. Atualmente, estão sendo restaurados o Paço Municipal, o prédio da Biblioteca Pública, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa e há projetos para o Complexo Booth Line.
O restauro da Casa do Tesouro e do Armazém 15, bens tombados como patrimônios históricos do Estado, também estão em andamento. A obra está sendo realizada pelo Iphan com recursos federais e os locais darão lugar a Casa de Leitura Thiago de Melo, que será administrado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No local serão realizadas atividades culturais e terá o acervo completo do autor. De acordo com o Iphan, a parte de restauro deve ficar pronta em junho.

Fonte: A Crítica

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