PICICA: "A sociedade de controle indica uma nova forma de configuração do poder para além da sociedade disciplinar e, consequentemente, uma crise. Sua lógica estabelece contenções mediante redes de condicionamento, e não mais de organização. E tais redes de condicionamento, que estabelecem controle em espaço aberto, não dizem respeito às populações nacionais. A forma-Estado não é suficiente para instaurar dispositivos eficientes de contenção da multidão, razão pela qual a circulação mundial do medo, através da guerra global, configura um dos mecanismos de controle. Essa crise da forma-Estado deriva, na verdade, da própria potência constituinte da multidão. A partir do momento em que as formas de resistência foram se modificando, impôs-se ao capital a necessidade de reconfiguração para que perseverasse na existência (como diria Spinoza). A crise, portanto, é fruto da superação, por parte da multidão, dos bloqueios que lhe foram impostos ao longo do século XX."
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