Monumento em homenagem a Phillipe Pinel, na França
NOTA: Comunicação feita por Mirsa Elisabeth Dellosi para os(as) companheiros(as) que lutam em defesa da reforma psiquiátrica.
I COLÓQUIO PINEL: PRIMEIRAS NOTÍCIAS
Realizamos o I COLÓQUIO PINEL, em São Paulo, nos dias 30/11 e 01/12 de 2006. Foi sediado no Hospital Psiquiátrico Pinel, fundado há quase oitenta anos, e reforça a sua transformação em Centro de Atenção Integral à Saúde. O tema do I Colóquio Pinel foi a Atenção e Reabilitação Psicossocial no Estado de São Paulo: residências terapêuticas, associações de usuários e geração de renda. Foram convidadas nominalmente e inscreveram-se mais de quatrocentas pessoas: gestores, trabalhadores e usuários, envolvidos com a implantação e desenvolvimento desses serviços. O intuito foi o de incentivar o diálogo e promover as experiências, ideais, contribuições e proposições. Os participantes presentes, trabalhadores, usuários e familiares, puderam se encontrar, reconhecer-se, conviver e ampliar idéias sobre as práticas do seu cotidiano.
Foram pautados: a Reabilitação Psicossocial no mundo, hoje (com base nos trabalhos do IX Congresso da Associação Mundial de Reabilitação Psicossocial ocorrido em Atenas, de 12 a 15 de outubro de 2006), a formação permanente em Saúde Mental, identidade e cidadania, e a diversidade como valor.
Registrou-se a expansão dos serviços de residência terapêutica no Estado de São Paulo. Das 12 casas que havia em 1995, implantadas desde o início da década de noventa, em 2002 já eram 169 casas (84 lares abrigados, 85 residências terapêuticas). Atualmente são 187 residências terapêuticas em 19 municípios, e 873 pessoas morando fora dos hospitais psiquiátricos. Os depoimentos dos usuários consolidam o acerto desta aposta na humanização da assistência em Saúde Mental.
O convite para os presidentes e tesoureiros das Associações de Usuários (31 associações até então identificadas), resultou na demonstração da riqueza de diversidade dos percursos das Associações na implantação, desenvolvimento e definição de prioridades. No diálogo possibilitado no I Colóquio Pinel, reanimou-se o interesse pela revitalização das associações que se encontram inativas. Foi divulgada, discutida e reafirmada a Política Intersetorial de Economia Solidária e Saúde Mental. Foram identificados cerca de 20 municípios com empreendimentos significativos de geração de renda para usuários da Saúde Mental.
Das interações e diálogos entre os participantes, resultaram as seguintes três proposições:
1. A aprovação, articulação e constituição da Federação Paulista de Associações de Usuários, Familiares, Trabalhadores e Amigos da Saúde Mental.
2. A organização e realização do I Encontro de Geração de Renda, em 2007, no município de Campinas, SP.
3. A realização do II Colóquio Pinel, em 2007, com ampliação da pauta, incluindo o diálogo sobre o trabalho de promoção, prevenção e assistência em Saúde Mental nos CAPS, Ambulatórios e Atenção Primária, relacionado à Infância e Adolescência, e ao abuso de substâncias.
Agradecimentos, ao Diretor, Dr. Eduardo Augusto Guidolin e à comunidade do Hospital Psiquiátrico Pinel: Comissão Organizadora, Gerentes, Setor Administrativo, Setor Biblioteca/Anfiteatro/Salão de Jogos, Setor de Informática, Setor de Manutenção, Setor de Parques e Jardins, Setor de Patrimônio;
à Associação Philippe Pinel, aos Jovens Acolhedores, aos Músicos, ao Grupo de Teatro do Oprimido;
aos apoios: Policolor Artes Gráficas, Janssen-Cilag, Base Corretora de Seguros e Banco Nossa Caixa;
a todos, palestrantes, usuários, familiares e trabalhadores, muitos dos quais madrugaram e percorreram centenas de quilômetros para participarem, apesar da chuva em Pirituba, na cidade de São Paulo.
Saudações coloquiais,
Mirsa Elisabeth Dellosi,
Presidente da Comissão Organizadora do I COLÓQUIO PINEL.
São Paulo, 02 de dezembro de 2006.
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