Fotos: Lula Helfer /Ag. Assmann
Janete descobriu nas aulas de pintura
o tratamento para sua doença
Terapias em grupo ajudam no tratamento
Pintura, desenho e bordado. Tarefas simples, mas que para as pessoas atendidas nos Caps podem representar uma mudança no modo de vida e o fim de um sofrimento que se arrasta por vários anos. Esse é o objetivo das oficinas desenvolvidas com os pacientes nas unidades instaladas em Santa Cruz do Sul e nos demais municípios da região.
Nos encontros, que podem ocorrer entre duas ou três vezes por semana, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros e assistentes sociais mostram que a reunião de grupos aliada ao uso de medicamentos contribui para cuidar dos transtornos. E os resultados são vistos pelos próprios pacientes, que passam a compreender melhor a doença.
“As oficinas e atividades em grupo contribuem para a evolução do paciente. Nos sete anos e meio de trabalho já houve casos em que as pessoas tiveram alta e ainda aprenderam a fazer trabalhos que se tornaram fonte de renda”, explica a terapeuta ocupacional Luzia Bier.
Entre as atividades desenvolvidas estão ainda oficinas de cestas em jornal, jardinagem, esportes, hip hop, higiene, jornalismo e técnicas de rádio. Participar foi a alternativa encontrada pela dona de casa Janete Jaeger, 56 anos. Desde março de 2002 ela é freqüentadora assídua do Caps II, localizado na Rua Coronel Oscar Jost, 1.551. Foi encaminhada para lá depois de sofrer com depressão e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). “Se não fosse o Caps, certamente eu teria sido internada em alguma clínica. Aqui fui bem acolhida e aprendi a conviver com minha doença”, conta em meio a pinceladas em um guardanapo.
Mãe de um filho e moradora do Bairro Universitário, Janete foi eleita a presidente da Associação dos Usuários, Familiares e Amigos do Caps (Aufacaps). Nos encontros é uma das mais participativas. Além de realizar seu trabalho, dá orientações às colegas. Entre as companheiras de oficina está Carina Lopes, 28. Vítima de uma grave depressão, ela passou a ser atendida há dois anos. “Aqui eu pinto, bordo e recebo orientações quanto ao uso dos medicamentos”, salienta a moradora do Bom Jesus.
A internação em uma clínica psiquiátrica seria a saída para tratar a dona de casa Neusa Silveira, 43. Ela também sofria de depressão e depois de passar por vários médicos foi levada ao Caps. “Achava que minha única solução seria a internação, mas vi que aqui há alternativas”, destaca. Hoje ela sente-se melhor e acredita que encontrou a solução para seu problema.
PERFIL
O Caps II de Santa Cruz do Sul presta em média 2.025 atendimentos ao mês e conta com 7 mil pacientes cadastrados. A maioria deles são mulheres a partir dos 40 anos.
JORNAL
De perto ninguém é normal. Esse é o nome do jornal editado pelos pacientes e profissionais dos Caps de Santa Cruz do Sul. Produzido com apoio da Gazeta Grupo de Comunicações ele traz notícias sobre as ações desenvolvidas pelas unidades locais.
NOTA: Publicado na Gazeta do Sul em 18.11.2006
http://gazeta.via.com.br/default.php?arquivo=_noticia.php&intIdConteudo=65248&intIdEdicao=1010
Nenhum comentário:
Postar um comentário