No Amazonas o Programa de Volta Para Casa ainda não foi implantado. Há dois complicadores no horizonte. Primeiro, porque parte desse programa depende da implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), destinado para usuários de longa permanência em hospitais psiquiátricos. Aqui a responsabilidade é do governo estadual. Segundo, porque a criação dos STRs dependem da implantação de uma rede mínima de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os quais supervisionarão este dispositivo durante e após seu funcionamento. Vale lembrar que atualmente só existe um CAPS em Manaus, implantado pelo governo estadual, cabendo à municipalidade a implantação de novos CAPS. A cidade de Manaus precisa de 8 a 10 CAPS só para adultos com transtornos severos e persistentes. Na atual conjuntura é uma temeridade implantar os SRTs sem a criação de CAPS. Um último complicador: sem pessoal qualificado, ambos os dispositivos funcionam precariamente.
Em Manaus, o CAPS Silvério Tundis, apesar de sua reduzida equipe e do esforço em manter em bons níveis os programas terapêuticos concebidos em comum acordo com familiares e usuários, deveria ser poupado de ter um SRT nas suas proximidades por uma razão: nenhum dos 40 usuários de longo permanência conhece aquele território. Quando chegaram ao hospital psiquiátrico, a cidade ainda não havia explodido em direção à Zona Norte.
Por essa e por outras que os SRTs devem ser alocados principalmente na Zona Sul, por onde transitavam a maioria dos usuários que ainda se encontram no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro.
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