setembro 04, 2007

Saúde Mental: Brasil elogiado pela revista Lancet. Sorry, periferia!

Foto: Rogelio Casado - Franco Basaglia em São Paulo, 1978

Para o relicário. Do centro para esquerda: Franco Basaglia de jaqueta preta; a intérprete; Gabriel Figueiredo e Paulo Barnabé (barba negra)... Os demais, se alguém reconhecer, favor enviar o nome para o devido registro. Grato. Particularidade: Paulo Barnabé, psiquiatria que reside em São Paulo, é autor da tradução de um texto inédito de Basaglia, intitulado "O homem no pelourinho".

Pedro Gabriel Delgado, atual Coordenador Nacional de Saúde Mental, por e-mail, vem se congratulando com todos os que participam da construção da Reforma Psiquiátrica brasileira. Da minha parte, minha homenagens aos senhores que aparecem na foto acima. Tempos pioneiros. Tempos de quem dava a cara a tapa para colocar em debate público o destino dos portadores de transtorno mental no Brasil.
GLOBO ONLINE
Estudo elogia atenção a pacientes mentais no Brasil
Plantão Publicada em 04/09/2007 às 11h52m
BBC

Apesar de ser considerado um país de recursos financeiros modestos, o Brasil é apontado como exemplo positivo no tratamento de doenças mentais, em uma série de estudos publicados nesta terça-feira pela revista científica The Lancet.

O país é elogiado por ter, nos últimos dez anos, diminuído o papel dos hospitais psiquiátricos e asilos no tratamento de doentes mentais.
Organizações não-governamentais acusam essas instituições de infligir maus-tratos aos seus pacientes. No ano passado, a Corte de Direitos Humanos da Organização de Estados Americanos (OEA) reconheceu inclusive a culpa do Brasil na morte de um paciente em uma clínica do Ceará.

"Até os anos 80, hospitais psiquiátricos e asilos compunham o grosso da atenção às pessoas com distúrbios mentais graves no Brasil", descreve a pesquisa publicada na Lancet.

"A qualidade e o ambiente dessas instalações eram ruins, e a maioria dos pacientes recebia tratamento e cuidado aquém do padrão."
O estudo diz que o quadro melhorou nos anos 1990, quando o país promoveu uma reforma psiquiátrica e incluiu a atenção à saúde mental entre os serviços básicos.

Embora o orçamento destinado à saúde mental tenha caído entre 1995 e 2005 (de 5,8% para 2,3% do total de gastos na saúde), no mesmo período a proporção gasta em leitos nos hospitais psiquiátricos caiu de 95,5% para 49,3% do orçamento destinado à saúde mental.

Já os serviços comunitários de atenção à saúde mental passaram a receber um quinhão mais elevado do orçamento da rubrica (15% do total dedicado à saúde mental em 2005, contra 0,8% em 2005).

A Lancet elogiou o programa brasileiro que oferece ajuda financeira às famílias que acolham em casa parentes portadores de doença mental que passaram longos períodos em asilos.

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