Nota do blog: Com pouco mais de 20 anos, Rogelio Casado Marinho, meu pai, já era comandante de uma das embarcações da Booth Line, para orgulho de minha avó Maria Casado Ramirez, natural de Iquitos, Peru. Maria era hija de una cholla com um europeu de Valladolid, Espanha. Su padre, Primo Casado Valles, fué vice-consul de Espanha en Iquitos. Minha avó e meu pai conheceram a pobreza em Belém do Pará entre os anos 1930 a 1940, mas essa é uma outra história. Entre 1882 até meados da década de 1980, por 103 anos, a Booth Line foi a empresa de navegação que fez o transporte de carga e passageiros entre Manaus e a Europa. O bangalô onde morava Mr. Bowman, mais tarde Mr. Clark - ambos dirigentes da Booth Line -, ainda está conservada, ali na rua Vinte e Quatro de Maio, quase esquina com a Eduardo Ribeiro. Já o prédio onde funcionava o escritório da companhia de navegacão, no outrora Tabuleiro da Baiana, está em ruínas - apenas a fachada ainda está preservada - devido a um imbróglio jurídico entre o Estado e o porto privatizado de Manaus. Meu pai integrava a Marinha Mercante Brasileira, como prático da bacia Amazônica, a serviço da coroa inglesa, fazendo viagens entre Iquitos e Belém, onde nasceu. Com ele viajei pelo rio Amazonas, para o encanto dos meus olhos de menino. Naquela época, ainda não tinhamos Mercedes Souza, Milton Nascimento e Chico Buarque cantando pela integração do continente latino-americano, o que só aconteceria durante a ditadura militar. Entretanto, tínhamos maior proximidade com a cultura da América Latina. Da música, me lembro da voz do Trio Los Panchos, Javier Solis, Bienvenido Granda, Antonio Prieto y otros. Da política, me recordo de uma paródia: "Adiós muchachos, compañeros de alegria, APRA querida de aquelos tiempos...". Mais tarde na universidade, entre 1972 a1977, em pleno regime militar, o sentimento latino-americano tomou conta da juventude politizada. Foi meu amigo Humberto Mendonça, já falecido, quem me apresentou a principal obra do grande intelectual peruano José Carlos Mariátegui: Siete ensayos de la realidad peruana. Até onde sei, poucos intelectuais brasileiros conhecem a obra desse ilustre peruano. Conheça um pouco mais da realidade peruana, da sua imprensa, e desse importante intelectual latino-americano.
ENTREVISTA / ANTONIO CARLOS PEIXOTO
Radiografia do Peru. E de sua imprensa
Por Mauro Malin em 9/12/2009
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A elite intelectual mais poderosa da América do Sul
O senhor sustenta que é de um padrão superior às dos outros países do continente.
A.C.P. – Não há na América do Sul uma intelectualidade como a peruana. Ela é explosiva. É um ponto sobre o qual eu e Werneck [Luiz Jorge Werneck Vianna] concordamos. Principalmente na literatura. Pelo amor de Deus, não vamos comparar a literatura brasileira com a literatura peruana, porque não vai dar para a saída... Você pode jogar talvez Graciliano Ramos, Guimarães Rosa... Não joga Machado de Assis, porque aí é deprimente. O placar é deprimente...
É porque o senhor não gosta do Machado de Assis, já conversamos sobre isso...
A.C.P. – Não vai disputar com os grandes escritores peruanos.
Quais são os escritores?
A.C.P. – No século 19 havia esse poeta que ridiculariza o liberalismo aplicado às coisas indígenas, [Manuel] Gonzáles Prada. É o primeiro que diz claramente: "Com este tipo de sociedade não há guerra que nós possamos ganhar..." Não existe. Este aqui é um país ferrado... Isto aqui não é país... Só tem jeito por uma via, que é pela educação. Ou nós integramos a população indígena pela via da educação, ou vamos continuar na situação em que estamos...
Ele não diz "Vamos perder todas as próximas guerras", mas é como se tivesse dito. Esse, na minha opinião, é um dos maiores intelectuais sul-americanos do século 19. Ele entra no positivismo, mas não é um positivista ortodoxo, de religião positivista, com apostolado, como Auguste Comte. Ele é o que se chama de positivismo ilustrado. Pega algumas coisas do positivismo, forma o pensamento incorporando essas coisas...
Ricardo Palma escreve um lindo livro chamado Tradiciones peruanas, é um bom poeta também, um grande poeta. Tem mais gente no século 19, mas isto aqui não é um tratado de literatura.
"Não há ninguém como Mariátegui na América Latina"
Nós vamos chegar ao fim do século 19, quando o Peru começa a se desvencilhar do fardo que foi a Guerra do Pacífico do ponto de vista econômico.
No século 20, um dos maiores intelectuais da América Latina... Não. Eu diria que é um bom intelectual para o mundo, que é [José Carlos] Mariátegui. Não tem homem como Mariátegui na América Latina. Não nos equivoquemos. Não me venham falar de Euclides da Cunha, que é brincadeira. Euclides da Cunha foi um homem que passou pela escola. Mariátegui nunca passou por nada. E você tem o opositor dele, [Victor Raúl] Haya de la Torre. Mas ainda tem água para rolar...
Voltamos, então, ao relato histórico?
A.C.P. – O que eu acho importante nas três primeiras décadas do século 20 peruano não são tanto os incidentes políticos, mais ou menos normais. Eles obedecem a uma certa lógica que é própria da América do Sul, eu não diria nem mais da América Latina. Acho que a América Central é outra história. E o México, que em 1910 teve a famosa revolução que jogou o país numa outra direção, pelo menos de estabilidade institucional, não teve golpe de Estado.
O caso peruano é um caso em que se sucedem presidentes, ditadores, não há nada de excepcional.
Mineração diversificada
Algo a assinalar do ponto de vista econômico?
A.C.P. ‒ Eu diria que há um deslocamento da base da economia, que deixa de lado o guano e passa a operar mais a mineração, com uma característica um pouco diferenciada: se o Chile depende pesadamente de um produto mineral, o cobre, o Peru tem uma capacidade exportadora de minerais um pouco mais diversificada. A base da atividade mineradora é mais larga. Tem cobre, tem prata. A mesma prata que era explorada pelos espanhóis desde o final do século 16, no século 17. Continua sendo um grande exportador de prata. Ele tem cobre, ouro, ferro, zinco, chumbo.
Deslocamento para uma economia baseada essencialmente na mineração. O Altiplano entra um pouco no comércio internacional com a lã de vicunha. Vicunha é uma prima da lhama, só que mais sofisticada. A lã da vicunha tem preço alto no mercado internacional.
"Europeus não reconhecem, mas Mariátegui foi um pensador marxista de categoria mundial"
Mas o grande elemento que diferencia o Peru dos demais países da América do Sul encontra-se no terreno do pensamento. Qual pensamento? Filosófico? Não. Não é bem o caso. O pensamento peruano foi extremamente rico e é um pensamento voltado diretamente para a questão social e política. Primeiro, porque se tem no Peru, sem dúvida alguma, o maior nome do marxismo latino-americano, e eu diria até um dos bons nomes do marxismo do ponto de vista mundial.
É claro que a Europa, com aquela sofisticação na qual existe uma boa parte de ser metida a besta, não reconhece isso. Os grandes teóricos do marxismo, alemães, franceses... Apesar de que a base mesmo, os grandes foram sem dúvida os alemães. Tinha um ou outro francês, um ou outro inglês, mas a base mesmo foi alemã. Eles não vão reconhecer isso, mas o nome de José Carlos Mariátegui é um nome que dispensa apresentações.
E, por outro lado, há, na complementaridade de Mariátegui, o nome de um indivíduo – finalmente ele vem à tona, acho que eu já citei o nome dele diversas vezes, Víctor Raúl Haya de la Torre, que, como já mencionei, é o pai de todos os populismos latino-americanos, e, apesar de ser um homem teoricamente menos formado do que Mariátegui, é de uma inteligência, de uma agudeza intelectual, sem dúvida alguma, excepcional.
São dois livros que todos os interessados nesta parte do mundo têm que ler. Um deles é Sete Ensaios sobre a Realidade Peruana, de Mariátegui. E o livro de Haya de la Torre, que se chama O Anti-imperialismo e o Apra.
O chollo e o militante estudantil
Fale um pouco sobre esses personagens.
A.C.P ‒ As trajetórias são diferentes. Mariátegui é um homem de origem pobre, é um chollo, tem mestiçagem de índio. Ele ganhava a vida, quando jovem, duramente como linotipista. Ele vai organizando a vida intelectual dele, lendo, é um autodidata, um homem excepcionalmente inteligente, que vai se formando a duras penas, e começa a organizar círculos de discussões e de aprendizado do marxismo. Aqueles famosos círculos que nós tanto odiávamos. Eu, você, alguns outros éramos consensuais em relação a isso.
Ele edita [1926] uma revista chamada Amauta. Esse nome tem um significado simbólico do ponto de vista dos índios [sábio quéchua; entre as populações indígenas, pessoa idosa, com autoridade moral].
Enquanto Haya de la Torre é um homem que vem de uma classe média bem situada, não de Lima, de uma cidade que fica mais ao norte do Peru, Trujillo. Ele vai estudar em Lima e começa uma militância política extremamente intensa no movimento estudantil. Está em Lima fazendo a Faculdade de Direito, mas é um ativista estudantil em tempo integral. Ele é da Universidade de San Marcos, a grande universidade pública do Peru. Foi fundada pela Igreja Católica [primeira universidade das Américas, 1551], agora é estatal.
Haya de la Torre dirige lá uma greve. Essa greve não é muito diferente daquelas coisas que a UNE do meu tempo propunha. Só que ele estava propondo isso uns quarenta anos antes. Coisa interessante, um dos pontos reivindicatórios dessa greve é que a universidade fosse aberta à noite, que à noite houvesse cursos para operários. Era a famosa ideia da aliança operário-estudantil, que já estava na cabeça do Haya de la Torre ainda garoto – 21, 22 anos. Era a inclusão da classe operária no plano educacional.
Luta pioneira para universidade receber operários
A ideia da democratização passava por isso.
A.C.P. – A ideia da democracia de um modo geral. Uma democracia de massas, ampla, que incluísse o proletariado. A ideia básica de Haya é a reforma universitária. A ideia de uma reforma universitária, na América Latina, surge em dois países. Primeiro na Argentina, não podia deixar de ser, que era o país mais culto. É o famoso Manifiesto de Córdoba, de 1918. Não fala em universidade aberta aos operários, de noite. Isso é Haya de la Torre, esse era um dos pontos da reforma universitária.
Haya de la Torre foi comunista. O Armenio Guedes tem razão quando dizia, hoje em dia, é claro, isso já mudou, mas até algum momento ele estava certo quando ele dizia que o maior partido do Brasil era o partido dos que já foram do Partido [Partido Comunista Brasileiro, Partidão]. Só que isso não é uma coisa muito diferente para vários outros países aqui desta parte do mundo. Haya de la Torre foi comunista, ele cruzou com Mariátegui, mas tinha uma militância que era mais direta, de ativista político. Não quer dizer que não lesse, Haya de la Torre não era ignorante. Você pode ser extremamente inteligente e ser meio ignorante. Não era o caso do Haya, ele lia as coisas, mas era diferente de Mariátegui, intelectual em tempo integral.
Mariátegui, na Europa, tem contato com as ideias de Gramsci, Labriola, Croce, Sorel
Mariátegui começa a incomodar um pouco o governo, porque a Amauta torna-se uma revista de boa circulação, obviamente nos meios intelectuais, nos meios da elite. Vários deles liam para saber o que o outro estava pensando. Isso coincide com um momento dos anos 20, da criação do Partido Comunista – em toda parte do mundo os partidos comunistas foram criados nos anos 20, depois da Revolução Russa –, o então ditador, que se chamava [Augusto] Leguía, um sujeito também esperto, resolve tentar cooptar Mariátegui. Ele dá uma bolsa de estudos para Mariátegui ir para a Europa. Era tudo o que Mariátegui queria, para aperfeiçoar a formação marxista dele. Não é um período muito longo. Não foi fazer um doutorado de quatro anos. Ele passa algum tempo principalmente na França, mas passa algum tempo também na Itália, onde vai ter contato com o pensador marxista ali dominante, ainda não é [Antonio] Gramsci, é [Antonio] Labriola. Ele é muito influenciado também por um pensador liberal italiano, [Benedetto] Croce. E pelo pensamento do sindicalismo revolucionário de Georges Sorel, que foi ligado ao Partido Socialista e depois saiu. Era um pensamento extremamente vigoroso, apesar de pouco sistemático.
O nosso herói passa algum tempo lá pelas Europas, volta para o Peru e continua suas atividades intelectuais. Leguía até gostava dele, tinha certa simpatia por ele... Vai deixando. Não existe uma política de repressão mais pesada contra Mariátegui, ele vai desenvolvendo as atividades ligadas ao PC, tem a revista Amauta, e ele escreve esse livro, que, como livro, pelo menos que eu saiba, é a única obra de Mariátegui. Mas existem inúmeros artigos que ele ia publicando na Amauta. E é quando começa a se dar a polêmica, a famosa polêmica, que é a mães das polêmicas dos marxismos contra os populismos, a polêmica contra Haya de la Torre.
Haya de la Torre se afasta do Partido. Ele vai tentar criar um partido dele mesmo, que vai receber o nome de Apra, porque, tal como Trotski, Haya pensava numa revolução que fosse continental. Não era Aliança Popular Revolucionária Peruana; era Americana, mesmo, porque aquilo era para o conjunto da América.
Haya de la Torre cria uma categoria nova, a Indo-América
Isso inclui o México?
A.C.P. ‒ Não sei se Haya chegava a pensar especificamente no caso mexicano. O México já vivia um processo de institucionalização da Revolução, quer dizer, o PRI [Partido Revolucionário Institucional] já estava sendo criado. Mas ele pensa claramente na América do Sul.
O negócio dele é muito voltado para a América do Sul, e ele introduz no projeto revolucionário dele uma categoria que não é muito bem especificada, mas que faz muito sentido, principalmente se nós olhamos as coisas de hoje, é a Indo-América, a América dos países onde as massas indígenas são mais numerosas, constituem a maioria sensível da população, 60%, 70%, 80%. Naquela época o grau de mestiçagem era menor, as populações indígenas viviam mais segregadas.
A articulação da ideia da Indo-América e de uma revolução que fosse continental, que é uma ideia mais trotskista, não é muito clara e nem muito bem feita em Haya. Mas Haya era um escritor político, não tinha o cuidado, o refinamento do intelectual de articular muito bem todos os conceitos que criava. Ia jogando as coisas. O que não o desmerece em nada. Eu não sou partidário da superioridade do texto do intelectual sobre o texto do político. De modo nenhum. Existem textos políticos que são coisas maravilhosas. Pessoalmente, acho que o texto de Haya é uma dessas coisas. Há dois livros no Peru que são faróis, vão iluminar a América Latina e, mais especificamente, a América do Sul.
Esses livros tiveram alguma influência nos partidos comunistas?
A.C.P. ‒ É claro que para os Partidos Comunistas que estavam então se formando, e eram povoados por gente muito primária do ponto de vista intelectual, o contato com o livro do Mariátegui é mais difícil, mais precário. Eu não sei, por exemplo, quando Astrojildo Pereira, o único intelectual entre aqueles nove soturnos que criaram o PCB em Niterói, leu Mariátegui. Certamente leu, mas eu gostaria de saber quando. A influência intelectual que o PCB sofreu foi muito mais dos argentinos, por causa daquele tempo que [Luís Carlos] Prestes viveu em Buenos Aires. Foi de Américo Ghioldi, creio que também de Álvaro Yunque. Mas isso já é uma questão dos anos 30 do século 20, não é um problema dos anos 20.
O primeiro a enunciar os princípios do populismo
O livro de Haya de la Torre, não. Teve curso. Quais são as principais ideias ali expostas? Para quem tem ideia do que é populismo, é muito fácil de entender. Só que ele foi o primeiro a dizer. Onde você tem classe, substitua por povo. O primeiro ponto. O povo, por motivos tautológicos, que não precisam ser explicados, constitui a Nação. Então, a revolução tem um caráter nacional. Não é uma revolução de classe. Todas as ideias da burguesia nacional, sobre a qual nós nos fartamos de discutir, Haya de la Torre já tinha levantado no final dos anos 20. É porque realmente aqui no Brasil as coisas deviam ser mais difíceis, eu tenho a impressão que nem o texto de Haya de la Torre apareceu por aqui, acho que demorou bastante.
Uma revolução antiimperialista...
A revolução é nacional, porque existe um fator externo que atropela, perturba e atravanca a vida dos países, que é o imperialismo. Por isso o próprio livro tem o nome de O Anti-imperialismo e o Apra.
Dentro do país existe a representação do imperialismo que Haya de la Torre vai chamar de antinação. Aquela velha ideia dos comunistas dos anos 50, aqui no Brasil, isso é uma coisa que vinte e tantos anos antes, trinta anos, está em Haya de la Torre. Antinação, imperialismo, isso precisa ser extirpado, eliminado, apesar de que Haya não é, de modo nenhum, um indivíduo sanguinário, sedento de sangue. Quer dizer, não é nisso que ele pensa.
... sem poder apoiar-se em classe operária e campesinato
Mas o que ele diz muito claramente é o seguinte: Não vamos sonhar ‒ é uma porrada no Mariátegui, ele não diz mas deve ter pensado – como Mariátegui está sonhando. Como é que se vai fazer uma revolução aqui com classe operária e campesinato? Não tem como fazer. Isso sozinho não faz revolução em lugar nenhum da América do Sul nem da América Latina. Não vai dar certo. É preciso uma aliança muito ampla de segmentos da sociedade, de classes. Isso é dirigido contra a antinação e contra o imperialismo. Aí, tudo bem, nacionaliza uma porção de coisas, faz a reforma agrária, etc.
Mariátegui também tem alguns dados estatísticos sobre o tamanho da classe operária, e ele é obrigado a confessar, constatar, mas isso até antes do Haya escrever O Antiimperialismo e o Apra, que a classe operária é pouco numerosa. Mas ele não pensa em aliança com o que seria o setor nacional produtivo. Ele pensa numa aliança com as camadas médias urbanas, pequena burguesia.
Em 1931, derrota eleitoral contestada
Quando foi a primeira eleição disputada por Haya de la Torre?
A.C.P. – Haya de la Torre cria o Apra. Ele então vai disputar uma eleição presidencial [1931]. Ele foi derrotado por [Luis Miguel] Sánchez Cerro. Sánchez Cerro ganha as eleições, é uma coisa muito tumultuada porque os apristas dizem até hoje que essa eleição foi roubada. Os outros, os partidários de Sánchez Cerro, já morreram todos. Mas a elite peruana diz que não foi bem assim. Essas coisas é impossível saber.
Há um analista peruano extremamente inteligente, escreve bem, Guillermo Thorndike, ele é de origem se não me engano irlandesa, ou inglesa. Escreveu um livro muito interessante sobre a história política peruana. Ele é aprista. Era, hoje não sei. Ele diz que as eleições foram nitidamente roubadas.
Apra, o grande partido político popular
Mariátegui morre muito cedo, em 1930. O fator principal vai ser agora que o Apra existe já como partido político. O Apra aparece na cena peruana, nos anos 30, como o grande partido político popular. Mas acontece um incidente que mutatis mutandi, do ponto de vista factual, formal, se parece um pouco com o que ocorreu aqui no Brasil na chamada Intentona [tentativa insurrecional comunista de 1935]. Haya de la Torre, após a ilegalização do Apra, em 1932, chama uma insurreição. Na cidade de Trujillo aconteceu uma coisa que marcou o destino do Apra, como o que aconteceu na Intentona marcou o destino do PC aqui no Brasil, do ponto de vista das relações com as Forças Armadas.
[...]
Fonte: Observatório da Imprensa
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
Um comentário:
Familia "CASADO" também no Brasil, São Paulo.
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