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De Chica a Helena: Representações de gênero, raça e violência simbólica na mídia brasileira
Raquel Luciana de Souza (2009-12-09)
Neste artigo, Raquel Luciana discute a difícil relação da mídia brasileira com os estereótipos ligados a mulher negra brasileira, bem como a manipulação do imaginário popular num mês crucial para os movimentos negros brasileiros, o mes de novembro em que é comemorado em 20 de novembro, o dia da consciência negra no Brasil.
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Ações afirmativas no Brasil
Edson Borges (2009-11-16)
Segundo Edson Borges, o movimento social negro brasileiro colocou na agenda nacional a discussão sobre a “questão racial”, há muito focada como uma grave questão nacional. Com isso, a agenda brasileira da luta por justiça social modificou-se radicalmente, e, inevitavelmente, todo o conjunto da sociedade está discutindo e rediscutindo formas de implementação de ações afirmativas. Neste momento, os movimentos negro brasileiros enfrentam a forma mais feroz da branquitude nacional.
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Brasil, um país de todos? Implicações jurídicas da falácia da democracia racial
Os autores discutem neste artigo, o peculiar processo de invisibilização histórica do negro nos países da América Latina e, com especial ambigüidade no Brasil (uma vez que o país busca simultaneamente destacar e esconder sua presença, conforme determinadas intenções políticas: há negros quando se deseja afirmar uma identidade nacional específica, embora eles não existam quando se busque encarar política e juridicamente o problema da desigualdade). De fato, para que se compreenda o ponto de chegada do mito da democracia racial no Brasil, devemos recorrer brevemente a trajetória da própria noção de “raça” e sua (ir)relevância para o campo jurídico.
Brasil: O marketing do racialismo explícito
José Roberto F. Militão
Ponderei com a ilustre portadora do convite que tal condição era incompatível com as condições financeiras de 90% dos convidados. Ela disse que cada um "alugue" a sua roupa, pois sem ela não poderiam ter acesso ao luxuoso local do evento. Evidente que a ilusão ótica de uma platéia de 1.500 convidados, pretos e pardos, elegantes e vestidos à rigor, falseiam a realidade social do Brasil.
Conforme a pretensão dos organizadores – a OnG da Universidade Zumbi de Palmares - seria uma oportunidade para o prestígio pessoal onde se reúnem as principais lideranças do movimento negro de todo o Brasil ao lado das principais autoridades do país, dentre elas governadores de São Paulo e Rio de Janeiro com ampla cobertura publicitária e jornalística nos principais veículos de comunicação.
Por educação recebi os convites e agradeci a distinção e a gentileza da amiga portadora, mas não compareci ao evento, que repudio, uma vez que não sou racialista, sou apenas um convicto ativista contra o racismo que não admite a existência do conceito de raças, admitindo apenas a única espécie humana. Os humanos são brancos, pretos, pardos, amarela etc., enfim, humanos têm a natural cor da pele.
Sucede que tal como a revista Raça Negra da editora Escala, essas atividades de marketing racial não se destinam a promover melhores condições sociais e de cidadania aos afro-brasileiros, destinando-se a uma nova ideologia que surge entre nós – o racialismo – que exige a existência política de uma Raça Negra reforçando no imaginário público a idéia de um falacioso pertencimento racial que nós, afro-brasileiros, não temos. Nossos avós eram homens e mulheres "de cor".
Eles não eram e jamais quiseram ser da Raça Negra.
Afinal o que é o racialismo? O racialismo, é uma concepção política concebida por militantes de movimentos negros, nos EUA e agora no Brasil, que admite a convivência com o racismo, desde que o direito dos afro-brasileiros estejam assegurados. O racialismo admite conviver com a doença do racismo. O racialismo admite a existência de uma "raça" estatal e exige que o poder público faça leis segregando direito a fim de assegurar a inclusão dos afrobrasileiros. O racialismo quer que o racismo seja explicitado, em vez de ser sutil e constrangido, conforme ocorre no Brasil.
Os defensores do racialismo pensam que estão combatendo ao racismo, mas, na verdade, estão combatendo apenas os efeitos e, ao mesmo tempo, aprofundando a causa que é a crença racial.
Essa matéria da Afropress e outras já publicadas nos revela que o racialismo serve para que sejam oficializadas políticas públicas raciais e através delas, se façam políticas pública de divisão
racial com seus efeitos colaterais: mais racismo. Esse marketing racial serve também para que alguns mais espertos passem a viver disso e a fazer bons negócios privados à custa do racismo. Mesmo que sejam negócios para fazer o marketing da "raça negra" . Mesmo que a platéia esteja fantasiada com suas vestes alugadas e felizes com o evento estavam servindo, involuntariamente, para a preservação do racismo.
A ideologia da divisão humana em raças é uma doença social que flagela aos afro- descendentes em qualquer lugar do mundo. É uma doença que pode e deve ser combatida. Como doença o esforço a ser feito é para a sua destruição e não a convivência com a doença, conforme pregam os defensores do racialismo. Neste sentido prestam um grande desserviço no combate ao racismo os que usam e abusam do marketing da "raça negra", a partir da boa fé ou da consciência pesada de governantes que não fazem as políticas públicas de redução das desigualdades sociais e de empresários que não alteram suas políticas internas vincadas por preconceitos e discriminações raciais, já que é menos complexo e sai muito barato agradar a aproveitadores em nome da "raça negra".
Creiam, são essas atividades de marketing racial que fazem os políticos – e muitos militantes - acreditarem na existência de uma "raça negra", exatamente aquela que o racismo edificou no século XVIII para oprimir as "raças inferiores" e, especialmente, a "raça negra" a base inferior da pirâmide racial.
* José Roberto é Advogado, membro da Comissão de Assuntos Anti- Discriminatórios – CONAD-OAB/SP.
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