janeiro 07, 2010

FCH vai pro lixo da história

FHC
Publicado em casadonoca.blogspot.com

FHC vai pro lixo da história

Zefofinho de Ogum, correspondente do PICICA
Petrópolis-RJ


Elio Gaspari deixou assanhado o ninho dos tucanos ao escrever um artigo, digamos, positivo sobre FHC. Eu, hein! Pé de pato, mangalô... A blogosfera tucana cuidou de espalhar a novidade pelos quatro cantos do país. Os tolinhos não esperavam que Miguel do Rosário, do Óleo do Diabo, atento às omissões do Gaspari, cujas análises pecam por falta de cientificidade (com perdão dessa palavra tão maltratada), mostrasse o lado negativo - va lá - do nosso tucano metido a pavão. Com perdão do maniqueísmo, mas, por essas e por outras, FHC vai pro lixo da história. Tenho dito.

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Oleo do Diabo

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Entretanto, o que realmente irrita no texto de Gaspari é a ausência de cientificidade. A base comparativa não é válida. Ele compara 8 anos com 6 anos, o que é um absurdo, pois as políticas estruturantes são as que mais demoram a aparecer e, portanto, tendem a se manifestar com mais clareza nos últimos anos de um governo. Mas o pior não é isso. Não há qualificação. A pesquisa é apenas quantitativa.

FHC não era um Satã instalado no Planalto para fazer o mal à população brasileira. O grande problema de FHC não foi a ausência de políticas públicas, e sim a mesquinhez de suas ações sociais, a brutalidade e frieza com que lidou com movimentos sociais e sindicatos, além do desmonte do Estado, com privatizações açodadas e irresponsáveis de setores estratégicos do país, como a mineração e a telefonia. A privatização da Vale impediu que o Estado fizesse investimentos para ampliar a industrialização do ferro no Brasil, e a entrega criminosa da telefonia a estrangeiros levou o custo da comunicação telefônica no Brasil a atingir verdadeiros recordes mundiais.

O problema, entenda-se, não foi a privatização em si, mas a maneira como ela foi realizada, sem atender aos interesses nacionais. Não houve preocupação em impedir que as companhias explorassem o preço das ligações telefônicas, sobretudo de celulares. Então o Brasil se tornou uma nação de "não-ligadores", e hoje as próprias empresas telefônicas debocham dos consumidores ao criarem um personagem publicitário, o "ligador, um jovem que se destaca de todos a seu redor porque ele "pode ligar". Uma ligação de celular no Brasil chega a custar quase 2 reais por minuto. Duvido que haja algum país no mundo com uma ligação tão cara.

Além disso, é preciso diferenciar as coisas. O primeiro mandato de FHC foi razoável. O desastre aconteceu no segundo. Até porque os métodos usados pelos tucanos para vencer as eleições de 1998 deveriam botá-los todos na cadeia. Mantiveram a moeda valorizada artificialmente, e para isso queimaram dezenas de bilhões de reais de nossas reservas internacionais. A medida foi criminosa em vários sentidos. A moeda valorizada prejudicou nossas exportações e criou uma bolha que explodiu em fevereiro de 1999, quase levando o país a bancarrota. Outro método criminoso foi a aprovação da reeleição para o próprio presidente, sem ao menos ter a delideza democrática de fazer uma consulta popular.

No segundo mandato de FHC, o desemprego aumentou. A dívida externa explodiu. Todos os índices pioraram terrivelmente. Mesmo o Plano Real aconteceu a um custo terrível. O Real sobrevalorizado derrubou as exportações, fazendo com que o Brasil, um potência em recursos naturais, atravessasse quase todo o período fernandista com enormes déficits cambiais (importava mais que exportava), e a estabilidade foi comprada com um aumento gigantesco da dívida pública, interna e externa. É fácil melhorar índice sociais pegando dinheiro emprestado aqui e no estrangeiro. Eu quero ver melhorá-los pagando a dívida externa e reduzindo a dívida pública. Os governantes devem cuidar para que esses progressos sejam sustentáveis, não apenas soluços efêmeros com vistas à ganhar mais uma eleição e, para usar o vocabulário gaspariano, ganhar mais tempo para tungar a choldra com outros bilhõezinhos da privataria.

Nem falei das ações da Polícia Federal, que vem realizando uma verdadeira limpeza ética no país, investigando governadores, empresários, desembargadores, juízes, prefeitos, parlamentares. O combate à corrupção em alta escala no Brasil iniciou-se somente agora, durante o governo Lula. A Polícia Federal de FHC servia apenas para queimar maconha diante das câmeras do Jornal Nacional.

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