PCP - O imperialismo norte-americano leva a cabo uma estratégia mundial agressiva contra o Irã e a Coréia do Norte, com o propósito de apoderar-se de seus recursos naturais.
Também instala bases militares na Colômbia, Haiti e Honduras, e provoca conflitos entre irmãos como a Colômbia e a Venezuela com a finalidade de deter o avanço vitorioso dos governos e seus povos, que desenvolvem políticas econômicas e sociais a serviço das grandes maiorias.
A provocação do presidente da Colômbia que agora deixa o cargo, Álvaro Uribe, instrumento do imperialismo norte-americano, está claramente orientada a provocar a intervenção militar na Venezuela com o pretexto da presença das FARC e fazer cair o governo de Hugo Chávez para quebrar o processo de mudanças nesse país, às quais as transnacionais e os grupos de poder econômico se opõem ativa e furiosamente.
A crise econômica financeira internacional nos Estados Unidos da América e nos países altamente desenvolvidos levaram 16 países da Europa a cortar drasticamente seu orçamento para a educação, saúde, segurança pública e a pagar suas dívidas recorrendo a créditos de bilhões de euros. Exemplo disso é a convulsão política e social da Grécia, país que se viu obrigado a contrair um crédito de mais de 600 bilhões de euros do Banco Mundial.
Toda essa crise será transferida para as economias subdesenvolvidas e em especial da América Latina, e com isso nosso país, mediante a redução das exportações e menor remessa de nossos compatriotas que trabalham fora do país.
As crises cíclicas que Karl Marx desentranhou da análise econômica do capitalismo novamente se puseram de relevo, demonstrando sua incapacidade em dar solução aos principais problemas da humanidade, chegando, inclusive, a se constituir num sério perigo contra a natureza e a vida no planeta pelo impacto da contaminação ambiental que origina. A mudança e a transformação do sistema capitalista, é uma necessidade real, e uma mudança que só pode ser conseguida com uma revolução que tenha como principais protagonistas os povos, movimentos e líderes esclarecidos e de massas.
Situação nacional
Em quatro anos de governo da aliança ultraliberal de Alan Garcia, Keiko Fujimori e Lourdes Nano, radicalizam o modelo econômico neoliberal selvagem, expresso na privatização dos recursos naturais, beneficiando os ricos (mineiros, banqueiros, oligopólios, petroleiros e agroexportadores), enquanto o povo sofre a mais brutal ofensiva de atropelo contra seus direitos humanos, conduzindo a um maior empobrecimento.
No fundo, a fenda da desigualdade aumentou pelo continuísmo das políticas econômicas e sociais de caráter neoliberal, visando mais os interesses dos grupos de poder econômico e das transnacionais do que os interesses da nação e do povo peruano. O proclamado crescimento econômico não beneficiou a maioria da população. Eis aí a base material sobre a qual se assenta a contradição entre as forças que lutam pela mudança e aquelas que defendem o continuísmo. Essa á a base dos conflitos sociais e políticos.
Depois de quatro anos, as promessas oferecidas pela "mudança responsável", tais como respeitar a jornada laboral de oito horas, eliminação das prestações de serviços, emprego com direitos trabalhistas, revisão do Tratado de Livre Comércio, banco agrário para os agricultores e luta contra a corrupção, nada disso foi cumprido.
Estamos diante de um governo que comercializou com a esperança do povo. Eles são os autores dos decretos legislativos do leilão das terras para criar novos latifúndios, são os que leiloam os bosques e a água na Amazônia.
Eles são os autores da escandalosa venda de gás aos estrangeiros a um dólar, enquanto que aos peruanos custa 35 sóis. São os autores das leis para exonerar impostos da renda das mineradoras, dos banqueiros, dos agroindustriais e cobrar até o último centavo de imposto aos peruanos.
Esta é a aliança que pactuou com a corrupção e com a impunidade para manter e defender o neoliberalismo selvagem à custa de assassinar mais de 70 dirigentes sindicais, além de populares. Nunca antes nenhum governo, por mais desonroso que fosse, utilizou os recursos do Estado para dividir os sindicatos com o propósito de submetê-los ao patronal, como é o caso da Federação de Construção Civil, o SUTEP e comunidades amazônicas.
Está em marcha o processo de “direitização” com propostas fascistas através de militares corruptos, da igreja conservadora (Opus Dei), da Confiep e da imprensa midiática, que levantam a cabeça para derrotar as forças que lutam pela mudança.
Mas essas armações serão derrotadas mil e uma vezes com a ação do sindicalismo de e, da unidade dos trabalhadores e do povo peruano. Por isso, respaldamos resolutamente a luta da CGTP e da CPS, das Frentes Regionais e dos novos setores que surgem em defesa da soberania nacional, dos recursos naturais e de suas próprias reivindicações, como os amazônicos.
O PCP pede o fim da perseguição aos dirigentes sindicais, a populares, e aos jornalistas honestos, o fim da campanha midiática dos que lutam pelo gás para os peruanos, respeito aos direitos humanos e o fim da perseguição aos que defendem o meio ambiente.
O PCP rechaça a ardilosa campanha de desprestígio contra nosso companheiro Mario Huamán Rivera, destacado líder do movimento sindical e popular que enfrenta valentemente a direita e a corrupção. Por isso, expressamos nossa firme solidariedade e exigimos do governo o fim desta suja campanha contra os opositores do regime.
Pedimos uma política econômica com redistribuição da riqueza para as grandes maiorias, um Estado planificador e promotor dos agentes produtivos.
Convocamos o governo para uma luta frontal contra o crime organizado. E que sejam sancionados rigorosamente os sequestradores e as organizações criminais, e que se garanta a segurança cidadã. Exigimos que a Polícia Nacional sirva para proteger os cidadãos e não para reprimir os opositores do regime.
Demandamos uma política energética soberana e exigimos gás para os peruanos e não para os estrangeiros. Reivindicamos a não construção da central hidroelétrica de Inambari pelos graves danos que causaria ao meio ambiente e à população.
Convocamos todas as forças de esquerda, nacionalistas, progressistas a somar-se na luta em defesa dos recursos naturais e da pátria e na luta frontal contra a corrupção. É hora da unidade ao lado do nosso povo e de iniciarmos a grande marcha de um governo democrático, popular e nacional rumo ao socialismo.
Renovamos nossa vocação unitária e de luta pela transformação da sociedade peruana.
Fazer do Peru uma pátria justa, digna e soberana, realmente democrática, onde as maiorias tenham acesso ao progresso e ao desenvolvimento, primeira condição para homens e mulheres serem livres, sonho que muitos heróis da independência defendiam.
Lima, 24 de julho de 2010.
Roberto De la Cruz Huaman, secretário geral do PCP
Traduzido por Valeria Lima
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