outubro 12, 2011

Aurélio Michiles é o homenageado da V Mostra Amazônica de Filme Etnográfico

PICICA:  Homenagem a Aurélio Michiles, com a exibição de seus filmes: “Davi contra Golias”, 10 min (1994) e “O Brasil grande e os índios gigantes”, 47 min (1995) - PALACETE PROVINCIAL - Manaus, AM - Praça Heliodoro Balbi - sexta, 21 de outubro · 19:00 - 22:00. Imperdível! Em tempo: leia a homenagem que Aurélio Michiles prestou em seu blog ao documentarista Adrian Cowell, o cineasta da floresta, falecido ontem, dia 11 de outubro. Acesse Ceuvagem.

Cineasta amazonense é o homenageado da V Mostra Etnográfica


alt         O cineastaAurélio Michiles é o grande homenageado da V Mostra Amazônica do Filme Etnográfico. Com esta homenagem, o Núcleo de Antropologia Visual da Ufam, coordenador do evento, pretende resgatar a imagem dos cineastas amazonenses que efetivamente têm um olhar valorativo do homem amazônico e de suas condições de vida. Quase toda a obra vídeo/cinematográfica deste amazonense é uma reflexão sobre a Amazônia e suas características, principalmente com os povos indígenas.

            Durante a V Mostra, que acontece de 21 a 27 de outubro, será oferecida ao público, em Mostra Paralela, a oportunidade de ver/rever sete produções de Aurélio Michiles. Os trabalhos são: O Brasil Grande e os Índios Gigantes; Davi Contra Golias; A Árvore da Fortuna; Guaraná, Olho de Gente; O Sangue da Terra; Gráfica Utópica; Que Viva Glauber!; Lina Bo Bardi; Teatro Amazonas; O Cineasta da Selva, este o seu filme mais conhecido, que aborda a vida de Silvino Santos, o pioneiro do cinema no Amazonas.
 
Aurélio Michiles
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       Nascido em Manaus, cursou os estudos secundários no Colégio Estadual do Amazonas, indo depois morar em Brasília, onde concluiu o curso de Arquitetura na UnB. Em seguida, fixa-se no Rio de Janeiro e lá estuda Montagem de Cinema com Gilberto Santeiro. Entre 1974 e 1977 participa como ator em várias montagens de teatro e filmes, fazendo pontas em “A $untina das Amerikas”, de Luiz Rosemberg Filho, “O Casamento”, de Arnaldo Jabor, e “Ajuricaba”, de Oswaldo Caldeira, este com filmagens em Manaus. Nos anos 1977/78 cursa Artes Cênicas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 1984 integrou a equipe que criou o programa técnico-científico “Globo Ciência e foi diretor-assistente de Walter Avancini na mini-série “Chapadão do Bugre”, exibida pela TV Bandeirantes.
            Dirigiu e roteirizou vários documentários para a televisão e o cinema. Com o docudrama “O Cineasta da Selva” foi agraciado com vários prêmios, destacando-se o Prêmio HBO de Cinema/97; Melhor Filme UNESCO/97; Melhor Filme de Diretor Estreante no Festival de Brasília/97; Melhor Filme Documentário CINEECO/99 e no Festival Viana do Castelo/2000, os dois em Portugal. Seu último trabalho, ainda inconcluso, é “Tudo Por Amor ao Cinema”, que deve ser lançado em 2012.
            Sobre seu trabalho como cineasta, o professor Arlindo Machado, da PUC de São Paulo e da USP, lhe atribui como um dos herdeiros da cinematografia de Glauber Rocha, “cuja influência foi visível sobre toda uma geração de videomakers, que desembarcou no movimento independente”. Para Gabriel Priolli, os recursos da câmara inquieta, suja e nervosa, a atuação totalmente engajada, opinativa e quente, mostraram à geração emergente de jovens realizadores que era possível fazer boa TV, embora mal comportada. “Exemplo direto dessa influência é o vídeo ‘Via Láctea, Dialética’, de Aurélio Michiles, no qual o cineasta registra a passagem de Glauber em Manaus, num teipe glauberiano até as vísceras. Michiles parte de um repertório heterodoxo para construir um painel esfuziante e caleidoscópico”.
 
            Estes breves comentários ressaltam a importância de Aurélio Michiles para o cinema brasileiro e, em especial, para o Amazonas. O Estado ainda espera que o prognóstico de Arlindo Machado, para quem ao ver o vídeo “Via Láctea, Dialética” afirmou ser Michiles o “precursor de um estilo amazonense de televisão”, possa efetivamente acontecer em trabalhos de novas gerações. 
 
Texto: Tomzé
Fotos: Divulgação

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