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Homenagem a Aurélio Michiles, com a exibição de seus filmes: “Davi contra Golias”, 10 min (1994) e “O Brasil grande e os índios gigantes”, 47 min (1995) - PALACETE PROVINCIAL - Manaus, AM - Praça Heliodoro Balbi - sexta, 21 de outubro · 19:00 - 22:00. Imperdível! Em tempo: leia a homenagem que Aurélio Michiles prestou em seu blog ao documentarista Adrian Cowell, o cineasta da floresta, falecido ontem, dia 11 de outubro. Acesse Ceuvagem.
Cineasta amazonense é o homenageado da V Mostra Etnográfica
O cineastaAurélio Michiles é o grande homenageado da V Mostra
Amazônica do Filme Etnográfico. Com esta homenagem, o Núcleo de
Antropologia Visual da Ufam, coordenador do evento, pretende resgatar a
imagem dos cineastas amazonenses que efetivamente têm um olhar
valorativo do homem amazônico e de suas condições de vida. Quase toda a
obra vídeo/cinematográfica deste amazonense é uma reflexão sobre a
Amazônia e suas características, principalmente com os povos indígenas.
Durante
a V Mostra, que acontece de 21 a 27 de outubro, será oferecida ao
público, em Mostra Paralela, a oportunidade de ver/rever sete produções
de Aurélio Michiles. Os trabalhos são: O Brasil Grande e os Índios
Gigantes; Davi Contra Golias; A Árvore da Fortuna; Guaraná, Olho de
Gente; O Sangue da Terra; Gráfica Utópica; Que Viva Glauber!; Lina Bo
Bardi; Teatro Amazonas; O Cineasta da Selva, este o seu filme mais
conhecido, que aborda a vida de Silvino Santos, o pioneiro do cinema no
Amazonas.
Aurélio Michiles
Nascido
em Manaus, cursou os estudos secundários no Colégio Estadual do
Amazonas, indo depois morar em Brasília, onde concluiu o curso de
Arquitetura na UnB. Em seguida, fixa-se no Rio de Janeiro e lá estuda
Montagem de Cinema com Gilberto Santeiro. Entre 1974 e 1977 participa
como ator em várias montagens de teatro e filmes, fazendo pontas em “A
$untina das Amerikas”, de Luiz Rosemberg Filho, “O Casamento”, de
Arnaldo Jabor, e “Ajuricaba”, de Oswaldo Caldeira, este com filmagens em
Manaus. Nos anos 1977/78 cursa Artes Cênicas na Escola de Artes Visuais
do Parque Lage. Em 1984 integrou a equipe que criou o programa
técnico-científico “Globo Ciência e foi diretor-assistente de Walter
Avancini na mini-série “Chapadão do Bugre”, exibida pela TV
Bandeirantes.
Dirigiu
e roteirizou vários documentários para a televisão e o cinema. Com o
docudrama “O Cineasta da Selva” foi agraciado com vários prêmios,
destacando-se o Prêmio HBO de Cinema/97; Melhor Filme UNESCO/97; Melhor
Filme de Diretor Estreante no Festival de Brasília/97; Melhor Filme
Documentário CINEECO/99 e no Festival Viana do Castelo/2000, os dois em
Portugal. Seu último trabalho, ainda inconcluso, é “Tudo Por Amor ao
Cinema”, que deve ser lançado em 2012.
Sobre
seu trabalho como cineasta, o professor Arlindo Machado, da PUC de São
Paulo e da USP, lhe atribui como um dos herdeiros da cinematografia de
Glauber Rocha, “cuja influência foi visível sobre toda uma geração de
videomakers, que desembarcou no movimento independente”. Para Gabriel
Priolli, os recursos da câmara inquieta, suja e nervosa, a atuação
totalmente engajada, opinativa e quente, mostraram à geração emergente
de jovens realizadores que era possível fazer boa TV, embora mal
comportada. “Exemplo direto dessa influência é o vídeo ‘Via Láctea,
Dialética’, de Aurélio Michiles, no qual o cineasta registra a passagem
de Glauber em Manaus, num teipe glauberiano até as vísceras. Michiles
parte de um repertório heterodoxo para construir um painel esfuziante e
caleidoscópico”.
Estes
breves comentários ressaltam a importância de Aurélio Michiles para o
cinema brasileiro e, em especial, para o Amazonas. O Estado ainda espera
que o prognóstico de Arlindo Machado, para quem ao ver o vídeo “Via
Láctea, Dialética” afirmou ser Michiles o “precursor de um estilo
amazonense de televisão”, possa efetivamente acontecer em trabalhos de
novas gerações.
Texto: Tomzé
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação
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