outubro 24, 2011

O caso da ponte chinesa não é parâmetro comparável ao caso da ponte amazonense

PICICA: Uma ponte chinesa vem sendo usada como argumento sobre custo de obra mais barata que a ponte do Rio Negro. Sucede que o exemplo não é dos melhores, apesar das evidências, que são mais aparentes que reais. Vamos ao caso. Segundo o site Brasil 247, "com apenas 3,6 quilômetros de extensão, uma vistosa ponte sobre o rio Negro, em Manaus, é mais um exemplo de como são elásticos os orçamentos de obras sob os cuidados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Orçada inicialmente em R$ 574,8 milhões, sua construção, até aqui, já consumiu dos cofres públicos nada menos que R$ 1,07 bilhão. Ou, na prática, o dobro que fora previsto. Isso significa que o custo por quilômetro desta ponte é de R$ 297,5 milhões até aqui. (Até aqui morreu Neves). Um preço estratosférico se for comparado com o custo por quilômetro da recém inaugurada maior ponte do mundo, sobre a baía de Jiaodhou, na China. (Aqui, a porca torce o rabo). Com 42 quilômetros de extensão, a complexa via elevada chinesa, com múltiplas entradas e saídas, teve um custo por quilômetro de R$ 57 milhões. Ao final dos trabalhos de construção, quatro anos depois do início das obras, a ponte chinesa apresentou um preço final de R$ 2,4 bilhões. Porém, se tivesse sido construída no Brasil, pelos critérios do DNIT empregados na construção da ponte sobre o rio Negro, o custo final da ponte chinesa ficaria em R$ 12, 4 bilhões. Isso aconteceria se o orçamento inicial estourasse, como é típico no Brasil, e como realmente aconteceu no caso da ponte sobre o rio Negro. Mesmo, no entanto, que atendesse o orçamento original, ainda assim uma ponte de 42 quilômetros, a exemplo da chinesa, custaria no Brasil R$ 6,6 bilhões – mais de três vezes o volume de dinheiro gasto, por quilômetro construída, pela China com sua ponte. (Trocando em miúdos: Para o leitor Isnard Carvalho, "commodites são minério de ferro (que a China compra mais barato que banana )para o aço das siderúrgicas chinesas, mais o cimento sem impostos e consumidos internamente e mais o tamanho dos subsídios agregados dos milhões de trabalhadores da China, que num enorme exército de escravos, sobem edifícações a toque de caixa pelo país afora. Não se pode comparar,de forma alguma,os preços de construções na China com nenhum país do mundo, notoriamente com o Brasil, após o "boom" da construção civil que marjorou os preços da mão de obra (escassa em todos os rincões e consequentemente, CARÍSSIMA) e, para as construtoras, o material de construção NÃO TEM a redução de impostos da cesta básica do material de construção do povão. Não duvido de superfaturamentos e outras aberrações, porém esse tipo de falácia aqui apresentada nada tem de ligação entre duas realidades absolutamente distintas. O mundo inteiro se preocupa com essa discrepancia chinesa, que está levando economias a banca rota, por todos os cantos do planeta.fiquem atentos e não caiam na primeira coisa que falam por aí sem a luz do discernimento necessário, próprio de uma intenção clara de confundir quando, na verdade, serviria, sim, para esclarecer as tais diferenças do tal "crescimento" chines, que, à custa de muitas vidas e do sacrifício da imensa maioria paupérrima de seu povo, segue desregradamente a sua trajetória de "desenvolvimento" com todas as características de país subdesenvolvido. Basta lembrar que 60% dos chineses vivem na zona rural, morando, muitas vezes, em buracos escavados nas encostas e com arados medievais, como ferramenta de trabalho. Lamentável.)
A ponte chinesa - imagem postada em Brasil 247

Nenhum comentário: