PICICA: "Durante a Marcha (antes e depois dela também) não faltou quem se
dissesse contra o nome escolhido ou contra a manifestação em si. Porém,
também não faltaram mulheres com coragem e peito (sim, eles estiveram
fora de blusas e sutiãs) para marchar e gritar que não toleramos mais
que nos ensinem a não sermos estupradas, que nos ensinem como nos
vestir, como nos comportar sexualmente."
Marcha das Vadias do Recife: explicitando a violência sexual
“Zaverucha não me estupre”, essa foi uma das frases usadas pelas vadias que compuseram a Marcha. Para quem não sabe, Jorge Zaverucha é um professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do curso de Ciências Políticas. No início do mês de maio foi condenado por ter abusado sexualmente de uma aluna e servidora da universidade. Uma vitória das feministas do Recife.
Boatos de corredor que relatam assédio de professores sobre alunas inundam muitas faculdades e universidades brasileiras. Para deixar de ser fofoca e virar ação penal é preciso mobilização. É preciso que se deixe de culpabilizar a vítima. É preciso que se mostre o nome e a cara dos “senhores de renome da academia”. Foi tudo isso que ficou explícito na Marcha das Vadias.
Durante a Marcha (antes e depois dela também) não faltou quem se dissesse contra o nome escolhido ou contra a manifestação em si. Porém, também não faltaram mulheres com coragem e peito (sim, eles estiveram fora de blusas e sutiãs) para marchar e gritar que não toleramos mais que nos ensinem a não sermos estupradas, que nos ensinem como nos vestir, como nos comportar sexualmente.
O grupo de teatro feminista ‘Loucas de Pedra Lilás‘ esteve à frente da caminhada, mostrando que política também se faz com arte. E, que a arte também é uma forma de protesto. Uma ciranda feminista foi dançada em plena avenida Guararapes, atrapalhando o tráfego, mas deixando embasbacados aqueles que nunca viram tantas mulheres juntas gritarem por sua liberdade.

Mulheres do grupo de teatro feminista Loucas da Pedra Lilás. Marcha das Vadias Recife 2012. Foto de Luna Markman/G1
Ah! Minha eterna admiração pela moça que percorreu os mais de dois quilômetros de caminhada, apenas de calcinha: “porque a porra da buceta é minha”.
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