O ator Alex Mello interpreta Arthur Bispo do Rosário em "Andança - Vida e Obra de Arthur Bispo do Rosário".
"Em surto psicótico no dia 24 de dezembro de 1939, Arthur Bispo do Rosário foi preso e encaminhado ao Hospital dos Alienados na Praia Vermelha (Rio de Janeiro). Diagnosticado esquizofrênico paranóide, nos 50 anos que se seguiram construiu uma obra ímpar na história da configuração plástica brasileira. Movido por uma vontade indestrutível de retormada da razão através do esforço organizatório, Bispo é o paradigma da liberdade na construção artística contemporânea pela qualidade latente em seu fazer que demanda ressignificações pela Psicanálise, pela Sociologia, pela História da Arte, pela Semiótica e pela Antropologia. Bispo é a possibilidade de renovos na cognição sobre a construção artística porque na amplitude de seu constructo fora do tempo racional, emerge com indagações para renovados ajuizamentos sobre o belo que demanda amor e o sublime que antecipa respeito".
Este é o texto da orelha do livro "Arthur Bispo do Rosário - Arte e Loucura", de Jorge Anthonio e Silva, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-São Paulo, mestre em Literatura e Arte Espanhola pela Universidade de Salamanca, membro da Associação Paulista de Críticos de Artes, professor de história da Arte na FAAP-SP. Além disso é pesquisador em estética e autor de Nives Painters Brazil - Ivonaldo (Empresa das Artes), O Fragmento e a Síntese (Editora Perspectiva); é editor de Aishesis - Revista de Estética e Crítica de Arte Brasileira; é curador do evendo multidisciplinar sobre Arthur Biospo do Rosário no Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo: Ordenação e Vertigem.
O livro foi originalmente uma dissertação de mestrado sob a orientação da professora doutora Sandra Chalhub. Para o autor, a prática da psiquiatria hegemônica do passado apartou Arthur Bispo do Rosário do âmbito da cultura lançando-o nos intramuros do manicômio, que "mais produzia ausência mórbida de vontade e impotência para a ação". Não para aquele sergipano de Japaratuba, que "exercitou compulsivamente a atitude para a ordem, como que a produzir arranjos exteriores nos quais a dissociação interior pudesse se refletir ordenadamente".
No estudo da gênese do procedimento criativo de Arthur Bispo do Rosário, Jorge Anthonio e Silva lembra que a loucura não é prenúncio obrigatório para a arte. Para ele trata-se de um caso raro, rico e qualitativo "tanto para o estudo da loucura criativa, quanto para o estudo da possibilidade da desrazão se tornar, por meio da razão, um universo de expressão criativa do eu dissociado".
Jorge Anthonio e Silva é um dos que escreveu - e muito ainda será escrito - sobre sobre os feitos de Arthur Bispo do Rosário. Para ele, o filho de Adriano Bispo do Rosário e Blandina Francisca de Jesus, foi "esse homem ímpar, capaz de mobilizar tudo o que o mundo das utilidades tornou dejeto e, neles, impregnar um sentido transcendente incômodo à razão comum".
NOTA1: Para adquirir essa obra imprencindível na pesquisa sobre o tangenciamento da arte pela loucura consulte Quaisquer-SP pelo e-mail: atendimento@dialetica.com.br ou pelo fone/fax: (0xx11) 5084-4544.
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NOTA2: Jorge Anthonio e Silva esteve no Encontro Nacional de Saúde Mental realizado pela Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial e pelo Conselho Federal de Psicologia, com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, entre 13 a 16 de julho de 2006.
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