abril 27, 2007

Carta Aberta ao deputado Francisco Praciano

Meu caro companheiro deputado Francisco Praciano

O objetivo dessas mal-traçadas é parabenizá-lo pela iniciativa de interpelar o Ministério da Educação quanto ao prejuízo em que se encontram cerca de 1000 alunos da Universidade Federal do Amazonas devido a falta de professores em sala de aula.

Gostaria de agregar outros dados preocupantes, para que sejam igualmente objeto de defesa do ensino de qualidade na nossa querida UFAM junto ao Ministério da Educação. Semana passada, na condição de mestrando do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia, na linha Sociedade, Estado e Políticas Públicas na Amazônia, participei com outros alunos dos anos de 2005 e 2006 da avaliação promovida pela CAPES, que, como se sabe, é uma fundação do Ministério da Educação, que investe no desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu focada na formação de pessoal qualificado no Brasil e no exterior, sendo responsável por mais da metade das bolsas de pós-graduação no país, e que, avalia cursos de mestrado e doutorado, além de financiar a produção e a cooperação científica.

Pois bem! Em causa, a possibilidade de aprovação do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia, em nível de doutorado. Chamo atenção para o item “produção científica”, um dos fundamentos capitais para a aprovação de tão nobre demanda. Corremos o risco de ver o sonho de alunos e professores ser mais uma vez adiado por uma razão: esgotados, os professores se desdobram em obrigações acadêmicas para com o curso de graduação e a pós-graduação, sem que haja tempo possível para por em dia sua produção científica, exigência do CAPES para a devida habilitação de programas de doutorado.

A competência dos nossos professores está acima de qualquer suspeita, haja vista a grande variedade de teses e dissertações publicadas pela Editora da Universidade do Amazonas, bem como a existência de revistas científicas que resistem heroicamente a despeito das adversidades. Mas, convenhamos, com a sobrecarga advinda da existência de poucos professores, é impossível arranjar tempo para a produção desejável dos artigos que problematizam a realidade brasileira, inclusive sobre as determinantes estruturais que levaram a Universidade Federal do Amazonas a viver esse período tão angustiante para professores e alunos, cuja gênese, certamente, vem de longe. É urgente a abertura de concurso público para contratação de novos professores.

Confio no diligente trabalho do querido companheiro na busca das soluções reclamadas pela UFAM.

Fraternalmente,

Rogelio Casado
PS: Conheça a CAPES; acesse http://www.capes.gov.br/

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