Ruínas da Loucura, um documentário que não chegará em Manaus por vias normais

Ruínas da Loucura tem lançamento no CineBancários

documentário da Modus Produtora e pH 7 filmes propõe reflexão sobre sociedade sem manicômios

O filme Ruínas da Loucura, que instiga a reflexão sobre uma sociedade sem manicômios, será lançado em sessão especial no dia 6 de abril, às 19h30min, no CineBancários (General Câmara, 424, fone 3433-1200), em Porto Alegre. Antes da sessão, o público poderá conferir o making off e as fotos de Jacqueline Joner, produzidas durante as gravações do documentário, acompanhados da trilha sonora do filme.

Documentário em vídeo digital, com duração de 26 minutos, Ruínas da Loucura tem direção de Mirela Kruel e Karine Emerich. O projeto da Modus Produtora e pH 7 filmes foi o único gaúcho entre os 7 vencedores do 1º Concurso Fiocruz Vídeo para produções audiovisuais sobre saúde da Fundação Oswaldo Cruz/RJ. Concorreram 155 produções inscritas de todo o Brasil. As gravações foram realizadas no final de 2008, em Viamão e Porto Alegre. A finalização aconteceu no início deste ano.

Ruínas da Loucura conta a história de pessoas anônimas como Ecton, Jorge, Israel, Abel, Marli e seus dois irmãos, ex-pacientes da Unidade Dom Bosco do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Em um novo lar, no Serviço Residencial Terapêutico Morada Viamão, nos fundos de um prédio semi-abandonado, pacientes antes reclusos experimentam uma nova vida em quartos sem grades, com janelas abertas para o mundo.

Com o documentário, a produtora pretende trazer à tona a discussão sobre a singularidade e o processo de implantação de uma sociedade sem manicômios. A partir do resgate de lembranças dos moradores e de depoimentos da comunidade onde se inserem traz um novo olhar para a saúde mental. Um dos diferenciais do filme está no fato dos personagens também produzirem o vídeo, participando da captação de imagens, través de seus olhares.

“Percebíamos, enquanto o Ruínas tomava corpo, que a inserção social pode e deve estar relacionada ao contato e produção da arte, da cultura e da comunicação. Durante todo processo, uma atmosfera de intensidade tomou conta do Morada Viamão, seus arredores e outros pontos, irradiando vida, desmistificando a loucura e abrindo possibilidade de novos encontros com a cidade”, declarou Rafael Wolski de Oliveira, coordenador do Morada Viamão.

O filme teve sua pré-estréia em março, apresentado em sessão fechada aos moradores e funcionários do Serviço Residencial Terapêutico Morada, que fazem parte do elenco. Na ocasião, a equipe de produção gravou as reações e depoimentos dos protagonistas sobre o que viram na tela. “O filme vai ficar na história da minha vida e de todos os lugares do Brasil”, afirmou Israel Rodriguez, um dos residentes que integram o elenco e que, no filme, mostra suas habilidades de capoeirista.

Para referência
Em Viamão, um edifício semi-abandonado guarda histórias dos antigos moradores da Unidade Dom Bosco do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Nos fundos, em quatro casas, funciona o Serviço Residencial Terapêutico Morada Viamão para onde se mudaram em julho de 2005. Este é o lar dos personagens do documentário.

Ficha técnica
Documentário, 26 minutos, DV, cor, 2009, RS/Brasil
Direção: Karine Emerich e Mirela Kruel
Roteiro: Karine Emerich
Produção Executiva e Direção de Produção: Cris Reque
Direção de Fotografia e Imagens: Mirela Kruel
Montagem: Kiko Ferraz
Trilha Sonora: Marcelo Fruet
Edição e Mixagem de Som: Tiago Bello
Assistente de Direção: Ricardo Mendes
Operador de Áudio: Leandro Lefa
Assistente de Câmera: Eduardo Fazal
Artista Gráfico: Rafael Sica
Fotografias: Jacqueline Joner
Assessoria técnica em saúde: Rafael Wolski
Financiamento: Fiocruz Vídeo / Fundação Osvaldo Cruz / Ministério da Saúde
Produção: Modus Produtora de Imagens / Ph7 filmes

Serviço:
Sessão especial de lançamento do documentário Ruínas da Loucura
Data: 6 de abril de 2009 – 19h30min
Local: CineBancários - rua General Câmara, 424 / Telefone: 3433.1200)

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Correio do Povo

Porto Alegre, segunda-feira, 6 de abril de 2009

A LOUCURA DESMISTIFICADA

Documentário propõe debate sobre uma sociedade livre de manicômios

Hoje, a partir das 19h30min, no Cine Bancários (General Câmara, 424) será lançado o documentário 'Ruínas da Loucura'. Antes da exibição o público poderá conferir o making off e as fotos de Jacqueline Joner, produzidas durante a gravação do documentário, acompanhados da trilha sonora do filme.

Gravado em vídeo digital, com duração de 26 minutos, 'Ruínas da Loucura' tem direção de Mirela Kruel e Karine Emerich. Como protagonistas, pessoas que viveram por muitos anos em hospitais psiquiátricos e hoje experimentam uma nova vida em quartos sem grades, com janelas abertas para o mundo. O projeto, da Modus Produtora, foi um dos vencedores do 1º Concurso Fiocruz Vídeo para produções audiovisuais sobre saúde da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. Foi o único gaúcho entre os sete vencedores; concorreram um total de 155 produções, de todo o país.

O documentário conta a história de pessoas anônimas, como Ecton, Jorge, Israel, Abel, Marli e seus dois irmãos, ex-pacientes da Unidade Dom Bosco do Hospital Psiquiátrico São Pedro, na capital gaúcha. Instalados em um novo lar, o Serviço Residencial Terapêutico Morada Viamão, que funciona nos fundos de um prédio semiabandonado, pacientes anteriormente reclusos experimentam, desde julho de 2005, uma nova vida. O filme tem como objetivo trazer à tona a discussão sobre a singularidade e o processo de implantação de uma sociedade sem manicômios. A partir do resgate de lembranças dos moradores e de depoimentos da comunidade onde se inserem, traz um novo olhar para a saúde mental.

Um dos diferenciais está no fato de os personagens também produzirem o vídeo, participando da captação de imagens, através de seus olhares. 'Percebíamos, enquanto o ‘Ruínas’ tomava corpo, que a inserção social pode e deve estar relacionada ao contato e produção da arte, da cultura e da comunicação. Durante o processo, uma atmosfera de intensidade tomou conta da Morada Viamão, seus arredores e outros pontos, irradiando vida, desmistificando a loucura e abrindo possibilidade de novos encontros com a cidade', declarou Rafael Wolski de Oliveira, coordenador da Morada.