Nota do blog: Dedico o poema abaixo, de autoria do imortal Bertold Brecht, ao não menos imortal Moacy Cirne. Conheço esse ilustre potiguar através do campo das letras. É isso mesmo. Nunca o vi pessoalmente, mas a leitura dos seus textos estavam entre os prazeres da minha juventude. Pra minha surpresa, um belo dia surgiu no meu blog, entre meus honrosos seguidores, com direito a fotografia, o autor da “Explosão Criativa dos Quadrinhos” e a “A Linguagem dos Quadrinhos”. Desconheço as razões que levaram Moacy Cirne a estar entre meus seguidores. Agora que o redescobri, quem lhe seguirá os passos sou eu. Há tempos queria homenageá-lo. Porém não encontrei seus livros. Também, pudera!, o poeta Simão Pessoa – curtidor de quadrinhos – havia feito um empréstimo compulsório desses dois clássicos no final dos anos 1970, prazo que ele resolveu ampliar até o século XXI. O fato é que esses dois livros pioneiros sobre a estrutura narrativa das estórias em quadrinhos, publicados pela Vozes no início dos anos 1970, respondia a grande pergunta universitária daquele momento: “Por que os quadrinhos foram redescobertos criticamente?”. Roberto Evangelista, outro grande curtidor de quadrinhos – que, como todos nós na infância, freqüentou as calçadas da Livraria Escolar e do Cine Guarany para troca de gibis, ali pelos anos 1960 – certamente devorou o livro de Moacy Cirne. Mas são os poemas processos desse mestre das letras que deu, para mim, uma outra perspectiva cultural e estética para a poesia. Convido-te a visitar a página POEMA/PROCESSO, onde ficou postada por vários dias um poema/processo muito caro a todos que lutam por uma sociedade sem manicômios (imagem e texto de Arthur Bispo do Rosário, síntese perfeita para um poema/processo). Li em algum lugar que o jazz de John Coltrane está entre os preferidos do grande Moacy Cirne, que voltou a morar na paradisíaca cidade de Natal. Te convido, também, a ler os poemas-processos, bem como um outro blog de Moacy Cirne: Balaio Porreta 1986, sob o som do imortal John Coltrane (ao lado, acessível em PICICA musical).
PRAZERES
Bertold Brecht
A primeira olhada pela janela de manhã
O velho livro de novo encontrado
Rostos entusiasmados
Neve, a mudança das estações
O jornal
O cão
A dialética
Tomar banho, nadar
Velha música
Sapato confortável
Perceber
Nova música
Escrever, plantar
Viajar
Cantar
Ser amigo.
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