Nota do blog: Juan Casado, 4 anos de idade, participou de duas Caravanas das Águas em defesa do tombamento do Encontro das Águas, para impedir o desastre ecológico anunciado pela construção de um porto na região das Lajes, em frente do Encontro das Águas (rio Negro e rio Solimões), onde nasce o rio Amazonas em território brasileiro. Na fotografia acima ele aparece rindo ao saber que o IPHAN finalmente tomou a iniciativa de iniciar o processo de tombamento do Encontro das Águas, o que deixará um importante legado às futuras gerações. A Associação Amigos de Manaus ajudou a por um tijolinho nessa construção liderada pela valorosa comunidade da Colônia Antônio Aleixo. Já o senador João Pedro, do Partido dos Trabalhadores, ajudou com uma carrada de tijolos ao enviar documento pedindo a instauração do processo de tombamento do Encontro das Águas ao Ministro da Cultura. Do IPHAN nacional ao IPHAN local houve um lapso de tempo próprio das burocracias. Ainda bem que ele vem antes da anunciada audiência pública para discussão do EIA-RIMA na comunidade do bairro Colônia Antônio Aleixo. Tá chegando a hora da cobra fumar. Elisa Wandelli, nossa intrépida bióloga, na mensagem abaixo tá pedindo ajuda a todos os amigos de Manaus que queiram colaborar na defesa do nosso maior patrimônio paisagístico e cultural. Se você tem algo a dizer, não deixe de se manifestar.
Prezados amigos de Manaus
O IPHAN –Am instaurou procedimento administrativo para o tombamento do Encontro das Águas dos rios Solimões e Negro que formam o Rio Amazonas. Em toda a rica região Amazônica, somente o Parque Nacional do Jaú é Patrimônio da Humanidade pela UNESCO tem título igual, título este que será pleiteado ao Encontro das Águas assim que for declarado Patrimônio Cultural e Paisagístico do Brasil. Este status é fundamental para o favorecimento da proteção e a recuperação da região do Encontro das Águas que é vítima de todo tipo de depredação, como resíduos tóxicos do Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, da instalação de imensos portos e estaleiros clandestinos, dos dejetos lançados nas águas pelos navios e balsas, da pesca predatória, da degradação e desmatamento das florestas ciliares por empreendimentos ilegais.
Os membros do movimento SOS Encontro das Águas estiveram na sexta feira na sede do IPHAN do Amazonas para conhecer detalhes do procedimento administrativo constituído para o tombamento do Encontro das Águas e que será enviado no próximo dia 12 de agosto ao MEC. O polígono de delimitação do tombamento não contempla toda a região do Encontro das Águas pleiteada pelo SOS Encontro das Águas para ser transformada em Unidade de Conservação de Uso Sustentável, que abrange desde a ilha do Marapatá até 12 km a jusante da foz do rio Negro. Entretanto, a proposta do IPHAN de delimitação da área a ser tombada como Patrimônio Cultural e Paisagístico representa um bom começo na concretização da conservação e recuperação da região do Encontro das Águas. A área proposta para ser tombada pelo IPHAN abrange desde a região do Xiborena, incluindo o Lago do Catalão, seguindo em linha reta até a falésia e as lajes que constituem o Sitio Geológico Ponta das Lajes, passando pelo Lago do Buraco do Osmar e a restinga do lago do Aleixo até sua foz, onde segue para a margem direita do rio Amazonas e abrange toda a Terra Nova.
Durante a reunião a Prof. Elena Franzinelli e o Prof. Airton Igreja da UFAM contribuíram com importantes e inovadoras informações sobre a geologia, a paleontologia e a hidrologia do Encontro das Águas.
O tombamento do Encontro das Águas será um fato histórico que faz jus ao mais emblemático símbolo da cultura e da natureza da Amazônia e representa um novo capítulo no trato com os recursos naturais e uma grande conquista do movimento socioambiental de Manaus liderado pela comunidade da Colônia Antônio Aleixo em prol da conservação e recuperação da região do Encontro das Águas.
Os membros do movimento SOS Encontro das Águas se comprometeram em entregar até segunda-feira ao IPHAN argumentos que justifiquem o tombamento do Encontro das Águas, cujas autorias serão respeitadas. Adoraríamos poder contar com suas argumentações científicas, conhecimentos populares, publicações e materiais visuais que poderiam comprovar a importância cultural e ecológica do Encontro das Águas para a Amazônia e o mundo. Os materiais deverão ser entregues ao IPHAN ou enviados ao superintendente (andrelsr@iphan.gov.br) com cópia para amanamanaus@gmail.com até segunda-feira.
Obrigada
Elisa Wandelli
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