janeiro 12, 2010

A mídia corporativa continua a produzir falsos escândalos


Oleo do Diabo

Mudei de idéia: III PNDH veio em boa hora


No post anterior, declarei que o decreto presidencial que criou o III Programa Nacional de Direitos Humanos havia sido um grande erro. Pensei melhor e mudei de idéia. Ninguém fica imune à histeria midiática. É como uma doença a contaminar toda a sociedade, mesmo aqueles que se crêem imunes. Eu achei um erro porque considerei o prejuízo eleitoral. Mas um governo não pode fazer tudo pensando em eleições, sob o risco de... perder eleições. Também me arrependi da defesa que fiz do não-confronto. Porquê não? Qual é o limite entre a estratégia eleitoral e a covardia?

A coragem, usada com justiça, sempre será valorizada.

Além disso, uma coisa me deixou revoltado. A carnaval de setores midiáticos em torno do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos produziu, mais uma vez, muito mais desinformação do que outra coisa. Aquele insano alucinado da Veja disparou calúnias inacreditáveis, ao mesmo tempo em que ditava pautas, com arrogância infinita, à imprensa nacional. E a imprensa nacional obedeceu! O Globo pediu desculpas em editorial por não ter percebido, no momento em que o decreto foi divulgado, em dezembro do ano passado, a gravidade do documento. Alegou que distraíra-se com o novo visual da ministra Dilma Rousseff.

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O III PNDH traz mudanças, claro. Se não as houvesse, não haveria razão de lançar uma terceira edição. Está mais completo, e contempla um pouco mais a opinião dos movimentos sociais. No entanto, o espírito do documento permanece o mesmo. E recebeu apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de juristas notáveis, muitos dos quais ligados à oposição tucana. A mídia, como de praxe, tem sido muito oposicionista que a própria oposição partidária. A OAB paulista, claro, aquele ninho de direitistas radicais, que patrocinou o Cansei (novamente na contramão da entidade nacional) e reelegeram o demista Flávio D'Urso para presidente, marcou posição entre os críticos.

Neste programa exibido na Globonews, José Gregori, um dos nomes mais respeitáveis do tucanato, ex-ministro da Justiça de FHC e atual secretário de Justiça da prefeitura de Kassab, do DEM, defende o III PNDH. Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e igualmente figura ligada ao conservadorismo político (muito longe do bolivarianismo radical que pretendem atribuir ao documento), também defendeu o texto assinado por Lula.

E Paulo César Pinheiro, relator da ONU e ex-membro da gestão fernandista, dá uma entrevista definitiva sobre o decreto, explicando que ele é uma atualização racional das edições anteriores, assinadas pelo ex-presidente.

Pela milésima vez a mídia produziu um escândalo falso.

Em primeiro lugar, o III Programa Nacional de Direitos Humanos não é vinculante. Suas propostas não têm valor constitucional, pois ainda serão discutidas pelo Congresso, onde serão mais uma vez expostas ao debate público. Serão votadas pelos representantes do povo e, se aprovadas, aí sim serão integradas à Constituição Brasileira.

Em virtude das personalidades de alto valor intelectual e moral que o defendem, de um lado, e da vileza e desonestidade dos que o atacaram com calúnias e disparates dos que o atacaram, creio que se trata de um documento que contém avanços importantes para a sociedade brasileira, preparando-a para um estágio mais avançado e mais livre de civilização.

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