abril 06, 2011

Ah, as sutilezas da mídia! O caso Muraki.

Diário do Amazonas - 06.04.2011
PICICA: Ah, as sutilezas da mídia! No calor da pauta das supostas irregularidades que envolvem a MURAKI – fundação de apoio à Universidade do Estado do Amazonas – organização cuja história está por ser contada, abriu-se um caminho que os noticiários não dão conta de bem informar o contribuinte amazonense. Há mais coisas entre o céu e a terra do que se sabe sobre a natureza dos processos decisórios da entidade e a relação desta com a reitoria da UEA. Razão pela qual é justo reclamar que venha a luz o histórico dessa fundação, sob pena de recair injustamente responsabilidades sobre quem não as tem. Pouco se sabe das razões pelas quais o papel dos reitores era meramente decorativo. Tanto assim que os processos decisórios ocorriam, em larga maioria dos casos, à sua revelia. Do contrário, não se justifica que dois experientes administradores convivessem com tantos problemas que só agora vieram à luz. No momento que a decisão, tomada corretamente pela atual gestão da UEA, em encerrar alguns programas cujo prazo de validade chegara ao final e reduzir a folha de pagamento em números expressivos - exigência que está na agenda do momento econômico atual do país -, deixar de elucidar as relações que teriam criado eventuais irregularidades é permitir suspeição de incompetência, abuso de poder e improbidade administrativa, que não fazem parte do currículo dos gestores anteriores. Devagar com o andor. Reconstruir essa e outras histórias que envolvem a UEA é ir mais fundo e adiante. Como, por exemplo, ir ao encontro do clamor de poucos, e o silêncio de muitos, sobre o decreto que permitiu, com o apoio da maioria parlamentar, o uso de parte dos recursos do Polo Industrial de Manaus para outros fins que não sejam a manutenção desta universidade. Fosse a totalidade dos recursos destinados a este prosaico objetivo, menor seria o impacto dos rigores impostos pelo atual momento econômico do país. O resto é jogo de tabuleiro político. Entretanto, o tema entrou para o rol dos tabus e do imbróglio fratricida que envolve o arco de alianças políticas no Estado, com a omissão de uns e o acirramento de outros. A mídia pode cumprir seu papel com mais eficiência. Até agora ela ofereceu muito pouco para a formação de opinião. Além disso, fora da mídia há outros recursos para esclarecimento público. Audiência pública é uma delas. Se são medidas saneadoras o que se precisa, que elas venham com tudo o que nós contribuintes somos merecedores.

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