PICICA: Ainda não foi desta vez que o radio amazonense conseguiu fazer da pauta do Dia Nacional da Pessoa Autista um programa informativo de verdade. É surpreendente a indigência com que o tema é tratado. Superficial e desinformativo é o que se pode dizer da abordagem de pelo menos dois programas ouvidos por este picicanalista. Num deles, compromissos comerciais impedem uma análise mais abrangente das questões que envolvem o autismo. No outro, a piedade cristã - o mais impotente dos sentimentos humanos - subtraiu dos ouvintes a sobrecarga das famílias que convivem com as pessoas autistas, sobretudo quando na primeira infância. Nada se informa sobre a sobrecarga que racai sobre os familiares, especialmente às mulheres, quanto aos cuidados exigidos pelo autista num cenário de ausência de políticas públicas. Quando trabalhei no Programa Saúde da Família, criada pelo então prefeito Alfredo Nascimento, vi crianças autistas, filhos de famílias pobres da periferia da cidade, no mais absoluto abandono, fora do alcance de qualquer política pública. O desserviço provocado pelo programa de rádio reside no fato de que este quadro permanece na penumbra, invisível aos olhos da sociedade. No injusto sistema da economia capitalista atual, quem não tem poder contratual não tem acesso a serviços de saúde. É o caso da grande maioria das famílias pobres. Ainda assim o ônus da organização e da oferta de cuidados depende dos interessados, dentro da velha divisão de classes. Ricos para um lado, remediados para outro, e pobres sem saber para onde correr. Ainda carecemos de uma política pública para este segmento da sociedade. Sobre isto, o silêncio de parte da mídia.
Brasil se pinta de azul no Dia Nacional da Pessoa Autista
Neste sábado, dia 2 de abril, vários pontos turísticos do país vão ser iluminados de azul, para comemorar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A campanha, “Ilumine de Azul” ou “Solidariedade é Azul”, acontece desde 2007, e neste ano vai iluminar o Congresso Nacional, o Cristo Redentor, o Gasômetro em Porto Alegre, a Ponte Estaiada em Teresina, os Três Reis Magos no Rio Grande do Norte, o Monumento às Bandeiras e o Viaduto do Chá, em São Paulo.
O Coordenador do Setorial Nacional de Pessoas com Deficiência do PT, Antonio José Ferreira, também defende que o autista precisa de políticas públicas para ser melhor compreendido pela sociedade. “É uma política pública importante para justamente melhorar a vida dessas pessoas. Então é importante para que a sociedade possa compreender melhor a realidade desta pessoa, e assim poder atendê-la e aceita-la, e é para isso que temos o Dia Nacional da Pessoa Autista, para justamente dar essa visibilidade, para a vida dessas pessoas”.
O senador Wellington Dias (PT/PI), explica porque o uso da cor azul e defende a conscientização para melhor conhecer esse transtorno do espectro autista. “O azul é a cor que ele mais se afeiçoa. Então, para mim que sou pai de uma pessoa que é autista, que é a Daniele, a minha filha creio que é uma vitória muito grande e acho que é um passo decisivo que o Parlamento está dando”.
Já o senador Lindbergh Farias (PT/RJ) acredita que a participação do Senado nessa campanha mundial serve como estímulo aos pais que lutam para superar todas essas deficiências. “Esse é um movimento mundial, o dia 2. Então, em vários países do mundo isso vai estar acontecendo, mas eu acho que o Brasil está entrando bem nessa luta. Eu acho, sinceramente, que a gente pode ajudar a melhora a vida de muita gente. E a gente sabe, principalmente, do esforço das mães e dos pais. São guerreiros, lutadores. E como o estímulo é importante, então essa semana é a semana do autismo aqui no Congresso Nacional”.
Com essa proposta, aprovada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, os autistas passarão a ter todos os benefícios que as pessoas com deficiência já conquistaram até hoje. Nessa semana, foi aprovado no Senado Federal, um projeto de lei que criou o Sistema Nacional Integrado de Atendimento à Pessoa Autista, que vai determinar as medidas a serem adotadas pelo Poder Público e instituir um cadastro único de pessoas autistas. (Bruno Costa – Portal do PT)
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Fonte: Partido dos Trabalhadores
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