PICICA: "O Projeto Cinema na Praça/Intervenção na cultura atua no município de Paracambi, Estado do Rio de Janeiro, desde o ano de 2004. A aposta desse projeto é na transformação da cultura da referida cidade, tendo em vista o processo de fechamento da Casa de Saúde Dr. Eiras - por ordem do Ministério Público – já tido como o maior hospital psiquiátrico privado da América Latina."
Prezados Colegas
O Projeto Cinema na Praça/Intervenção na cultura atua no município de Paracambi, Estado do Rio de Janeiro, desde o ano de 2004. A aposta desse projeto é na transformação da cultura da referida cidade, tendo em vista o processo de fechamento da Casa de Saúde Dr. Eiras - por ordem do Ministério Público – já tido como o maior hospital psiquiátrico privado da América Latina.
O Projeto Cinema na Praça/Intervenção na cultura atua no município de Paracambi, Estado do Rio de Janeiro, desde o ano de 2004. A aposta desse projeto é na transformação da cultura da referida cidade, tendo em vista o processo de fechamento da Casa de Saúde Dr. Eiras - por ordem do Ministério Público – já tido como o maior hospital psiquiátrico privado da América Latina.
Um breve histórico referente a esse fechamento se faz necessário. Paracambi carrega em sua história processos de fechamento e falências empresariais que deixaram a cidade extremamente empobrecida e sem perspectivas. Na década de 70, as fábricas têxteis fecharam suas portas, deixando diversos trabalhadores desempregados e famílias desamparadas frente a essa condição. A Casa de Saúde Dr. Eiras, palco de degradação humana, é fortalecida nesse contexto de desemprego, cumprindo, a função de polo empregador da cidade e perversamente através das novas internações psiquiátricas –fruto do desemprego – favorecendo a cultura da busca do benefício previdenciário.
No decorrer do processo de fechamento, percebe-se que não haveria possibilidade de ações de fato desinstitucionalizadoras, se não fosse transformada a cultura da cidade marcada pela presença hegemônica do manicômio.
Diante disso, iniciou-se o Projeto Cinema na Praça/Intervenção na Cultura, visando, primeiramente a inclusão dos pacientes de longa permanência – ainda internados – e os usuários dos dispositivos da saúde mental com os demais moradores da cidade em sessões de filmes brasileiros em praça pública. No desenrolar desse processo, percebemos, através de uma pesquisa de opinião pública contratada pelo Projeto, que diminuiu o índice de hostilidade dos munícipes de Paracambi na convivência com os usuários dos serviços de saúde mental. No entanto, a população ainda vive como perda social a nova situação de “falência” da fonte empregadora da cidade.
Diante disso, o projeto que aqui se apresenta , inicia uma nova fase de trabalho: o questionamento junto a população: O que deveria ser feito com o terreno da Casa de Saúde Dr. Eiras? Apostando em uma municipalização daquele território, infindas propostas podem ser concretizadas, inclusive a construção de um campus universitário público – tendo em vista o processo de interiorização das universidades federais.
Além do término da intervenção nesse ano de 2011, tendo em vista que hoje os 110 internos estão a espera da execução de um plano de saída, esse, também, é o último ano do Projeto Cinema na Praça/Intervenção na Cultura. Para atingir o objetivo de transformação na cultura da cidade, planejamos - entre as demais ações que dão amplitude ao Projeto- um evento no dia 20 de maio, mês de comemoração ao dia da Luta Antimanicomial, com diversas atrações que permitam a participação da cidade. Esse evento ocorrerá, principalmente na Praça do Miro, em Lages, bairro precarizado em diversos âmbitos da esfera social.
Esperamos vocês!
2 comentários:
Boa tarde!
Gostaria de saber o que aconteceu ao terreno onde funcionava o Dr. Eiras.
As dependências do hospital foram demolidas ou ainda existem?
Faço a pergunta porque gostaria de fotografar o local, de maneira amadora pois não sou profissional.
Agradeço sua atenção!
Ivy, não saberia informar sob o estado em que se encontra o hospital Dr. Eiras. Estive por lá em meados da década passada e não retornei mais ao lugar.
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