junho 30, 2012

"A-mar, amores&amoras" (Psicotramas)

A-mar, amores&amoras


Certa vez, me fizeram estas duas PERGUNTINHAS:
Porque algumas pessoas amam demais?
Porque o sentimento de gostar ou apaixonar não pode ser suprido por uma única pessoa?

  
Gente que ama demaaaais não tá apenas “amando”. Tá buscando a parte perdida do relacionamento primitivo com a mamãe (a “parte perdida” é, obvia-mente, a mãe). Por isso esse amor num pode ser dado por uma única pessoa (na vida adulta). A parte que falta é real, embora num exista +. É real na experiência interna da pessoa. Qual-quer tentativa de cura é lenta&longa&sofrida. É duríssimo viver como se metade do corpo estivesse faltando, mes-mo que num haja consciência alguma disso, só a sensação obscura. 

A psicanálise levou quase 100 anos pra descobrir que o desamparo NUM é uma ilusão, por + que o próprio SigmundFreud o tenha dito 40 anos antes. Mas ninguém acreditou no Freud do fim da vida – ficaram com o Freud jovem&vigoroso do início, talvez por invejarem o poder que isso proporcionava ao psicanalista.

Lacan descreve a castração como sendo isto mes-mo: dar-se conta de que num há como recuperar uma parte de si, simbiótica ou fusional, que se perdeu com a realização de que se é 1 ser separado da mãe. A nostalgia daquele período de fusão total de mente&corpo permanece y com maior ou menor grau se re-apresenta quando se tá apaixonado… o grande amor é uma repetição do 1º amor pra sempre perdido, pelo que é si-mesmo&outro, simultanea-mente.

Pra Freud o amor/paixão é 1 estado de loucura transitório&normal. Cultivá-lo de modo permanente num é nada bom. O cêrumano, bípede implume, animal que ri y otras demarcações, é también aquele bicho glabro que vive em permanente briga com a realidade e incapaz de lidar com as perdas. O amor/paixão é uma saída pra se continuar negando a realidade.

E chega de teoria. As questões aí são eminente-mente “pragmáticas”!! 

   
Bem… vezINquando paro pra respirar e sigo em frente… 

A Vida num é dada desde sempre, é preciso construí-la. E é isso que nos move, é o Desejo que nos faz circular. 

Por + que as pessoas tentem&tentem&tentem, num tem jeito… o amor é irredutível ao saber. O dilema/dilema mes-mo, então, é o que segue(?): manter o império solitário dos sentidos, o casamento com a solidão, o virtual, ou… aceitar o desafio do outro diferente nele mes-mo, romper nosso imobilismo… 
lançar as garrafas ao oceano imeeeenso da solidão! Só assim pra alguém, 1 dia, nos alcançar. Pero, o + importante é jamais deixar de lançar ao Mar, aos 4 ventos. Daí, sensibilidade rara. Taí: garrafas (ao Mar) e sopros (ao vento)… Quem sabe a sorte, o acaso, ou o que quer que atenda pelo sinônimo compreensível de bem-aventurança, pouse uma destas garrafas na praia, por vezes deserta, da nossa Existência, e nela esteja contida a chave, o condão mágico, o abrakadabra que nos revele o segredo.
Ó a Florbela Espanca, a pentacampeã mundial do amor demaaaais, com a Via Láctea abraçando o infinito:

 
(…)

O mundo? O que é o mundo, ó meu amor? 

O jardim dos meus versos todo em flor…

A seara dos teus beijos, pão bendito…

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…

São os teus braços dentro dos meus braços,

Via Láctea fechando o infinito.

  
O céu é o céu, espaço sideral, com partículas, corpos celestes etc&tal. 1 dia, no crepúsculo tava euzinho admirando 1 firmamento limpo de nuvens, dum azulado já 1/2 cinza, ainda sem estrelas aparentes, pois que ofuscadas pelos últimos raios, e tive a clara impressão de que aquilo era uma parede, ou 1 pano, pois a cor era uniforme. E a lua cheia, redonda, que já subia, me deu a impressão de ser 1 buraco na parede, ou o ralo duma banheira, e não uma massa no vazio.

Assim penso que é o amor. Quanto mais&mais&mais tentamos defini-lo&categorizá-lo, ele vem com uma alucinação prontinha.

Shelley em A Defense of Poetry (1819), sobre inspirações&epifanias, qualifica o choque da inspiração poética como sendo uma “visitation”:

“We are aware of evanescent visitations of thought and feeling… sometimes regarding our own mind alone”.
Pensamos no amor saindo de nós ou chegando a nós das estrelas… o céu varia, mas não o tamanho do espaço do nosso abraço, hein?!??
Muuuuitas das respostas tão nas perguntas, nos tremores das dúvidas, na dificílima tarefa de encontrar alguma luz. Pra mim, a BELEZA desse questionamento tá em sua angustiada proposta: encontrar uma resposta. As respostas… talvez nunca venhamos a encontrá-las. Há muuuuitos escafandros que tentam mergulhar fuuuuuundo nestas águas e que, infeliz-mente, voltam de mãos vazias. Este mar num tem fim! Dúvidas, vivo em dúvidas y por causa delas…
 e, com água benta, sal grosso&Poesias estamos bem armados pra qualquer batalha.  
Enfim, é isto. Amor/a-MAR, a meu ver, continuará a nos surpreender pra sempre. Assim seja&Saravá!


Fonte: Psicotramas

"Belo Monte agrava desarticulação indígena. Entrevista especial com Rodolfo Salm" (IHU)

PICICA: "Rodolfo Salm – Gostaria de ressaltar que Belo Monte não irá gerar uma energia limpa. É uma energia muito suja por causa do metano produzido pelas barragens. Outra coisa importante é que não é uma energia para o desenvolvimento do Brasil, não é uma energia para a nossa industrialização, mas sim para exportar minérios. O Brasil está exportando energia barata na forma de minérios processados. Não se trata de uma energia para 60 milhões de habitantes, como aparece na propaganda da televisão. Muitas pessoas estão colocando em dúvida o aquecimento global, o que é uma bobagem. Infelizmente, esse é um problema real e que se agrava a cada dia. Então, Belo Monte é suja e contribui muito para o aquecimento global e para a degradação do clima geral do planeta, sem contribuir em nada para o desenvolvimento da nossa sociedade. É possível fornecer energia para todos reduzindo o desperdício nas linhas de transmissão, atualizando as barragens já feitas, além de investir em fontes alternativas para a produção de energia." 

Belo Monte agrava desarticulação indígena. Entrevista especial com Rodolfo Salm

“Trata-se da velha estratégia utilizada no Brasil há mais de 500 anos. Quando os portugueses chegaram aqui, não tinham poder de fogo para combater os índios, então, colocaram índio contra índio”, constata o biólogo.

Confira a entrevista.



Diferente da articulação dos povos indígenas na Cúpula dos Povos, em Altamira, Pará, onde está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, as “comunidades indígenas estão muito desarticuladas”, diz Rodolfo Salm à IHU On-Line. Em entrevista concedida por telefone, ele esclarece que a desarticulação das comunidades indígenas é consequência, além dos seus conflitos internos, da “ação dos construtores e idealizadores de Belo Monte, que dividiram os índios. Eles se aproveitaram de antigas divisões entre os Xikrins, da região de Altamira, e os Caiapós, que estão mais perto do Mato Grosso, e estabeleceram um conflito entre eles. Por isso alguns índios aceitam, de certa forma, a barragem, e outros são radicalmente contra. Esse conflito entre as etnias favoreceu a construção da barragem”.


Salm comenta também o acampamento dos índios Xikrins no canteiro de obras de Belo Monte e é enfático: “Existem alguns índios que não querem saber das condicionantes, que são totalmente contra a barragem, mas tenho a impressão de serem minoria. A minha esperança é que esse movimento se torne numa ‘bola de neve’; gostaria que viessem mais e mais índios. Seria ótimo se viessem os indígenas do Mato Grosso, e a mobilização aumentasse e até, quem sabe, inviabilizasse a obra. Isso parece um sonho impossível, mas é a nossa esperança, porque sempre esperamos que, de alguma forma, essa obra não aconteça”.


Rodolfo Salm é Ph.D em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, Inglaterra, e formou-se em Biologia pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. É professor da Universidade Federal do Pará, onde desenvolve o projeto Ecologia e Aproveitamento Econômico de Palmeiras.


Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como foi realizado o encontro Xingu+23? Foi uma resposta a Rio+20? 

Rodolfo Salm
 – O encontro “pegou carona” na ocorrência daRio+20, como uma oportunidade de chamar a atenção para o problema ambiental da região do Xingu. Não foi exatamente uma resposta. Foi mais um evento paralelo aRio+20.


IHU On-Line – Como avalia a articulação dos povos indígenas durante esses 23 anos? Que semelhanças e diferenças aponta hoje em relação ao 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, que aconteceu em 1989? Percebe que hoje há mais articulação?

Rodolfo Salm
 – Os povos indígenas estão mais articulados, de certo modo. Mas em Altamira, por exemplo, há um nível de desagregação muito grande, e as comunidades indígenas estão muito desarticuladas. Isso é consequência da ação dos construtores e idealizadores de Belo Monteque dividiram os índios. Eles se aproveitaram de antigas divisões entre os Xikrins, da região de Altamira, e os Caiapós, que estão mais perto do Mato Grosso, e estabeleceram um conflito entre eles. Por isso alguns índios aceitam, de certa forma, a barragem, e outros são radicalmente contra. Esse conflito entre as etnias favoreceu a construção da barragem. Trata-se da velha estratégia utilizada no Brasil há mais de 500 anos. Quando os portugueses chegaram aqui, não tinham poder de fogo para combater os índios. Então colocaram índio contra índio.


Atualmente alguns índios estão ocupando parte do canteiro de obras de Belo Monte, mas nem todos estão lutando contra a barragem. Alguns são contra, mas as lideranças estão exigindo o cumprimento das condicionantes. Por outro lado, os Caiapós do Mato Grosso, liderados por Raoni, não querem nem saber de condicionantes. Eles são radicalmente contra Belo Monte. Então, não há uma união. Os índios Mundurucus, por exemplo, da região do alto Tapajós, vieram para o encontro do Xingu+23, porque estão preocupados com a perspectiva da construção de barragens na região de Teles Pires. Mas eles já estão engajados na luta contra esse processo de degradação do rio Xingu, que tende a se espalhar por toda a região amazônica.


Então, é muito difícil a articulação, porque eles têm um histórico de conflitos internos, e isso dificulta muito o diálogo. É só ver o exemplo de como os Xikrins têm dificuldade de se articular com os Caiapós na luta contra Belo Monte. Agora, em algum nível a articulação isso deve acontecer, especialmente na Cúpula dos Povos, em que deve ter acontecido algum tipo de união.


IHU On-Line – Qual a importância do Xingu para os povos indígenas, e que relação eles estabelecem com o rio?

Rodolfo Salm
 – O rio é tudo para eles. Ele é fundamental não só por causa do sustento, mas também devido a aspectos culturais e existenciais. O discurso do governo federal diz que nenhuma terra indígena será alagada. É verdade que algumas não serão, mas outras terras indígenas perderão o rio que passa na frente da aldeia. Atualmente o rio Xingu passa na frente da aldeia e é um rio extremamente fértil, cheio de recursos. Depois daconstrução da usina, será um rio morto, sem peixes, porque a água ficará quente, sem oxigênio.


No leito do Xingu também tem uma grande quantidade de ouro, e isso vai atrair garimpeiros para a região. Imagina um monte de garimpeiros entrando numa terra indígena? Será catastrófico. Esses são impactos nas comunidades da região de Volta Grande. Ainda é preciso considerar os impactos indiretos, que estão sobre todos os povos indígenas da região do Xingu. Esses impactos indiretos serão decorrentes da imigração em massa de imenso contingente populacional, em consequência da construção da barragem. A previsão é que cerca de cem mil pessoas venham para a região. Com isso aumentará a probabilidade de invasão de terra, e todos os problemas sociais relativos ao contato tendem a se aprofundar.


IHU On-Line – Por quais motivos os índios estão acampados em Belo Monte?

Rodolfo Salm 
– Os índios
 Xikrins estão reivindicando o cumprimento das condicionantes. Existem alguns índios que não querem saber das condicionantes, que são totalmente contra a barragem, mas tenho a impressão de serem minoria. A minha esperança é que esse movimento se torne numa “bola de neve”; gostaria que viessem mais e mais índios. Seria ótimo se viessem os indígenas do Mato Grosso, e a mobilização aumentasse e até, quem sabe, inviabilizasse a obra. Isso parece um sonho impossível, mas é a nossa esperança, porque sempre esperamos que, de alguma forma, essa obra não aconteça.


IHU On-Line – No início deste mês, a presidente Dilma anunciou a homologação de sete terras indígenas, cinco no Amazonas, uma no Pará e outra no Acre. O que essa medida significa ou sinaliza num contexto de Rio+20?

Rodolfo Salm
 – Toda a homologação de terras indígenas é uma boa notícia. Isso fez parte daquele pacotão para ogoverno ficar “bem”, durante a Conferência da Rio+20. É importante demarcar as terras indígenas, porque elas são essenciais para a concentração da biodiversidade. Mesmo nas áreas mais impactadas, se compararmos o estado de preservação das terras indígenas com as áreas em torno, veremos que as áreas indígenas são sempre melhores para a conservação. 



Recentemente, a revista Veja publicou uma matéria criticando os índios e a demarcação de terras indígenas. Eles mostram uma paisagem em que, de um lado da estrada tem uma fazenda de soja e, do outro, uma terra indígena recém-demarcada, e questionam: “Qual dos dois lados é o preservado?” De um lado teria a produção e, de outro, uma terra abandonada, degradada, cheia de lixo. Mas quando você olha a foto, quem entende de natureza, de biodiversidade e de conservação, percebe claramente que a área indígena é a que preserva pequenos mamíferos, aves, a biodiversidade de insetos etc. 



IHU On-Line – E como você analisa a posição da sociedade civil em relação a todas essas questões que dizem respeito aos povos indígenas, ao modelo do desenvolvimento do governo que impacta diretamente nas comunidades? 

Rodolfo Salm 
– Quando falo com as pessoas, elas se sensibilizam para essa questão. Penso que a maior parte dopovo brasileiro
 se preocupa com os povos indígenas e não gostaria de ver isso acontecendo, mas o sistema político impõe essa condição. A questão indígena não foi debatida na campanha presidencial. Quando a Dilma se candidatou a presidente, ela nem falava de Belo Monte, porque sabia que iria “queimar seu filme”. As grandes empreiteiras que financiaram a campanha dela, essas sim estão interessadas na construção da barragem. Agora, o povo, de forma geral, é simpático à preservação da floresta, à conservação dos povos.


IHU On-Line – Como o modo de vida dos indígenas contribui para pensarmos um planeta sustentável?

Rodolfo Salm
 – Fiz meu doutorado na aldeia indígena Caiapós, morei dois anos com eles e vi que têm uma vida simples, de contato com a natureza, não consomem muitos bens materiais, cuidam dos animais e das plantas. Isso tudo que está no imaginário popular tem um grande teor de verdade. Você vê que eles não são incorruptíveis, é claro que eles querem um rádio, uma televisão. Mas o que eles têm para mostrar é que é possível ser feliz usufruindo da natureza preservada.


IHU On-Line – Gostaria de acrescentar algo?

Rodolfo Salm
 – Gostaria de ressaltar que Belo Monte não irá gerar uma energia limpa. É uma energia muito suja por causa do metano produzido pelas barragens. Outra coisa importante é que não é uma energia para o desenvolvimento do Brasil, não é uma energia para a nossa industrialização, mas sim para exportar minérios. O Brasil está exportando energia barata na forma de minérios processados. Não se trata de uma energia para 60 milhões de habitantes, como aparece na propaganda da televisão.


Muitas pessoas estão colocando em dúvida o aquecimento global, o que é uma bobagem. Infelizmente, esse é um problema real e que se agrava a cada dia. Então, Belo Monte é suja e contribui muito para o aquecimento global e para a degradação do clima geral do planeta, sem contribuir em nada para o desenvolvimento da nossa sociedade. É possível fornecer energia para todos reduzindo o desperdício nas linhas de transmissão, atualizando as barragens já feitas, além de investir em fontes alternativas para a produção de energia.
Fonte: IHU

"Belo Monte: Nota de repúdio à tentativa de criminalização do movimento social de Altamira" (ISA)

Belo Monte: Nota de repúdio à tentativa de criminalização do movimento social de Altamira


O Instituto Socioambiental (ISA) vem se solidarizar com lideranças regionais, profissionais da comunicação e membros do Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) contrários à construção da Hidrelétrica de Belo Monte, que injustamente vêm sendo ameaçados de prisão.

Ao mesmo tempo em que acontecia, no Rio de Janeiro, o encontro global Rio+20, algumas das organizações e lideranças sociais que integram o MXVPS organizaram um encontro na cidade de Altamira, denominado Xingu +23, que, segundo seus organizadores, reuniu cerca de 300 pessoas, entre atingidos pela obra e apoiadores de sua luta.

Após o fim da manifestação, algumas pessoas entraram em salas de escritórios da Norte Energia e danificaram bens materiais (computadores, portas etc.). Com base nesse ato isolado a Polícia Civil de Altamira, incitada pelos construtores da obra, indiciou criminalmente diversas das lideranças sociais de Altamira, que nada tiveram a ver com esse incidente, acusando-as de roubo (!). O processo de perseguição continuou com o pedido de prisão preventiva destas pessoas no dia 26 de junho.

O ISA entende que a ocorrência de um fato isolado não pode, em hipótese alguma, ser utilizado como pretexto para perseguir o movimento social da região e aqueles que se opõem à construção dessa polêmica usina. Várias das pessoas indiciadas por roubo notoriamente nada tiveram a ver com o fato ocorrido. Pelo contrário, exerceram seu direito de manifestação, de forma legítima, pacífica e em exercício de sua profissão, incluindo aí um padre que rezou uma missa durante o ato e um cineasta que estava registrando o evento.

O ISA repudia a tentativa de se utilizar o aparato do Estado para silenciar os movimentos sociais e condena as formas de violência praticadas nesta situação. Tanto as que resultaram na danificação de instalações do Consórcio Construtor de Belo Monte, como aquelas praticadas contra os moradores das cidades de Altamira e Vitória do Xingu, os agricultores, indígenas e ribeirinhos da região, que sofrem com a forma autoritária pela qual o empreendimento vem sendo instalado ao arrepio do Estado Democrático de Direito.

Brasília, 26 de junho de 2012.

Fonte: ISA

"Las paradojas de la política homosexual en tiempos de derecha", por Cristian Cabello (Chile)

PICICA: "La victoria de la política liberal es justamente esta: la individualización de sus políticas, el aislamiento de los grupos políticos entre sí, la departamentalización de los cuerpos políticos; es decir que cada uno marche en sus marchas - los días que le corresponda-, que cada uno luche para legitimar sus propios cuerpos, que cada uno tenga sus sedes y que por sobre todo, que cada grupo social presente al Estado sus exigencias y demandas que siempre deben ser distintas entre sí, pero muy identificables en su individualidad o identidad. Nunca, pero nunca deben confundirse entre sí."

Las paradojas de la política homosexual en tiempos de derecha



Cristian Cabello (Chile)

* Texto leído en el Foro ¿Estamos conformes?: Chile y la diversidad sexual después de la ley Zamudio realizado en la Escuela de Sociología de la Pontificia Universidad Católica de Chile y donde participaron Rolando Jiménez (Presidente y Fundador del Movilh), Claudio Alvarado (Abogado y Director de Contenidos IdeaPaís) y Cristián Cabello como representante de la Coordinadora Universitaria por la Disidencia Sexual (CUDS). La mesa se llevó a cabo el pasado 14 de junio de 2012. Texto publicado en http://www.disidenciasexual.cl

La paradoja es la siguiente: ¿cómo la homosexualidad perdió su estigma de enfermedad, vicio y alteridad siendo reconocida ahora por la política tradicional, abrazándose con el Estado y sus ministros sin problemas? Pero aún más, ¿cómo fue que la identidad política homosexual institucional aparece como algo positivo en el contexto de un Gobierno de derecha? ¿cómo el homosexual devino algo bueno para la política? Y, esto me interesa en gran medida como activista de la disidencia sexual, ¿cómo es que la identidad política de la mujer -feminista- en tanto lucha política sexual sigue siendo criminalizada y oscurecida por el espacio público-político a diferencia de lo que ha ocurrido con la identidad política homosexual cada vez menos incómoda? Finalmente, ¿por qué no se relacionan feminismos y políticas homosexuales?
La victoria de la política liberal es justamente esta: la individualización de sus políticas, el aislamiento de los grupos políticos entre sí, la departamentalización de los cuerpos políticos; es decir que cada uno marche en sus marchas - los días que le corresponda-, que cada uno luche para legitimar sus propios cuerpos, que cada uno tenga sus sedes y que por sobre todo, que cada grupo social presente al Estado sus exigencias y demandas que siempre deben ser distintas entre sí, pero muy identificables en su individualidad o identidad. Nunca, pero nunca deben confundirse entre sí.
Aquí también resalto un carácter importante de la política y su relación con las diferencias sexuales: la política excluye y rechaza lo sexual. “El ideal de lo cívico público de ciudadanía”, señala la teórica feminista Iris Marion Young, descansa “en una oposición entre razón, por un lado, y el cuerpo y el deseo por el otro” (1). Esta exclusión del deseo sexual caracteriza la política homosexual en un gobierno de derecha, a diferencia de un feminismo donde el cuerpo es el terreno mismo de la disputa. Se trata de parecer lo menos diferente y anormal posible, se trata de parecerse al UNO que genera el consenso. Sin duda la Fundación Iguales como organización de política homosexual en tiempos de derecha, es un caso paradigmático para comprender cómo la política homosexual se aproxima a “la política” tradicional dominada por hombres heterosexuales y blancos.
Los discursos que apelan a la “diversidad” como modelo de la integración son también rápidamente apropiados por un liberalismo universalista. No tienen ninguna politicidad en sí mismos, más que gestionar un campo virtual donde las identidades subalternas se reúnen: negros, mapuches, gays, mujeres, pueden convivir más como valor patrimonial de unas identidades reconocidas, que como un conjunto de políticas que se enlazan y comunican para producir transformaciones culturales. Supuestamente la diversidad habla de todo pero en realidad y específicamente no habla de nada, hace desaparecer las diferencias en su montaje cultural. La diversidad es el modo de ordenar los disturbios políticos. Uno de los directores de la Fundación Iguales -que busca defender los derechos de homosexuales- señaló luego del ataque a Daniel Zamudio que la política homosexual no se trata:
“solamente de la tolerancia y del respeto por la diversidad sexual, es por la diversidad en general, Nosotros tenemos una mesa de coordinación con la comunidad judía, con organizaciones de personas del extranjero, mapuches, y la discriminación está latente en todos los sectores”(2).
Existe entonces un borramiento de lo sexual, de lo que define a una identidad particular minoritaria homosexual, donde se opta por un concepto más universal como “diversidad” a secas, para evitar lo problemático y ambiguo para la política como sería esa diferencia sexual. Precisamente el desplazamiento que ha generado Fundación Iguales es escabullirse de la noventera política de “minorías”, una política que siempre sonó distante y demasiado resentida ya que en sí misma marcaba una diferencia incómoda, y que culturalmente no tiene ninguna relación con el perfil profesional de clase alta y homosexual que lidera la política homosexual de la Fundación dirigida por Pablo Simonetti. Lo minoritario, se volvió ahora exigencia de “igualdad”, eso que era margen se volvió mayoritario.
La paradoja de la política homosexual liberal se ilustra también en sucesos políticos donde la “libertad de expresión” -discurso ligado a los derechos humanos de los cuales depende la homosexualidad- se pone en disputa. No basta con buscar una “libertad” de expresión, un lugar con identidades políticas para expresarse, no basta encontrar un lugar en la política. Recordemos los recientes casos donde las estéticas fascistas y derechistas se han tomado el espacio público (como el homenaje a Krasnoff y el reciente homenaje a Pinochet) donde paradójicamente un grupo de modo inesperado se apropia del discurso de la tolerancia, el respeto y la libertad de expresión -el mismo discurso que ocupa la política homosexual- ¿hay un grupo con más derecho de ocupar esta estética enunciativa? ¿Pertenece más a un grupo que a otro este tipo de narrativa política? A diferencia de Mireya García, presidenta de la Asociación de Familiares Detenidos Desaparecidos, quien a propósito del Homenaje a Pinochet afirmó que la libertad de expresión tiene sus límites, durante el gobierno de derecha, es decir fuera del consenso político concertacionista, la libertad de expresión es un discurso que muestra por si sólo sus límites en procesos de conflicto político, ya que la libertad liberal distorsiona la libertad como un espacio individual de expresión que no reconoce jerarquías entre sí. Un pinochetista, un gay, un mapuche, una mujer, no son sólo identidades que quepan en la categoría “diversidad” sino que entre sí poseen jerarquías y potenciales de poder distintos entre sí. Cabe preguntarse ¿Son los discursos de la tolerancia y la libertad de expresión estéticas derechistas o más bien son simplemente un modo útil de neutralizar lo político? Justamente la política ultraderecha ocupa el discurso de la libertad de expresión para atenuar lo conflictivo de su política, incluso lo inhumano que hay en ella. El mismo uso performático tienen los discursos de la libertad de expresión en el caso de la política homosexual donde se neutraliza lo problemático sexual para la política heterosexual-masculina, que excluye todas esas prácticas sexuales, modos de vivir erráticos, conflictos y múltiples prácticas más allá de lo monogámico o familiar que se puede abrir con lo no-heterosexual.
Es necesario pensar radicalmente la política identitaria, comprender que la política homosexual no pertenece sólo y exclusivamente a homosexuales. Quizás este sea el éxito aparente que han tenido las políticas de la Fundación Iguales que ha logrado salir del tópico homosexual, por una idea fuera de lo homosexual, donde llaman a participar de actividades a favor de homosexuales, pero llamando también a heterosexuales, pero por sobretodo a la familia, ya no hay queja, ni resistencia, sino un abogar por el valor de la familia: ¿qué tiene de conflictivo esto? La política de tolerancia que está en el ADN homosexual impide pensar al homosexual como un sujeto complejamente político, sino que sólo busca adecuarse positivamente en el espacio privado de su hogar o familia. El problema de Iguales es que despolitiza lo sexual, lo borra más que ninguna otra política homosexual, es política sexual sin sexo, lo que es sin duda propio de una política más cercana a una cultura religiosa-liberal, que a una cultura política que abogue por hacer aparecer conflictos culturales. El problema de Fundación Iguales es que desplaza la insistencia por lo homosexual, poniendo en un primer plano ya no lo sexual, sino un orden familiar, un ideal de ciudadanía donde el homosexual sólo espera la ayuda y protección del otro y donde abundan discursos de cuidado con lo homosexual, discursos de un cuerpo gay sano o lo que llamo la “buena vida” que quieren los gays, ya que insisten en pedir familia, pero para pensar eso, primero necesito tener una casa y ojala una nana para cobijar una familia.
¿Qué debates o transformaciones del valor cultural de lo homosexual han ocurrido en la política? Es preocupante que ahora todos tengan un amigo homosexual, que el homosexual devenga simplemente un signo positivo para sentirnos mejores, para ser “una mejor sociedad” ¿es el gay ahora un signo de diferencia positiva? Y, esta me parece una pregunta necesaria y ausente, ¿qué nos entrega la identidad homosexual en el contexto de derecha que produce una “mejor” sociedad? El valor positivo no está en la identidad homosexual, no es el homosexual el “mejor” sujeto, considero que esta integración del homosexual en derecha, ayuda más a la política heterosexual liberal que aparece como la protectora de los desvalidos.
Todas la identidades personales están enraizadas en contextos colectivos culturalmente determinados”(3)-señala Jorge Larraín-, sin embargo la producción de la identidad homosexual parece no tener un contexto con densidad cultural, tan sólo una historia de victimización que constituye su narrativa política. Hay un conflicto en la comprensión de la identidad sin o lejos de la diferencia y que la política homosexual entiende principalmente como la búsqueda de la dignidad humana, ser “mejores” personas, es decir, donde el homosexual liberal busca sólo su dignidad y estatus, donde buscan un modo correcto de representar su identidad, quizás por esto es incapaz de relacionarse con otras identidades marginadas de la sociedad, quizás por esto la homosexualidad política no tiene marcas de clase, de este modo consideramos la política homosexual como una política sin política o despolitizada debido a su falta de conflictividad y articulación con otros sujetos políticos. El concepto de dignidad y conservación de un sí mismo, contrasta con un concepto como diferencia más abierto y complejo, y el cual el feminismo contemporáneo entiende  no como “la diferencia natural o históricamente dada [no se reduce a lo biológico], sino a un proyecto de final abierto que debe construirse- [y que] puede ofrecerles también a las mujeres [y homosexuales] la posibilidad de pensar en todas sus otras diferencias”(4).
Finalmente ¿por qué la política sexual del homosexual que se quiere casar, sentirse como igual, avergonzándose de su diferencia, pasa a ser amiga de la política liberal a diferencia de una política sexual feminista donde las mujeres abortistas siguen siendo criminalizadas por el Estado? ¿por qué el homosexual que era condenado por sus prácticas sexuales no-reproductivas, pasa a ser más positivo que una mujer que aborta? Al parecer a la política liberal no le interesa qué hace con su cuerpo el gay, a diferencia del control sobre las mujeres. Tanto feminismo como política homosexual podrían compartir una crítica común a un sistema heterosexual, pro-familia, donde culturalmente se instalan ciertos modos morales de comprender la sexualidad. ¿por qué el homosexual debe sólo luchar por cuidar su espacio privado, para asegurar su familia y para proteger su identidad? Es fundamental producir una política sexual radical no basada en identidades que el liberalismo separa y segmenta en grupos aparte, es urgente que la política homosexual exija y luche por la libertad los cuerpos, más allá de su identidad.
NOTAS
(1) YOUNG, Iris Marion (1998) “Imparcialidad y lo cívico-público. Algunas implicaciones de las críticas feministas a la teoría moral y política”, pág. 445-469. En La democracia en sus textos, Rafael del Águila Tijerina (edit.), Editorial Alianza.
(2) Entrevista a Andrés Soffia, director ejecutivo de la Fundación Iguales. Radio Cooperativa, 28 de Marzo. http://www.cooperativa.cl/fundacion-iguales-faltan-politicas-publicas-para-que-qaceptemos-la-diversidad/prontus_nots/2012-03-28/200355.html
(3) Jorge Larraín. Identidad Chilena. Editorial Lom, 2001, pág. 21-48.
(4) BRAIDOTTI, Rosi (2000) Sujetos Nómades. Corporización y diferencia sexual en la teoría feminista contemporánea. Editorial Paidòs, Buenos Aires. Pág. 123.

Fonte: UniNomade-LA

"De la rabia a la rebeldía (reloaded)" (Estación claridad: vengo llegando)

PICICA: "En todas partes retroceden las condiciones laborales, sociales y ecológicas. Las conquistas tan costosas de los trabajadores se van eliminando, los campesinos son despojados de sus tierras, los Estados pierden el control sobre sus recursos naturales y sobre su propia capacidad soberana, al tener que plegarse al verdadero poder, que exige además de estos Estados la reducción del gasto público en educación, salud, pensiones…, la privatización de todos los servicios públicos… en el marco de las políticas de ajuste estructural, más o menos encubiertas. Extender la democracia y la libertad, lo llaman algún@s." 

De la rabia a la rebeldía (reloaded)

En enero de 2011 escribía un artículo, que un año y pico después, no sólo no ha perdido vigencia, sino que parece incluso más pertinente que entonces:
“No hacen falta muchos estudios para saber lo que está pasando y para entender que las cosas no pueden mejorar si esperamos que los que nos han llevado hasta donde estamos sean los que traigan el cambio.
¿Y dónde estamos? Miremos atrás primero. Nos situamos a principios de los 80 del siglo pasado. El capitalismo inicia una nueva etapa, marcada por la globalización financiera actual y su base teórica, el neoliberalismo. Reagan y Thatcher imponen en Estados Unidos y Gran Bretaña lo que el gran capital ya había aplicado en Chile y otras dictaduras del cono sur la década anterior. Y desde ahí, a partir del colapso del “bloque comunista”, el capital, liberándose de las “trabas” que en cuestiones laborales y sociales imponía la existencia del “peligro” del otro sistema, accede a decenas de países y sus mercados, a incontables recursos naturales, y a millones de personas. Ya no hay problema para mostrar con toda su crudeza su cara, la explotación, la violencia, el racismo, el despojo de los recursos, la concentración incesante de la riqueza en cada vez menos manos… y su cruz, la miseria y la explotación para la mayoría de la humanidad.

En todas partes retroceden las condiciones laborales, sociales y ecológicas. Las conquistas tan costosas de los trabajadores se van eliminando, los campesinos son despojados de sus tierras, los Estados pierden el control sobre sus recursos naturales y sobre su propia capacidad soberana, al tener que plegarse al verdadero poder, que exige además de estos Estados la reducción del gasto público en educación, salud, pensiones…, la privatización de todos los servicios públicos… en el marco de las políticas de ajuste estructural, más o menos encubiertas. Extender la democracia y la libertad, lo llaman algún@s.
Esta guerra del capital contra los más es llamada por los zapatistas Cuarta Guerra Mundial, que “está destruyendo a la humanidad en la medida en que la globalización es una universalización del mercado y todo lo humano que se oponga a la lógica del mercado es un enemigo y debe ser destruido. En este sentido todos somos el enemigo a vencer: indígenas, no indígenas, observadores de los derechos humanos, maestros, intelectuales, artistas. Cualquiera que se crea libre y no lo está” (Sup Marcos, “Entre el satélite y el microscopio”, nov. 1999).
Así pues, el sistema dominante ataca el bien común, en beneficio de una pequeña minoría que impone su voluntad. Un puñado de empresas transnacionales controlan el 40% de lo producido a nivel mundial. Despojo mundial que supone una concentración indecente de riqueza en muy pocas manos, mientras a día de hoy los hambrientos superan los 1000 millones de personas (¡¡¡1 de cada 6 habitantes del planeta!!!). Y el año pasado se reunían aquéllos mismos (o unos muy parecidos) que en 2000 planteaban los Objetivos del Milenio, tan miserables ya por definición que se quedaban en el principal de ellos en reducir a la mitad la pobreza en el mundo para el año 2015. Y no sólo no se ha avanzado, sino que se ha retrocedido. ¿En qué manos estamos?
Hambrientos que crecen ante la precariedad a que conduce la globalización, y ante la degradación de los servicios públicos esenciales. Los estados, garantes de los mínimos sociales allí donde pudieron ser puestos en marcha, pasan a convertirse en meros administradores del capital cuya casi única tarea es garantizar las inversiones de capital y la eliminación de obstáculos a los flujos financieros. Eso sí, también, cuando las cosas vienen mal, se les suma el utilizar el dinero de todos para salvar a los poderes financieros, incrementando brutalmente ese gasto público que, según los teóricos, debería contenerse. ¡¡Ah, sí, perdonen, que hay que contenerlo degradando la educación, sanidad, pensiones…, verdaderos “problemas” del mundo!! En nuestro país, las políticas de un partido supuestamente de izquierda culminaban con la contra-reforma laboral (que empezó castigando y continúa castigando a quiénes no provocamos la crisis, y que ahora es profundizada por el partido que -Cospedal dixit- es el “verdadero partido del pueblo”) son claro síntoma de a qué amo sirven los lacayos. Caerán en las próximas elecciones, pero volverán a estar ahí en las siguientes. ¿Qué más da? Nada cambiará. Veámoslo: “de repente, a los partidos que se autodenominaban de izquierda se les había muerto la esperanza de otro mundo posible más allá del capitalismo. Por todos lados, el mensaje de los grandes medios de comunicación y de los ideólogos del capital era el mismo: había que pararse en la realidad y luchar dentro de las reglas y los límites que el capital establecía. A lo más que se podía llegar, decían los más audaces, era a limar las aristas con más filo del neoliberalismo”. ¿A que os suena? Es evidente. Pero sin embargo, el autor, J. Elorriaga, no está hablando de España, sino de México. Así pues, los mismos temas en todos los lugaresLos que supuestamente gobiernan en nombre del pueblo, hacen lo que les exige el amo, el capital. ¿Alguna duda de dónde está el verdadero poder?
Gobiernos que no gobiernan para los que deben y que ceden miserablemente al chantaje del capitalismo más salvaje. Lobos neoliberales disfrazados de ovejas socialdemócratas. ¿Hay esperanza, hay solución…? 
Planteemos al menos una: “Pero también ABAJO podemos encontrar a compañer@s que luchan, y que no han dejado de luchar, por tratar de encontrar a otros que también se esfuerzan por ser rebeldes. A otros que no quitamos la vista a las comunidades zapatistas [no plegadas al poder desde 1994] y a quienes nos refuerza que otro mundo ya está siendo posible ahí. UN MUNDO DONDE EL MANDAR OBEDECIENDO ES UNA REALIDAD; donde el sistema básico de salud y educación funciona para todos parejo; donde no hay drogadicción ni prostitución ni trata de menores ni policías y ocupantes de puestos públicos corruptos por definición; un mundo asediado por la violencia gubernamental y con enormes necesidades materiales, pero CON UNA DIGNIDAD Y UNA SEGURIDAD EN UN FUTURO MEJOR PARA TOD@S que no tiene lugar a dudas” (EZLN).
Retomemos el párrafo que abría el artículo. ¿De verdad habría que ser muy listo para entender que mientras sigan los mismos no hay futuro para nosotros? ¿De verdad cambiará algo cuando cambiemos a estos políticos por otros? Están podridos, pero siguen viviendo muy bien a costa nuestra. No sólo no dan de más, de por sí tampoco quieren dar de más”, nos dice J. Elorriaga, y completa, “pero no podemos esperar a que la rabia y el dolor que nos rodean, por sí mismas, sean el motor del cambio. PARA QUE LA RABIA FRUCTIFIQUE SE TIENE QUE CONVERTIR EN REBELDÍA. Y ésa se camina día a día, en colectivo, de manera consciente, DESDE ABAJO Y A LA IZQUIERDA”.
Dejemos que cierre el sup Marcos: “Contra lo que pueda pensarse, nuestra respuesta no es hasta la muerte o la victoria. Tiene plazo y meta perfectamente definidos: seguiremos luchando por democracia, libertad y justicia (…) Nosotros estamos dispuestos a llegar hasta el final. Bienvenidos todos aquéllos que tengan el mismo anhelo e idéntica terquedad (…) Seguiremos luchando porque (…) creemos que hasta para cometer errores hay que trabajar duro y mirar siempre hacia el mañana. NI PARA EQUIVOCARNOS DEBEMOS DETENERNOS. Sólo basta entender que, en la lucha, el principio y el fin son una trampa si se buscan separados. (…) Esta es nuestra idea. Algunos la llaman necedad. NOSOTROS LA NOMBRAMOS ESPERANZA…” (Sup Marcos, Discurso en la inauguración del Foro Especial para la Reforma del Estado, Chiapas, 1996).
[Todas las citas no señaladas explícitamente pertenecen al artículo de J. Elorriaga, “De la impotencia a la esperanza; de la rabia a la rebeldía”, en la revista Rebeldía, nº 72. ]
Fonte: Estación claridad: vengo llegando

junho 29, 2012

Querem fechar o Bar do Armando. Com ele, a BICA corre o risco de virar apenas memória de arquivo

PICICA: No ano de 2013, Armando Dias Soares, iria completar 60 anos da sua chegada ao Amazonas. Seu maior legado à cultura local - a Banda Independente da Confraria do Armando - corre o risco de desaparecer. Tudo porque, após seu falecimento, nem bem o corpo esfriara na morada final e os padres capuchinhos já manifestaram interesse em retomar o imóvel onde funciona o BAR DO ARMANDO, agora sob a direção da filha mais velha de Armando, Ana Cláudia Soeiro Soares, junto com o marido. Que o contrato de aluguel do imóvel precisa ser revisto, não há dúvida! A questão são as manobras aí embutidas para que o imóvel tenha outro destino. E o carnaval mais irreverente, que tornou-se patrimônio da cidade, onde é que fica? Armando, em vida, recebeu o título de Cidadão de Manaus. O que falta para tornar a BICA patrimônio imaterial da cidade? Bem que os jornalistas temiam o fim da Bica! Se nada for feito, ele virá. Não pelas mãos da família de Armando, que sabe da importância do que os amigos do amado português criaram naquele espaço. O fim virá pelas mãos de frades franciscanos. Valei-nos, São Francisco e São Sebastião! EM TEMPO: Abaixo, matéria assinada por Daniel Valentim, publicada no jornal A Crítica em 2003. Em todos os jornais da cidade, você encontrará registros históricos da banda mais irreverente dos carnavais amazonenses. Aqui mesmo, quando iniciei este blog, em 2006, postei mais de uma centena de fotografias de um dos "esquentas" da BICA.

Impondo democracia na Bica 
[ Daniel Valentim- Especial para A CRÍTICA ]

O Bar do Armando perdura porque é um teto que abriga tanto a memória quanto a cicatriz de seus clientes? Ou seria porque os padres da São Sebastião logo ao lado costumam abençoar sua cerveja de vez em quando? Mais do que encontros entre pessoas de todos os tipos, suas mesas representam a democracia geral – ou cozidão nacional: um ponto de encontro pacífico – ou fácil de se mastigar – entre hoje e lembrança; sagrado e profano; esquerda e direita. Hoje, completam-se 50 anos da chegada do obstinado agricultor de Coimbra, Armando Dias Soares, em terras amazonenses. E o adolescente que só queria melhorar de vida teve que vir lá de Portugal para fazer nosso Carnaval. As comemorações começam às 17h, com a banda Demônios da Tasmânia e a batucada da Reino Unido da Liberdade.

Antes de começar a entrevista, tirou a caneta de trás da orelha e dos cabelos brancos e anotou outra garrafa para a mesa tal. Armando chegou na cidade aos 17 anos, tirado dos campos do distrito de Coimbra pelo tio que já morava aqui, um dos comerciantes sócios da Casa Dias. Sua primeira impressão não foi das mais agradáveis: chegou com a enchente de 1953, numa cidade flutuante. Mas o rapaz queria melhorar de vida, e foi ficando. Na terra natal, a vida era muito sacrificada, lembra, e às vezes não havia nada para se comer. Em tempos de guerra, a situação piorava, pois o governo ficava com metade de tudo para dar para as Forças Armadas.

Na capital amazonense, “só trabalhei como empregado durante um mês e meio”, orgulha-se. Após 30 dias na Casa Carnavarro, de ferragens, recebeu uma miséria das mãos do proprietário e perguntou: “O que é isso?”. Era o salário, e não dava nem para o café. Os outros 15 dias foram para completar o período de aviso prévio.

Dirigiu-se, então, para o Mercado Adolpho Lisboa. Foi aprender a serrar canela de boi, a desmanchar carne... e acabou montando a própria banca, um açougue. Sua estada no Mercado Municipal durou cerca de três anos: ainda não era o suficiente para suas ambições. O próximo passo foi um misto entre mercearia e açougue na rua Xavier de Mendonça, onde ficou por mais nove anos e dois assaltos. Armando lembra que não conseguia entrar em acordo com o proprietário do imóvel para deixar o ponto. Acabou recebendo cerca de 500 mil cruzeiros para entregar a casa. Aos poucos, as coisas iam melhorando.

BAR, JOGOS E CASAMENTO
Uma cerveja para a mesa xis, batata-frita e troco para outra, Armando conta que abriu o primeiro bar na avenida Eduardo Ribeiro, ao lado do Cine Odeon. Havia mesas de sinuca e cerveja gelada. Mais “cinco ou seis anos” até que quebrou financeiramente. Passou um tempo numa situação ruim, só equilibrando as contas.

Durante esse período conheceu a conterrânea Maria de Lourdes Soeiro, com quem acabou casando-se. Compraram uma casa na Praça 14 e alugaram o sobrado – pertencente à Igreja São Sebastião – em que morava o irmão de Lourdes, que havia morrido recentemente. E foi assim que, em 1972, surgiu o Bar do Armando. “Naquela época todo mundo morava por aqui, as famílias de posse. Depois, foram se mudando para os conjuntos”, lembra o comerciante.

O bar também funcionava como mercearia, e abria até aos domingos, sempre cheio, segundo recorda. “Esses doutores, juízes, todo mundo já jogou sinuca comigo”, afirma. Para o escritor Simão Pessoa, o bar representava, na década de 70, um reduto de intelectuais e artistas da região, que reuniam-se para escutar a dita “música subversiva” e para falar mal dos governos. “Eram apenas duas mesas e um balcão”, recorda Simão, mas era onde os estudantes faziam suas cabeças, entre a intelectualidade e a boemia.

Ivan Lima é aposentado, e tem 50 anos. “Nascido e criado na Vila Maria”, afirma com orgulho. Desde 1984 mora em Fortaleza, mas sempre que pode retorna a Manaus para ver alguns familiares, amigos, e Armando. “Gosto desse português, pessoa simples”. Ele conta que conhece o comerciante desde a época do Cine Odeon, desde o namoro com a Lourdes. Uma cachaça puxa uma lembrança e uma lembrança puxa a outra: Ivan lembra que o depósito de cerveja ao lado do bar era, antigamente, a oficina de bicicleta Zuza. E que aprendeu a andar de bicicleta na rua José Clemente, do outro lado da praça, e a ser brasileiro – simples mesmo na autoridade, segundo seu conceito – com o português atrás do balcão.

CARNAVAL, IGREJA E OUVIDORIA
Na década de 80, os carnavais haviam saído das ruas, mas um grupo de freqüentadores do bar, jornalistas, publicitários, escritores, liderados pelo bom português, criaram a Banda Independente Confraria do Armando (Bica), para revigorar esse tipo de Carnaval, ao mesmo tempo em que protestavam contra determinadas ações ou situações. Simão Pessoa lembra que, durante um tempo, a banda acabou sendo proibida por conchavos políticos.

Essa capacidade de absorver as mais diferentes personalidades e ideologias é, segundo o escritor, o que faz com que o bar sobreviva há tanto tempo. “Se você observar bem, não tem nada, não vai nem mulher!”, brinca Simão. Mas é um lugar em que a esquerda encontra a direita e não sai “porrada”. Antigamente, não era possível nem ir ao banheiro, fazia-se na rua mesmo. Até que Amazonino – antigo freqüentador – mandou fazer reforma. É o ponto de encontro entre extremos, mesmo o sagrado e o profano. Conta-se que os padres apareciam depois das missas para um gole e uma bênção.

Certo Carnaval, lembra Simão, a banda da Bica tocava em frente ao bar, enquanto o refrão, “P... que pariu, o que será que o Magro ouviu” – em referência ao Ouvidor Geral Josué Filho – ecoava na igreja, que abrigava um casamento. “É a caixa de ressonância da sociedade, quando você não podia falar alguma coisa, no Armando podia”.

DISTÂNCIA E MEMÓRIA
O tempo foi passando, a cidade foi crescendo, e as praças deixaram de ser os pequenos centros do universo. “Antigamente todo mundo que queria comprar alguma coisa vinha aqui, mas hoje, quem mora no Parque Dez só aparece no bar antes de voltar para a casa, e se trabalha no centro”, afirma Armando.

Segundo o mesmo, outros bares foram sendo abertos por toda a cidade, além dos supermercados que, de certa forma, prejudicaram as pequenas mercearias. O legado do comerciante, entretanto, resiste à geografia, à economia e à historiografia. É no mesmo canto que continua a servir sua cerveja, com chinelas de tiras paralelas, calça escura e camisa de botão clara. De quatro em quatro anos, passa por Portugal, mas isso é tudo: já é Cidadão de Manaus – homenagem que recebeu em 1999, na Câmara Municipal – e tema vitorioso de escola de samba – Reino Unido – no nosso Carnaval.

"Fetiche" (Psicotramas) - "A própria insatisfação tornou-se mercadoria" Guy Debord

Fetiche

 
“A própria insatisfação tornou-se mercadoria”
Guy Debord
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Caramba!!!! Que sinuca de bico esta afirmação do Debord, hã!?!?
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O fetiche do conSUMO é ao meu ver ainda + do que o fetiche freudiano ligado à negação da castração originaria-mente, algo do seu desenvolvimento, se assim podemos dizer: é muuuuito + fácil perceber nos fetiches do consumismo a busca do “objeto de desejo” que é sem-pre escorregadio y que num é exata-mente o que achamos que desejamos, é otra cosita e tá sempre + além quando possuímos o que achávamos que era “aquilo”. Num era, a coisa continua sem fim…
 
Será que a falência do amor romântico y o liberalismo tão discutido/discutível compõem fatores forte-mente determinantes das bizarrias?? Não tendo desaguar dentro do Tédio cotidiano, as fantasias se produzem&direcionam pra rumos inimagináveis. Ruim é a apropriação indevida do liberalismo pra cristalizar mais&mais o Simulacro, né? Estereotipa-se a sexualidade mes-mo na bizarria… e – fazendo uma leitura 1 passo adiante – usa-se a transgressão pra cimentar ainda mais&mais a moral clássica&rançosa.
 
Fonte: Psicotramas