abril 07, 2013

CARTA ABERTA DA SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA - Por Uma Saúde Pública, Universal e de Qualidade Para Todos os Brasileiros






Companheiros e companheiras,

Segue anexa a Carta à Sociedade Civil Organizada. Tal documento foi elaborado com a participação de dezenas de entidades integrantes da Plenária Municipal de Saúde – entidades representantes movimentos populares e sociais, trabalhadores da saúde, fóruns de patologias, de pessoas com deficiência, entidades religiosas, conselhos de saúde, e outros tantos grupos e organizações que acreditam no SUS como a maior política pública do mundo e trabalham em sua defesa.

Esta carta, em um primeiro momento, colherá assinaturas de forma virtual. No dia do Ato do Dia Mundial da Saúde – 10 de Abril, a carta será encaminhada, lida e entregue à Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo e ao Executivo Municipal com os nomes de todas as entidades/coletivos que a assinam. 

Vale ressaltar que a Sessão com a Comissão de Saúde da Câmara contará com a presença de diversos vereadores, do Secretário Municipal de Saúde, de representante do Ministério Público Estadual, de Conselheiros Municipais, Estaduais e Nacionais de Saúde e de representantes da Plenária Municipal e Estadual de Saúde. 

Se sua entidade, organização, grupo organizado, coletivo livre, comitê, etc. concorda com o conteúdo quer assinar a Carta à Sociedade Civil Organizadaenvie uma resposta para este mesmo e-mail (plenariamunicipaldesaude.sp@gmail.com) até o dia 08 de Abril dizendo que concorda com o conteúdo da carta e que quer assiná-la. 
Obrigada a todos e Viva o SUS!

GT de Comunicação da Plenária Municipal de Saúde


Plenária Municipal de Saúde de São Paulo


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CARTA ABERTA À SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA

         O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 07 de abril, é um marco importante: um momento em que vários movimentos e entidades sociais saem às ruas para lutar por uma Saúde Pública, Universal e de Qualidade para todos os brasileiros. Desde a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), em 1988, até hoje, ainda lutamos pela total implantação desse Sistema, que colocou a Saúde como um direito de todos e dever do Estado, privilegiou as ações de prevenção e promoção da saúde e a efetiva participação da população.
         Os cuidados com a saúde pública, no entanto, não tem avançado e o povo de São Paulo sabe muito bem a peregrinação a que é submetido para ter um atendimento de saúde adequado. As deficiências no acesso a qualquer profissional de saúde, a demora na realização de exames, a ausência de especialidades médicas, a longa espera para a realização de cirurgias e a falta de medicamentos continuam presentes no cotidiano do paulistano. São muitos os hospitais fechados ou abandonados pela administração pública municipal anterior que poderiam ser recuperados para as necessidades de saúde de seus usuários.
         Em São Paulo, a administração dos serviços públicos foi em grande parte entregue às empresas privadas que apenas visam o lucro, reforçando um modelo centrado na doença e não na prevenção e promoção da saúde. Os bilhões de reais do dinheiro público entregues à iniciativa privada deveriam colocar São Paulo em 1° lugar no atendimento à saúde, porém não é o que tem acontecido, além de que esta verba não passa pelo controle social. Podemos constatar um profundo sucateamento das unidades públicas de saúde, alinhado a uma política de arrocho salarial e precarização das condições de trabalho no SUS.
         Neste Dia Mundial da Saúde, nós, usuários e trabalhadores do SUS, reiteramos nosso posicionamento contra o modelo privatista, que entrega às Organizações Sociais a gestão da Saúde transformando-a em mera mercadoria lucrativa e destruindo os direitos conquistados historicamente pela classe trabalhadora.     E por essas razões, nós dos movimentos populares e sociais, entidades, sindicatos e fóruns, saímos às ruas para exigir a garantia de que nossas bandeiras de luta tenham sua implementação iniciada ainda em 2013:

1.   Definir imediatamente o terreno e a planta básica dos hospitais de Parelheiros, Vila Brasilândia e Vila Matilde;
2.   Reassumir a gestão das unidades de saúde atualmente sob contrato de gestão com OSs;
3.   Iniciar imediatamente a construção das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) conforme compromisso de gestão e ampliar a rede de acordo com a necessidade da população;
4.   Revogar imediatamente o decreto municipal 52.914 de Janeiro de 2012;
5.    Reverter o modelo de pronto atendimento na cidade, priorizando ações na atenção básica, visando à prevenção e promoção da saúde;
6.    Submeter aos Conselhos de Saúde os planos, programas e projetos de saúde, incluindo os respectivos orçamentos, com a finalidade de retomar a construção do SUS na cidade;
7.    Convocar imediatamente, nos termos da lei, a Conferência Municipal de Saúde;
8.    Iniciar a abertura de discussões com os trabalhadores e outros setores, sobre a Carreira do SUS em São Paulo; viabilizar concursos públicos como medida para sanar o déficit de pessoal; investir em educação permanente e criar planos de carreira;
9.    Respeitar as deliberações das Conferências de Saúde (Municipal, Estadual e Nacional) que, em conjunto,  são a expressão mais democrática do que os cidadãos brasileiros querem para a saúde de seu país;
10. Defender a primazia do Estado na condução das políticas públicas e dos direitos sociais;
11. Promover ações intersetoriais visando a articulação e a integração de políticas sociais para a população, ampliando o acesso aos direitos sociais como moradia, alimentação, esporte, lazer, cultura, trabalho, emprego e renda;
12. Promover progressivamente a implementação de serviços públicos de saúde, combatendo seu sucateamento e privatizações;
13. Fortalecer e implementar em sua plenitude a Rede de Atenção Psicossocial, na perspectiva da Reforma Psiquiátrica e da luta antimanicomial;   
14. Aumentar o repasse de verba, o número de leitos hospitalares e a estrutura do SUS com a mesma vontade de organização dos grandes eventos esportivos, enquanto grande legado para a população brasileira.

Contra o desmonte do SUS público estatal e às medidas do governo federal de fortalecimento do setor privado de saúde, reafirmamos nossas bandeiras:

·         Defesa de investimento de recursos públicos no setor público.

·         Exigência de 10% da receita corrente bruta da União para a saúde.

·         Pela Inconstitucionalidade das Leis que criam as Organizações Sociais.



A nossa luta contra a privatização da saúde é também a luta contra a liquidação dos direitos sociais e das políticas públicas!

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