PICICA: "O agronegócio ao se
instalar destrói a biodiversidade, fonte da ciência, para produzir
em seu lugar o que interessa apenas a quem quer fazer negócio para
alimentar de dinheiro os seus mandantes, o mercado como fim em si
mesmo e o Estado, ficções criadas pelo homem que não comem nem
riem, não sofrem e nem choram. Pouco lhes importa trabalhar com o
equilíbrio dinâmico da natureza para o futuro da humanidade."
Imagem: Adital
Agronegócio uma Burrice Insustentável
Egydio Schwade
Casa da Cultura do Urubuí-CACUÍ/Amazonas
Adital
Há muito estou
intrigado com os altos investimentos do Governo ao agronegócio
através do Ministério da Agricultura. Pois em primeiro lugar nem
agricultura é. Quem se dedica ao agronegócio não se dedica
necessariamente a fazer ciência na terra, ou seja, agricultura.
Apenas obedece a um programa pré-fabricado nos laboratórios
urbanos.
O agronegócio ao se
instalar destrói a biodiversidade, fonte da ciência, para produzir
em seu lugar o que interessa apenas a quem quer fazer negócio para
alimentar de dinheiro os seus mandantes, o mercado como fim em si
mesmo e o Estado, ficções criadas pelo homem que não comem nem
riem, não sofrem e nem choram. Pouco lhes importa trabalhar com o
equilíbrio dinâmico da natureza para o futuro da humanidade.
Quando vim fixar
residência com a família aqui nas margens da BR-174 comprei um
pedacinho de terra que fizera parte de um agronegócio.
Aproximadamente 16% de um hectare, mais precisamente, de um campo de
gado desapropriado pela Prefeitura para a instalação da cidade de
Presidente Figueiredo, ainda inexistente, quando saiu o decreto que
criou o município.
16% de um ha é algo
invisível ou irrisório para um agronegociante. Para começar, num
sistema de criação de gado na Amazônia, os 16% de hectare
sustentavam talvez o rabo, ou uma perna de uma vaca, alguns
canarinhos e formigas que não faltavam quando começamos a arrancar
o capim. Para criar um só bovino nestas bandas necessita-se nada
menos que um hectare e meio, ou seja, dez vezes mais.
Mas para um agricultor
este pedacinho de chão é algo importante. Hoje cultivamos neste
terreno, 32 espécies de frutas, 8 espécies de tubérculos e raízes
comestíveis, 5 espécies de abelhas sem-ferrão, além de
hortaliças.
Além disso, a família
instalou ainda naquele pedacinho de terra a sua residência, a Casa
da Cultura do Urubuí e uma lojinha para a venda dos frutos
excedentes produzidos no quintal e em sítio mais afastado.
O agronegócio é
insustentável porque começa depredando a biodiversidade e as fontes
da ciência, depende da máquina que compacta o solo e não respeita
os meandros da natureza, envenena e contamina os produtos da terra,
que não visam o bem viver do povo, mas o dinheiro de uns poucos.
Dentro do agronegócio tudo está programado contra a vida e não há
mais nada para inventar ou criar a favor dela a não ser o seu fim.
Questione os governos e
a mídia que continuam dando incentivo a essa burrice iniqua!
Casa da Cultura do
Urubuí, 14 de abril de 2013.
Egydio Schwade
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Algumas espécies
cultivadas nesse quintal são:
Frutas: Abacate
(Persea
americana),
Abiu (Pouteria
oblanceolata),
Açaí (Euterpe
oleratia),
Acerola (Malpighia
emarginata),
Amora (Morus
albaL.), Araçá-boi (Eugenia
stipitataMc Vaugh.),
Araçá-do-brejo (Posoqueria
calantha),
Bacuri (Platonia
insignisMart.),
Banana (Musaspp.),
Biribá (Rolinia),
Cacau (Theobromacacau),
Café (Coffeaarabica),
Cajá-manga (spondeasdulcis),
Carambola (averrhoacarambola),
Coco (Cocusnucifera),
Cubiu (Solanum),
Cupuaçu (Theobroma),
Figueira (fícus
pohliana),
Fruta-pão (artocarpus
incisa),
Goiaba (Psidium
guaiava),
Graviola (Annonamuricata),
Jambo (Eugenia),
Limão (citrus
limonum),
Limão-Caiana, Mamão (Caricapapaya),
Maracujá (Passiflora edulis), Marmeladinha, None, Pitangueira
(eugenia uniflora), Pitombeira (talisia esculenta), Pupunha
(Bactrisgasipaes), Puruí, Tamarindo (tamarindos indica).
Tubérculos:macaxeira (manihot utilissima), cará branco e roxo (deste temos
diversas variedades), cará-inhame (colocasia antiquorum) (7
variedades), gengibre ou mangarataia (zingiber zingiber) (2
variedades), ariá, araruta, (maranta arundinacea), araruta Manoki,
batata doce, taioba, (xanthosoma violaceum), batata doce (Ipomea) e
açafrão,(crocus sativus L).
Há ainda uma variedade
grande de plantas medicinais, hortaliças, flores como o amor
agarradinho: Z(antiginum leptopus), importante fonte de alimento das
abelhas. E temos ainda uma pequena criação de galinha caipira e
garnizé.
Abelhas: Melípona
fulva, moça-branca, raiz, jati e mosquitinho.
Pássaros que
frequentam o quintal: Assanhaçu, pipira, xexeu ou corruíra,
aracuã, um passarinho pequeno amarelinho, beija flor (pelo menos 3
espécies), pica-pau-do-topete-vermelho, sabiá, papagaio, tucano,
arara-amarela, maracanã, rolinha, coruja, entre outros.
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