dezembro 10, 2014

"21 tendências que estão mudando o jornalismo", por Jay Rosen

PICICA: "Na minha aula de ”pensamento digital”, o objetivo é que os alunos terminem plenamente competentes nas mudanças que afetam o jornalismo. Aqui estão as principais correntes e tendências que eu espero que eles vão dominar até o fim do semestre." 
 

FUTURO DO JORNALISMO

21 tendências que estão mudando o jornalismo

Por Jay Rosen em 09/12/2014 na edição 828

Reproduzido do IJnet, 4/12/2014


Na minha aula de ”pensamento digital”, o objetivo é que os alunos terminem plenamente competentes nas mudanças que afetam o jornalismo. Aqui estão as principais correntes e tendências que eu espero que eles vão dominar até o fim do semestre.

Para cada tendência, eles devem entender: o que significa, por que é importante e para onde vai o caminho. Eu adicionei um link ou dois para ajudar você a começar. E ficarei contente em receber seus comentários sobre o que está faltando nessa lista.
 
1. O hábito das redes sociais e distribuição enquanto compartilhamento. Plataformas sociais alcançam um domínio maior relacionamento com os usuários, Facebook. (Link.)
 
2. A mudança para dispositivos móveis e nos celulares para aplicativos – agora acontecendo em velocidade impressionante. (Link.)

3. Novos modelos de negócios para o jornalismo – além do método usual de gerar audiência para vender assinaturas e anúncios, incluindo:

>> Captar dados... para melhor focar anúncios e personalizar produtos.
>> Vender pesquisa especializada... por assinatura como Giga Om faz ou via conversação como Techdirt faz.
>> Eventos... aproveitando uma marca de jornalismo para passar poder. (um link.) (outro.)
>> Propaganda nativa e o modelo de agência... Como fazem Buzzfeed e Vice. (Link.)
>> Modelos sem fins lucrativos... como ProPublica, Minn Post e Texas Tribune. (Link.)
>> Crowdfunding e associação de membros... como BeaconDe CorrespondentThe GuardianVoice of San Diego.
>> Trabalhar sozinho... Operações de uma pessoa podem funcionar.
 
4. Analytics na produção jornalística – aprender com o comportamento do público sem se tornar escravo dos números. (Link.)
 
5. O foco “produto” em empresas de jornalismo – reunir tech, editorial, negócios e experiência do usuário. (Link.) 
 
6. Design de interação e melhorar a experiência do usuário (UX) – rumo a uma ergonomia para a notícia. (Link.)
 
7. Jornalismo de dados – em todos os sentidos: coletar conjuntos de dados, conectar dados através de APIs, visualização de dados, encontrar matérias em dados, tornar base dados limpos e pesquisáveis acessíveis para os usuários, sensores no trabalho jornalístico. (Link.)
 
8. Melhoria contínua nos sistemas de gerenciamento de conteúdo e, portanto, no fluxo de trabalho – em que a cultura de engenharia se propaga nas empresas jornalísticas. (Link.) (outro.)
 
9. Dados estruturados – capturar mais valor da rotina de produção das notícias. (link.) (outro.)
 
10. Personalização nos produtos jornalísticos. Por que dar a todos a mesma reportagem? (Link.)
 
11. Transparência e confiança – em que ”confie em nós, somos profissionais” dá lugar a ”mostre seu trabalho.” (Link.)

12. Jornalismo aberto – incluindo: a verificação de conteúdo gerado pelo usuário, jornalismo em redecrowdsourcing e rede social como ferramenta de reportagem. O público que era chamado de audiência agora trabalha em colaboração com jornalistas na produção da notícia – da ideia de pauta a apuração ao trabalho final. (Link.)

13. Automatização e jornalismo ”robô”. Se as máquinas podem fazer o trabalho melhor e mais barato, jornalistas humanos podem subir na cadeia de valor. (Link.)

14. Criação de uma cultura ágil na redação – para que a adaptação, colaboração e experiência não seja uma trabalho tão penoso. (Link.) 

15. O modelo de franquia pessoal no jornalismo – baseado nos seguidores online do jornalista. (Link.)

16. Verticais jornalísticos e jornalismo de nicho. Fazer uma coisa bem e encontrar um mercado como a separação do omnibus mídia continua. (Link.)

17. O futuro do jornalismo de contexto e de explicador. Fornecendo o background necessário para entender as novas notícias. (Link.)

18. “Notícias enquanto serviço” – ao invés de um produto que aparece no cronograma da empresa de notícias, um serviço que ajuda o usuário a fazer algo. (Link.)

19. Da escassez à abundância – antes o jornalista acrescentava valor publicando um material novo. Agora ele também pode servir aos usuários recuperando e organizando os melhores artigos da avalanche de conteúdo barato. Isso se chama fazer a curadoria.

20. Verificação de fatos e controle de boatos. A imprensa lidava com informação falsa simplesmente não deixando passar pela porta. Agora é um dever afirmativo rastrear e desmentir notícias falsas. (Link.) (outro.)

21. “Não estamos no comando”- antes, empresas de mídia produziam notícias eram donas dos canais de distribuição. Agora, outros agentes maiores – companhias de plataformas e governos – entram no meio entre usuários e jornalistas. O trabalho jornalístico circula nos sites que os editores não controlam. As editoras de notícias têm que ”ir onde o povo vai”, porém muitas vezes não sabem está sendo feito para estas pessoas. O público tem que ser alertado quanto a isso. (Link.)

O que está faltando? Se você sabe, escreva para o Twitter @jayrosen_nyu.

Atualização, 13 de novembro: Os itens 19 a 21 vieram de sugestões que recebi depois da primeira lista ter sido publicada. Veja também resposta anotada  de Steve Buttry a minha lista. Ele acrescenta muito mais recursos para entender estas mudanças. 

***

Este post apareceu originalmente no site de Jay Rosen, Press Think, e é reproduzido na IJNet com permissão. Rosen é professor de jornalismo da Universidade de Nova York e diretor do Studio 20, com foco em jornalismo com prioridade digital. 

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