março 10, 2007

PC do B: uma no cravo, outra na ferradura

Foto: Rogelio Casado - Dia Internacional da Mulher-2007, Manaus/AM












Dep. federal Vanessa Grazziotin (PC do B)

NOTA: Enquanto a deputada federal Vanessa Grazziotin (PC do B) - presidente da Comissão da Amazônia na Câmara Federal -, integrante do movimento de mulheres do estado do Amazonas, participava do Dia Internacional da Mulher em Manaus - aliás, a única parlamentar a comparecer no evento -, ao mesmo tempo, seu companheiro, deputado estadual Eron Bezerra, atual Secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), enviava aos meios de comunicação, através da sua Assessoria de Imprensa - leia-se Mariane Cruz - a nota abaixo:

Assessoria de imprensa da Sepror

A vinda do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil, nesta quinta-feira, traz à tona uma discussão para os amazonenses: será que o Estado está preparado para produzir biocombustível em escala de exportação? O que se tem afirmado, recentemente, é que a produção não garante nem "a comida na mesa" dos moradores da região, portanto, "teoricamente", a exportação não seria bem vinda.

Bush vai tratar, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, sobre um possível convênio entre as duas nações para a compra de etanol para os EUA. Atualmente, americanos e brasileiros são os maiores produtores de etanol do mundo – o primeiro gera cerca de 17 bilhões de litros anuais à base de milho, e o segundo, 16 bilhões de litros, produzidos à base de cana.

Se fechada, a parceria abriria o mercado para a produção em larga escala de outras matérias-primas para o biocombustível na área amazonense, como o dendê. A princípio, o acordo entre as duas nações ficaria restrito ao etanol.

O secretário de Estado da Produção Rural, Eron Bezerra, vê vantagens no acordo. Ele afirma que, embora o Estado não tenha condições de produzir em grande quantidade, o acordo seria favorável ao País em dois aspectos: o ecológico e o econômico. "O Amazonas não atende sequer a demanda interna de biocombustível e a monocultura não é recomendada para os solos amazônicos. Em cada hectare há, pelo menos, seis tipos de vegetação diferente. Se colocarmos uma cultura homogênea, o solo fica exaurido", explica Bezerra, que é engenheiro agrônomo.

Por outro lado, o secretário defende a movimentação do mercado interno e externo do País, na medida em que toda a produção brasileira do biocombustível deverá ser destinada ao mercado americano. "O Amazonas poderia entrar com a parte de produção para o mercado interno que, certamente, se verá secundarizado", diz.

Outra vantagem apresentada pelo titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) está no compromisso dos EUA de reduzir em 20% o consumo do petróleo, que é o tipo de combustível que tende a ser extinto a curto prazo e que polui o meio ambiente. "Eles (americanos) estariam sendo ecologicamente corretos ao diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera, já que se negam a assinar o protocolo de Kyoto", explica.

O diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas (Fetagri), Wilson Paixão, afirma que o Estado ainda não está inserido no Programa Nacional do Biodiesel. “Estamos negociando, por meio do Governo do Estado, nossa inserção nesse mercado. Por enquanto, só temos o dendê e uma empresa de Belém que trabalha com isso”, diz. Paixão declara que a meta da Fetagri é inserir os trabalhadores amazonenses no Programa Nacional.

A deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB), presidente da Comissão da Amazônia na Câmara Federal, é contra o avanço da fronteira da soja e da cana na região amazônica, mas defende o incentivo que o governo federal dá à produção em larga escala de etanol nas regiões que já trabalham com a monocultura. Vanessa diz que o dendê poderia ser melhor aproveitado dentro do programa nacional do biodiesel. Posted by Picasa

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