Nota do Blog: Leia o Editorial do Jornal Diário Popular de Pelotas (jornal da família do atual prefeito), de 14 de Julho de 2008. Ao reivindicar o Castelo Simões Lopes como sede da Casa de Cultura, abriram fogo contra as pretensões dos mentaleiros de Pelotas. Entre 1993 a 2006, ali funcionou o CAPS Castelo. Em causa as questões do patrimônio, da cultura e da luta antimanicomial. Estamos de olho.
CASTELO SIMÕES LOPES
A campanha lançada pela família Simões Lopes pela salvação do Castelo, situado no bairro de mesmo nome, ecoou de imediato no paço municipal e já produz resultados positivos. É a tradição cultural de Pelotas bem viva no espírito da população, que encontra ressonância no poder público para a preservação dos seus bens patrimoniais.
Construído para uso próprio em 1922 por Augusto Simões Lopes, figura de projeção econômica, social e política, como prefeito, deputado e senador da República, veio a ser adquirido pelo município na gestão Anselmo Rodrigues para sediar uma Casa de Cultura, como de fato aconteceu, por algum tempo, ao abrigar, sob a égide da respectiva Secretaria Municipal, o Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas, o Clipe, que reúne poetas pelotenses, entre outras entidades afins.
Já na gestão posterior, do prefeito Fernando Marroni, no ano 2000 o setor responsável da administração resolveu mudar a destinação do imóvel, instalando ali o Caps-Castelo, um Centro de Atenção Psicossocial. Unidade em funcionamento desde 1993, mas somente cadastrada no Ministério da Saúde (MS) em 2002, tem por finalidade atender pacientes com transtornos psíquicos severos e persistentes em regime intensivo, semi-intensivo e não-intensivo. A administração do prédio passou então à alçada da Secretaria da Saúde, que, em 2006, em vista das péssimas condições ambientais, teve que se retirar daquelas dependências. Enquanto isso, desocupada e desprotegida, a construção foi se deteriorando sob a ação do tempo e a gatunagem e o vandalismo se encarregaram de completar a obra... Situação caótica.
Restava, então, naquele momento, assegurar desde logo a guarda ao prédio. E isso foi providenciado pela Secretaria da Saúde, em parceria com as secretarias de Transportes, Trânsito e Segurança, de Urbanismo e de Obras. Um posto da Guarda Municipal foi instalado no local, a iluminação reforçada e procedidos pequenos reparos, seguidos de uma faxina geral.
Acontece que esse problema o prefeito Fetter Júnior o havia incluído em sua agenda desde o início da gestão. Aquele valioso patrimônio precisava ser preservado. Mas, faltavam recursos. Administração, então, pleiteou e conseguiu junto ao Ministério da Saúde R$ 400 mil, acrescidos de R$ 40 mil como contrapartida da prefeitura, para a restauração do Castelo. Essa quantia, que, por motivo das eleições, que vedam a liberação de verbas públicas nos meses antecedentes ao pleito, deverá ser repassada à prefeitura em outubro. O titular da SMS, Francisco Isaías, que levou pessoalmente o processo a Brasília, adianta que o projeto arquitetônico e o relatório técnico da obra serão elaborados nesse período, mediante parceria de cooperação técnica com a Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica. A verba permitirá reforma da parte interna, telhado e aberturas, restando para uma segunda etapa o restauro da parte externa.
Assim, o Castelo começa a ser salvo. Já quanto ao seu aproveitamento para sediar uma Casa de Cultura, sabe-se que seria essa a intenção do Governo do município, pois, de fato, salvo melhor juízo, por suas características arquitetônicas e sua história, o imóvel parece mais adequado a sediar entidades de caráter cultural do que as múltiplas atividades de um Centro de Atendimento Psicossocial.
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