Só um republicano privatizaria o SUS
Por Geraldo Guedes*
As eleições presidenciais americanas podem ajudar a clarear uma questão que, para nós brasileiros, ainda permanece, extemporaneamente, no remanso das águas turvas. Aqui no Brasil, na área da saúde, não conseguimos distinguir nitidamente quem é conservador e quem é progressista. Freqüentemente, fala-se uma coisa e pratica-se outra. Nos Estados Unidos, a era Bush fez, pelo menos, o favor de assinalar uma linha divisória entre os dois lados, com exemplos insofismáveis do que é bom e ruim para a saúde pública, tanto aqui como lá. Lá, os mesmos que defendem a ocupação militar do Iraque também querem que a saúde continue privatizada. Assim são os republicanos de Bush. No pólo oposto estão os democratas, que prometem, além da retirada do Iraque, a adoção de um programa de assistência médica e hospitalar para os 50 milhões de americanos desprovidos de planos de saúde. Estamos falando de 17% da população dos Estados Unidos, estimada em 300 milhões de habitantes. Calcula-se que 23 milhões de assalariados dos Estados Unidos – portanto, estamos aí falando de pessoas formalmente empregadas, na potência econômica do planeta – não disponham da cobertura de planos de saúde. Estão ao léu, lançados a um mar de incertezas. Muito parecido com aqui.
(*) Conselheiro do CFM e Coordenador da Comissão Pró-SUS; artigo publicado no Jornal de Medicina do Conselho Federal de Medicina.
Leia o texto na íntegra no Blog do Cebes
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CFM alerta para importância das residências especialistas
Definir as vagas para residência médica de acordo com as necessidades regionais do Sistema Único de Saúde é o que defendem os Ministérios da Educação e da Saúde. A proposta é que o governo federal seja o indutor da formação de médicos especialistas.
Segundo o coordenador da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina, com esta medida existiram apenas dois tipos de especialistas: um especialista do SUS e outro especialista que não é do SUS. Genário Barbosa diz que esta é uma situação preocupante. "É como o pessoal do SUS tivesse direito àquelas quatro ou cinco áreas que ele vai determinar. É um contra-senso. Você prioriza determinadas áreas, mas que essas áreas vão encaminhar o paciente para outras áreas de conhecimento que também requer treinamento".
Leia o texto na íntegra no Blog do Cebes
Nota do Blog: Um doce de cupuaçu japonês para quem descobrir qual a especialidade que não aparece nas necessidades regionais mencionadas nesse texto. Uma dica: trata-se do patinho feio da políticas públicas de saúde.
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