Mobilização comunitária - A comunidade organizada do bairro do Aleixo (foto) reuniu-se com a Associação Amigos de Manaus no Sindicato dos Jornalistas do Estado do Amazonas, no dia 19 de janeiro. Depois de uma série de relatos sobre o impacto ambiental provocado pela expansão de empresas do Distrito Industrial, que resultou na poluição de todos os igarapés da região, não há dúvida de que aquele território da cidade de Manaus vem sendo tratado como uma grande cloaca do lixo industrial. Uma das mais belas paisagens do lugar - o lago do Aleixo - está entre a vida e a morte.
Nesse sentido, a construção do Porto das Lajes, para carga e descarga do Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, é o coroamento da expansão do desastre ambiental que atinge a população ali residente, afirmou o sociólogo Ademir Ramos, professor da Universidade Federal do Amazonas, que vem recebendo ameaças anônimas depois de denunciar o fato nos meios de comunicação amazonense.
Segundo a pesquisadora Elisa Wandelli, da Embrapa, além da comunidade do Aleixo, a comunidade do Puraquequara também está ameaçada pelo projeto do Porto, cujo relatório de impacto ambiental foi colocado sob suspeita, por não respeitar o tempo necessário para um estudo mais aprofundado. Tudo indica que a união de interesses anti-populares querem açodadamente dar a questão por encerrada e iniciar a construção do Porto. O Ministério Público Estadual está de olho.
Luta unificada - Com a recente revitalização da Associação Amigos de Manaus (idealizada e criada em 1993, entre outros, pelo psiquiatra Rogelio Casado), que lançou o movimento SOS - Encontro das Águas em ato público no dia 17 de dezembro de 2008, todos concordaram em unificar a luta. Dessa forma, os Amigos de Manaus reuniram-se na noite do dia 21 de janeiro, no Clube de Mães do Aleixo, com a comunidade interessada em debater os problemas ambientais daquele território.
A decisão mais importante foi a instituição de um Comitê Gestor que, doravante, atuará organizada e solidariamente nos processos de audiência com autoridades do poder público e com representantes empresariais.
Nota de desagravo - Incidente provocado pelo médico Mena Barreto, por ocasião de um relato extemporâneo sobre a desativação da Colônia Antonio Aleixo, no qual arrolou o nome do psiquiatra Silvério Tundis como um dos responsáveis pela iniciativa, foi contestato por Rogelio Casado que demonstrou a improcedência da informação: a Colônia fôra desativada em 1978. "Ora - afirmou Rogelio-, Silvério Tundis, era médico lotado no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro entre 1978 e 1979, só assumindo a direção daquele estabelecimento em 1980, sem que tivesse qualquer ingerência de poder sobre o processo de desativação". Não é a primeira vez que Mena Barreto invoca a responsabilidade de pessoas físicas - desta vez acrescentando o nome do saudoso companheiro Silvério Tundis -, deixando de lado a crítica à omissão do Estado que descuidou em oferecer políticas públicas de inclusão social dos hanseníanos. Descanse em paz, Silvério!
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