Internet enfraquece a imprensa
"No tempo da mídia de massa, a imprensa definia o alcance do debate mais legítimo com relativa facilidade, pois os leitores, do outro lado da linha, estavam conectados só à grande mídia, e, não, uns aos outros. Agora, essa mesma autoridade está erodindo... E eu explico [a seguir] por quê."
Jay Rosen, no PressThink, via @raquelrecuero (porque a grande imprensa nunca apanhou tanto da internet como atualmente; 2009, conforme Clay Shirky colocou, vai ser um "banho de sangue"....
por Julio Daio Borges
14/1/2009 à 00h02
Sobre o futuro (?) do jornais
[...]Faça a seguinte experiência: compre todos os jornais do dia em sua cidade e compare as notícias de alguma editoria. Digamos, política e mundo. Verifique a assinatura de cada uma das matérias semelhantes. Percebeu algo interessante? Sim, os textos são quase todos iguais, com alguma pequena variação entre parágrafos. Sim, as agências de notícias são as fontes principais da maioria deles. Por algum motivo, as diretorias de jornais acreditam que você deva pagar - ou gostariam que pagasse - para ler notícias que podem muito bem ser lidas de graça nos sites de agências como Reuters, AFP e Agência Brasil.
Nas últimas décadas o número de funcionários nas redações tem caído constantemente. Consoante a isso, os jornalistas mais antigos têm sido demitidos porque ganham mais, ou têm saído voluntariamente porque não agüentam o ritmo de trabalho imposto pela necessidade de "reengenharia" das empresas de comunicação. O resultado são equipes insuficientes e inexperientes e a queda na qualidade do jornalismo. Produzir coberturas sempre originais fica quase impossível. E, de qualquer modo, a maioria dos assuntos políticos e econômicos serão tratados de forma muito parecida porque a técnica e as fontes usadas pelos repórteres são as mesmas.
Uma solução para o financiamento da atividade jornalística pode estar em oferecer material mais atraente ao leitor e cobrar por ele. Os jornais digitais poderiam deixar a informação que pode ser encontrada em outros lugares (abundante) disponível a todos e investir maior esforço de reportagem em pautas inusitadas e exclusivas. Isto é, produzir informação escassa. E escassez, como qualquer estudante de primeiro semestre de Economia sabe, é uma das bases do valor de qualquer produto. Enfim, é preciso primeiro aumentar a qualidade das notícias, para depois querer cobrar por elas.[...]
Träsel, no seu blog, uma indicação da Raquel Recuero.
por Julio Daio Borges
8/1/2009 à 00h01
Blogs vs. sites de notícias
"Por que as pessoas lêem blogs ao invés de sites de notícias? Você já se fez essa pergunta? Os blogs teriam chegado a um patamar de qualidade de conteúdo maior do que o da grande imprensa? Seria a mudança geracional dos leitores? A tal web 2.0? Talvez.[...]"
[...]os sites noticiosos da grande imprensa não se adaptaram à mudança de comportamento que todos já estão carecas de saber: as pessoas não acessam mais; elas buscam.[...] As pessoas trocaram os favoritos e a digitação manual pelo conforto e a praticidade de uma busca eficiente."
[...]ao realizar suas buscas, quantas vezes um site de jornal ou revista de grande circulação apareceu na primeira página de resultados? Faça o teste. Você verá que raramente eles aparecem. As primeiras páginas do Google são praticamente domínio de blogs e de wikis. Mérito deles?[...]
"Trechos de um texto de Andre de Abreu, que você conhece daqui, ontem no Intermezzo (porque os jornalistas continuam apanhando dos blogueiros...).
por Julio Daio Borges
6/1/2009 à 00h13
A Maldição do Jornalista
1. Não terá vida pessoal, familiar ou sentimental.
2. Não verá o filho crescer.
3. Não terá feriado, fins de semana ou outro tipo de folga.
4. Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.
5. A pressa será o único amigo, e as refeições principais serão sanduíches, pizzas e pães de queijo.
6. Os cabelos ficarão brancos antes do tempo. Se sobrarem cabelos.
7. Sua sanidade mental será posta em xeque antes que complete cinco anos de trabalho.
8. Dormir será considerado período de folga; logo, não dormirá.
9. Trabalho será o assunto preferido, talvez o único.
10. As pessoas serão divididas em dois tipos: as que entendem de comunicação e as que não.
11. A máquina de café será a melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não fará mais efeito.
12. Happy hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.
13. Sonhará com sua matéria. E não raramente mudará o titulo dela e algumas palavras enquanto dorme.
14. Exibirá olheiras como troféu de guerra.
15. E, o pior, inexplicavelmente, gostará disso tudo.
Marcelo Rubens Paiva, no seu novo A segunda vez que te conheci (a seleção do trecho é de Mauricio Stycer, de cujo blog eu tomo a liberdade de copiar e colar...)
por Julio Daio Borges
25/12/2008 à 00h19
Fonte: Digestivo Cultural
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