janeiro 29, 2009

Natureza morta

Antecedentes - Eduardo Ribeiro divide opiniões. Refiro-me ao governador do Estado do Amazonas que se notabilizou pelas obras de urbanização da cidade de Manaus, quando aqui se acendiam charutos com notas de 500 réis, no final do século XIX.

Como engenheiro que era, ER fez pravelecer uma concepção parisiense de cidade que resultou no aterramento de inúmeros igarapés, onde hoje é o centro de Manaus. Tanto assim que a cidade conhecida por suas sete colinas (só restou a Colina de São Raimundo), conviveu com o desaparecimento de cada uma delas ao longo do tempo. Ali onde foram erguidas a Penitenciária Desembargador Raimundo Vidal, o Patronato Santa Terezinha, a antiga Escola Técnica Federal do Amazonas (atual CEFET), entre outros, existia outrora uma dessas colinas.

A moda pegou, e ainda hoje, aqui e ali, um igarapé é aterrado.

Meio ambiente - Em plena era da defesa do meio ambiente, no alvorecer da luta pelo ecossocialismo, eis que a Ordem dos Advogados do Brasil - seção Amazonas - acaba de aterrar, não exatamente um igarape, mas todo o trecho verde de sua propriedade, que não era muito, mas o suficiente para arejar um dos territórios mais agredidos em sua natureza, depois que administração Serafim Corrêa permitiu a construção de Shopping em extensa área verde entre as avenidas Recife e Paraíba. Ninguém merece!

A Voz do Advogado - Recebi a imagem acima sem saber se o jornal dos Advogados faz uma homenagem ou uma crítica a essa desastrada intervenção, numa época em que a engenharia têm soluções mais criativas no trato com o meio ambiente. Se é homenagem, meus pesâmes; se é uma crítica, unimo-nos aos lamentos.
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Um comentário:

Anônimo disse...

SEDE DA OAB

Unimo-nos aos lamentos!

Esta é a última folha da publicação do jornal da OAB "DEZEMBRO/2008".

Sem nenhuma sensibilidade ou noção das regras de direito ambiental fizeram essa foto do "antes e depois" como se nós advogados fóssemos ficar muito gratos pelo presente de natal.

Lamento,

Kamila Amaral