janeiro 25, 2009

Michael Löwy, a UEA e o Ecossocialismo

Fotos: Rogelio Casado - UEA na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia - 2008
Michael Löwy, a UEA e o Ecossocialismo

A Universidade do Estado do Amazonas - a maior universidade multicampi do Brasil - realizou, através da Pro-Reitoria de Pós-Graduação, na semana que passou, um Seminário sobre o Ecossocialismo com Michael Löwy.

Ao refazer as leituras de Marx e Engels, Löwy encontra um forte viés ambiental e demonstra que a lógica capitalista que explora o ser humano é a mesma que destrói os recursos naturais. Curiosamente é a mesma análise feita pela bióloga Elisa Wandelli sobre a morte dos operários na construção do Manauara Shopping, erguida na admnistração municipal de Serafim Corrêa.

O sociólogo prega uma prática revolucionária diária e a revolução gradativa no mundo real, para além da academia.

Um dos pontos altos do Seminário deu-se quando o palestrante propôs, para os mais de 200 participantes, que fosse realizada uma ação prática do curso. Guardada as distâncias no tempo-espaco, proposta semelhante deu origem à Associação Amigos de Manaus, que usou o vídeo como instrumento de movimento social.

O tema sugerido foi "Melhoria da qualidade do transporte coletivo, cicloviário e das vias de circulação de pedestres em Manaus". Entre os objeticos: priveligiar o transporte coletivo ao individual, possibilitar a circulaçãode bicicletas e de pedestres através da construção de ciclovias e de calçadas adequadas. Tratam-se de soluções para diminuir a poluição e a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Elisa Wandelli lembra que tais medidas propiciariam melhoria do bem estar e da saude mental da população (pela parte que nos toca, eterna gratidão) de uma grande cidade como Manaus. Na realidadae a proposta do Lowy é de transporte coletivo gratuito para toda a população.

Os mais de 200 participantes concordaram em se reunir para apresentarem estratégias de ação.

Data: 13/02/2009.

Hora: 14h00h

Local: Auditório da Reitoria da UEA (Av. Djalma Batista)

Reunião aberta a todos participantes do curso de Eco-sociologia e demais interessados.

A Pro-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários irá coordenar a atividade. Entre os convidados estará a Associação de Amigos de Manaus. Trata-de de uma ONG que atua no campo da defesa do patrimônio público, cultural e paisagístico, e também na defesa de políticas públicas que atendam os interesses da cidadania.

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Acesse no link abaixo Entrevista com Michael Löwy

http://www.historia.uff.br/tempo/entrevistas/entres2-1.PDF

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Biografia

Michael Löwy (São Paulo, 6 de maio de 1938) é um pensador marxista brasileiro radicado na França, onde trabalha como diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique. É um relevante estudioso do marxismo, com pesquisas sobre as obras de Karl Marx, Leon Trótski, RosaLuxemburgo, Georg Lukács, Lucien Goldmann e Walter Benjamin. Filho de imigrantes judeus de Viena (Áustria), Michael Löwy nasceu em São Paulo, cidade em que passou sua infância e adolescência. Em 1960, formou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, tendo sido colega de Roberto Schwarz e Gabriel Bolaffi. No ano seguinte, partiu para a França, onde estudou sob a orientação de Lucien Goldmann, concluindo o Doutorado em 1964, com uma tese sobre a Revolução comunista na obra do jovem Marx.

Após alguns anos vivendo em Israel, Löwy retornou à França em 1969, passando a trabalhar na Université de Paris VIII como assistente de Nicos Poulantzas. Em 1976, obteve o doctorat d'État com uma tese sobre a evolução política do jovem Lukács.

Em 1978, tornou-se professor de Sociologia no Centre National de la Recherche Scientifique (Paris) e depois diretor de pesquisas da mesma instituição.

Nos anos 1950-1960, fez parte da Liga Socialista Independente, organização que contava com Hermínio Sacchetta entre seus dirigentes.


Em 1968, associou-se à Quarta Internacional, tornando-se membro da Primeira seção, a Ligue Communiste. Em sua militância revolucionária, Löwy esteve constantemente atento às lutas sociais e organizações políticas de esquerda, das Ligas Camponesas ao MST, sem mencionar o PT e o PSOL.

A obra de Michael Löwy abrange uma ampla gama de questões, que vão de Marx e o marxismo até o Surrealismo, sendo marcada por um interesse constante pelo pensamento libertário. Seus livros e ensaios voltam-se principalmente para a sociologia do conhecimento, com ênfase sobre o socialismo e as idéias radicais, abarcando temas como a teoria da Revolução permanente de Trotsky, o Romantismo anticapitalista, o nacionalismo e o internacionalismo, o marxismo na América Latina, a dimensão utópica do judaísmo, a sociologia das religiões, a Teologia da Libertação e o ecossocialismo. Entre os diversos pensadores sobre os quais Löwy escreveu, destacam-se Karl Marx, Max Weber, Georg Lukács, Walter Benjamin, RosaLuxemburgo, Leon Trotsky, Ernest Mandel, José Carlos Mariátegui e CheGuevara. No campo das artes e da literatura, podem-se mencionar os ensaios sobre escritores como Franz Kafka e Christa Wolf, além dos estudos sobre o Surrealismo.

"O que nos ensinou e ensina Michael é que a militância revolucionária deve associar a teoria à prática, além de manter a firmeza dos princípios livre do sectarismo e do doutrinarismo da ultra-esquerda. Sua biografia é uma ilustração da possibilidade e da necessidade de manter esse tipo de militância revolucionária - sem o qual a teoria se esteriliza e a realidade se eterniza." (Emir Sader, "Apologia da militância revolucionária", in: As Utopias de Michael Löwy.)
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