Foto publicaca no blog do Milton Ribeiro
Corte de custeios do governo Yeda deixa trabalhadores e crianças à mercê de assaltantesNo último sábado, por volta das 3 horas da manhã, as duas monitoras da AR 02 do NAR Norte e as crianças e adolescentes lá abrigadas, foram surpreendidos por um assaltante. Certo, alguém, inadvertidamente poderia até dizer que a violência está em toda a parte, que até zonas nobres são assaltadas, etc. Até aí, nada de novo. O "novo", neste caso, são as condições atuais do abrigo. Agravadas pela perversidade do corte de custeios, que culminou com a retirada dos vigias do Abrigo Residencial.
As casas estão situadas nos fundos do Centro Vida, tendo à frente um campo de futebol e ao lado um pequeno matagal, em região isolada, próximo a construções irregulares. Com elevado índice de violência, com iluminação precária, são também precárias as condições dos dois lares que abrigam cerca de 25 crianças e 18 trabalhadores. Ambas foram construídas em parte com materiais reciclados das antigas construções (Instituto Infantil Feminino e dos abrigos da Padre Cacique), em 2001. De lá para cá, pouca ou nenhuma manutenção foi realizada. Os trincos das janelas não funcionam, a porta da lavanderia não fecha, a porta da cozinha vive caindo, as goteiras invadem inclusive os quartos de bebês. O gradeamento externo está caído.
Nestas condições, a maior preocupação da gestão foi com o corte de custeios. Desta forma, os vigias, que trabalhavam um a cada noite atendendo aos dois abrigos, foram transferidos. Ficando assim trabalhadores e clientela, inclusive os bebês, entregues à própria sorte.
Foi o que aconteceu nesta situação, quando a monitora, que alimentava um bebê de três meses, viu-se agredida por um assaltante que entrou sem nenhuma dificuldade no abrigo. O prejuízo material foi o de menos. Pior foram os ferimentos físicos e morais, os traumas em crianças já traumatizadas, que desde a ocorrência não conseguem mais comer direito.
O Semapi e a Afufe estiveram nesta terça-feira (24) visitando os dois abrigos e ouvindo os trabalhadores. Beth Arruda, Isolina (Afufe), Maria Helena e Regina Abrahão (Semapi), visitaram depois o Diretor do NAR, que comprometeu-se com os seguintes encaminhamentos: gradeamento das janelas, troca de fechadura das portas, colocação de vigias e contratação de vigilância externa.
Além disto, será encaminhada denúncia ao Ministério Público, pelas más condições oferecidas a crianças e adolescentes, e à DRT, pela falta de condições de trabalho.
Concluímos com o desabafo de uma menina de 14 anos, abrigada na casa, que escreveu num cartaz e colou na parede da sala do que deveria ser sua casa: "Nós somos crianças e adolescentes e queremos segurança... vocês tiraram o vigia e colocaram nossa vida em risco! Nós queremos que arrumem o portão, as janelas e o muro. O que é proteção para vocês? Proteção é aquela palavra que bota nossa vida em risco? Que saiba, proteção é aquilo que protege nós!"
Bom seria que a governadora lesse este desabafo antes de pensar na próxima contenção de custos...
Fonte: http://www.semapirs.com.br/
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