julho 01, 2009

Cabo de guerra?

Ilustração publicada em http://www.tvcultura.com.br/
Nota do blog: Basta uma crítica dirigida à coordenação nacional de saúde mental, pelos mesmos que a apoiaram quando iniciaram as agressões da Associação Brasileira de Psiquiatria em 2006, para surgir na cena da saúde mental os defensores que reduzem os fatos a um jogo da infância: cabo de guerra. Ora, o movimento da luta antimanicomial está dividido desde os primeiros anos do século XXI. E essa divisão é mais do que um cabo de guerra, ou melhor, nada tem a ver com cabos de guerra mas com visões políticas distintas sobre a luta por uma sociedade sem manicômios. Acho até que um dos campos tem sido demasiadamente condescendente. Se a opinião pública tomasse conhecimento do que se passou nos bastidores da eleição do companheiro Lula à presidência de República num momento decisivo para o campo da saúde mental, talvez por aí se compreendesse as atitudes de hoje, de ambos os lados. Sobre isso silêncio respeitoso (em respeito a quem mesmo, porque sou interessado e durante algum tempo fiquei com cara de ovo, sem saber das motivações dos litigiosos). Mas essa é uma outra história. O fato é que não foi à toa que a coordenação nacional de saúde mental deixou de dialogar com o movimento social. Entretanto, quando sob ameaça por mais de uma vez procuraram apoio entre os militantes, sobretudo aqueles que respondem pela gestão de algumas das nossas aguerridas entidades de classe. Daí que o desejo manifesto nos grupos de discussão na internet: "Acho urgente abrir um espaço de diálogo mais claro e objetivo entre Ministério da Saúde e Movimentos Sociais" já não é sem tempo. Resta saber se há vontade política. O que se tem visto nos últimos anos é o sistemático afastamento dos mais críticos. Basta! Em tempo: a coordenação nacional de saúde mental não foi representada pelo seu titular na conferência de Benedetto Saraceno em Recife. Alegação: problemas familiares. Dou fé. O incômodo é que esta não a primeira falta. Esperamos ser a última. A situação de Pernambuco é grave.
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