março 25, 2010

Tá russo! Só lendo Tolstói.


Chronicle. Rare film footage of Leo Tolstoy at the end of his life (music: Tchaikovsky - Piano sonata in G major, op. 37, 1st movt).
Л. Н. Толстой. Кинохроника 1908 - 1910 годов (музыка: П. И. Чайковский - Большая соната соль мажор, соч. 37, 1-ая часть).

Содержание:

I. ПОСЛЕДНЕЕ ПОСЕЩЕНИЕ ЛЬВОМ ТОЛСТЫМ МОСКВЫ. Сентябрь 1909 г. (00:00)
1. Лев Николаевич Толстой уезжает в Москву из имения Черткова (00:03)
2. Графиня Софья Андреевна Толстая (00:17)
3. Л. Н. Толстой, Чертков и семья великого писателя (00:29)
4. Приезд в Москву (01:34)
5. На станции Брянск (01:43)
6. Лев Толстой прибывает в дом свой в Хамовниках; дом этот будет превращен в толстовский музей (01:51)
7. Отъезд Льва Николаевича в Ясную Поляну (02:16)

II. ЛЕВ НИКОЛАЕВИЧ ТОЛСТОЙ В ЯСНОЙ ПОЛЯНЕ. 1908-1910 гг. (02:49)
8. Семья Л. Н. Толстого (02:51)
9. Лев Николаевич раздает милостыню бедным крестьянам (03:02)
10. Прогулка Толстого верхом в сопровождении доктора Маковецкого (04:05)
11. Л. Н. на прогулке в пять часов утра (04:57)
12. Лев Николаевич и его супруга графиня Софья Андреевна (05:05)
13. Внуки Льва Николаевича (05:56)
14. Лев Николаевич Толстой за работой (06:34)
15. Граф Толстой на балконе с семьей (06:47)
16. Больной гр. Л. Н. Толстой у себя на балконе в день юбилея. 28 августа 1908 г. (07:13)

III. СМЕРТЬ В АСТАПОВЕ И ПОХОРОНЫ В ЯСНОЙ ПОЛЯНЕ. 7-9 ноября 1910 г.
17. Л. Н. Толстой на смертном одре (07:22)


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Nota do blog: A dica é do blog Cosac Naif .

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Leon Tolstói

Em Tolstoi, reconhecido como um dos maiores escritores de todos os tempos, o individualismo e a paixão conviviam com desejos de transformação espiritual que o levaram, no fim da vida, a um anarquismo cristão oposto a toda autoridade eclesiástica e política. Lev Nikolaievitch, conde de Tolstoi, nasceu na propriedade rural da família, em Iasnaia-Poliana, província de Tula, em 9 de setembro (28 de agosto pelo calendário juliano) de 1828. Com a morte prematura dos pais, foi educado por preceptores. Em 1844, ingressou na Universidade de Kazan, mas três anos depois, decepcionado com o ensino formal, voltou a Iasnaia-Poliana para administrar a propriedade e conduzir a própria educação. Atraído pela agitação social de Moscou e São Petersburgo, não foi muito bem-sucedido em seus propósitos. Em 1851, o sentimento de vazio existencial levou-o a juntar-se ao irmão, soldado no Cáucaso. No ano seguinte, alistou-se e lutou bravamente contra tribos montanhesas.

É dessa época seu primeiro trabalho publicado: "Detstvo" (Infância - 1852), que denota a influência do inglês Laurence Sterne. Transferido, participou da guerra da Criméia, experiência descrita em "Sevastopolskiie rasskazi" (Contos de Sebastopol - 1855). Com o fim da guerra, em 1856, voltou a São Petersburgo, onde foi recebido como ídolo pelos círculos literários. Irritado com o assédio, voltou a Iasnaia-Poliana. Em 1857 esteve na França, Suíça e Alemanha. As críticas às histórias baseadas nessas viagens abalaram seu interesse pela literatura. Mesmo assim, entre 1855 e 1863, escreveu contos que prenunciam suas concepções posteriores sobre os danos que uma sociedade materialista causa à pureza humana.

No final da década de 1850, preocupado com a precariedade da educação no meio rural, Tolstoi criou em lasnaia uma escola, para filhos de camponeses, cujos métodos anteciparam a educação progressiva moderna. Movido pelo novo interesse, o escritor viajou mais uma vez pela Europa, publicou uma revista sobre educação e compilou livros didáticos de grande aceitação. Em 1862, casou-se com Sônia Andreievna Bers, jovem com amplos interesses intelectuais com quem teve 13 filhos. Durante 15 anos, dedicou-se intensamente à vida familiar. Foi nessa época que Tolstoi produziu os romances que o celebrizaram - "Voina i mir" (Guerra e Paz - 1865/1869) e Anna Karenina.

O primeiro, que consumiu sete anos de trabalho, é considerado uma das maiores obras da literatura mundial. A narrativa gira em torno de cinco famílias aristocráticas durante as guerras napoleônicas. As passagens mais criticadas do romance são aquelas em que o autor expõe sua concepção determinista da história, segundo a qual as ações dos chamados "grandes homens" dependem das ações de incontáveis figuras anônimas ou menos proeminentes, o que significa que não há livre-arbítrio. O vigoroso otimismo de Guerra e Paz, fruto da convicção de que o esforço pessoal poderia levar a um modo de existência aberto tanto à natureza quanto às responsabilidades sociais, sofreu uma sensível quebra, que transparece em Anna Karenina.

A descrição de um amor adúltero, que termina em tragédia pelo peso da hipocrisia social, constitui o reflexo da profunda crise espiritual em que Tolstoi se encontrava imerso. Embora feliz no casamento e bem-sucedido como escritor, Tolstoi atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo dos camponeses, que lhe diziam que o homem deve servir a Deus e não viver para si mesmo. Convencido de que uma força inerente ao homem lhe permite discernir o bem, formulou os princípios que doravante norteariam sua vida.

Recusou a autoridade de qualquer governo organizado e da Igreja Ortodoxa russa (que o excomungaria em 1901), o direito à propriedade privada e, inclusive, no terreno teológico, a imortalidade da alma. Para difundir suas idéias, nos anos seguintes Tolstoi dedicou-se, em panfletos, ensaios e peças teatrais, a criticar a sociedade e o intelectualismo estéril.

A crônica autobiografada "Ispoved" (Uma confissão - 1882) descreve seus tormentos naqueles anos e como os superou mediante um cristianismo evangélico e peculiar. "Tsarstvo bojiie vnutri vas" (O reino de Deus está em ti - 1891) expõe sua crença na não-resistência ao mal e conclui que os governos existem para o bem dos ricos e poderosos, que, pela força, exploram a humanidade e a matam em guerras. Em "Chto takoie iskusstvo?" (Que é a arte? - 1897), tentativa de elaborar um sistema estético consoante tais convicções religiosas e morais, Tolstoi afirma que, se não consegue "infectar" o público com o essencial da alma do artista, a obra falhou enquanto arte. Por isso, ele rejeita algumas obras de Shakespeare e Wagner, além de relegar seus próprios grandes romances à categoria de "má arte". O texto considera a arte religiosa com a mais elevada forma artística.

O gênio de Tolstoi brilhou ainda na criação de uma série de contos, com "Smert Ivana Ilitcha" (A morte de ivam Ilitcha - 1886), "Kreitserova sonata" - 1889 e "Joziiain i rabotnik" (Amo e criado - 1895), em que suas idéias não aparecem de forma explícita, mas são sugeridas graças à maestria das análises psicológicas. Em 1889, surgiu o romance "Voskreseniie" (Ressurreição - 1900). Considerado inferior aos anteriores, é uma poética descrição da relação amorosa entre um nobre e uma jovem que, por ele seduzida, prostitui-se.

Após sua "conversão", Tolstoi dedicou-se a uma vida de comunhão com a natureza. Deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês. Convencido de que ninguém deve depender do trabalho alheio, buscou a auto-suficiência e passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas.


Leon Tolstoi

Em nome da castidade, procurou dominar os desejos carnais em relação à esposa. Engajou-se em atividades filantrópicas e foi a contragosto que viu sua casa atrair visitantes interessados em suas idéias e cercada de colônias de discípulos que pretendiam viver segundo seus ensinamentos. Sua esposa conseguiu obter os direitos sobre as publicações do marido anteriores a 1880 e reeditou-as por conta própria, para manter o nível econômico da família. Por essa razão, alguns escritores notáveis dessa época só foram publicados postumamente.

Num rasgo final de independência, aos 82 anos de idade, Tolstoi abandonou a casa em companhia de Aleksandra, sua médica e filha mais nova, em busca de um lugar onde pudesse sentir-se mais próximo de Deus. Dias depois, em 20 de novembro de 1910, Tolstoi morreu devido a uma pneumonia na estação ferroviária de Astapovo, província de Riazan.

Fonte: http://www.gilbert.lopes.nom.br/

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