PICICA: Houve um tempo em que informar era uma atividade que pretendia refletir objetivamente os fatos, de preferência de forma linear, sem qualquer tipo de adjetivação, interpretação ou valores que comprometessem a informação. Os tempos mudaram. Com ele, a sociedade passou a exigir mais dos meios de comunicação, sobretudo com o advento da internet. Hoje abundam os juízos de valores e opiniões diversas no jornalismo nosso de cada dia. Com a internet não é diferente. Então, como distinguir no campo da luta simbólica pela legitimação do produto informativo a objetividade, sabendo que a notícia, como afirma Emil Dovifat, "é uma comunicação controlada e dirigida"? Ora, meu caros, é sabido, também, que a "objetividade informativa" nunca existiu, sempre foi tendenciosa. O problema não se dá no campo da "objetividade informativa", mas no da "liberdade informativa". Com a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos, em que informação passou a ser um produto mercadológico, são seus procedimentos e intenções que estão sob suspeita. Por exemplo: usar dos microfones das rádios locais para enaltecer e ou privilegiar o ponto de vista das autoridades municipais, como no imbróglio em que se envolveu o prefeito de Manaus com uma cidadã residente numa área de risco, deixa de ser um desserviço para a formação de opinião, para assumir o fortalecimento da "cultura do simulacro", em que a objetividade se perde entre interesses e obediência a estratégias concebidas em distintos gabinetes. Nem sempre tais conveniências são produto da lógica empresarial do setor; às vezes não passa de ignorância do ofício, afirmam os mais ingênuos. O fato é que esse tipo de mídia já não impõe suas "objetividades", posto que amplos setores da sociedade já não se submetem à violência simbólica de suas mensagens. A arbitrariedade da produção de informação, a ausência de neutralidade, o comprometimento da imparcialidade é objeto de crítica em vários cantos da cidade. Este tipo de jornalismo está com a validade vencida, mano!
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