maio 11, 2011

Boletim Noticias da Terra e da Água - "25 anos do martírio do Padre Josimo"

PICICA: "“Feliz de um povo que não esquece seus mártires”, dizia dom Pedro Casaldáliga."

Ano 24 - Goiânia, Goiás.                Edição nº. 09 de 2011 – De 11 a 25 de maio de 2011. 
Veja nesta edição: -
"Feliz de um povo que não esquece seus mártires" - 25 anos da morte de Padre Josimo
- Pequenos agricultores do MS exigem lei que facilite venda de produtos saudáveis
 - Aconteceu em Alagoas mais uma edição da feira da Esperança e da Solidariedade
- Primeira Universidade em assentamento será no Paraná
-Ministério da Justiça processa empresas por descumprirem lei da rotulagem de transgênicos
- Ministério do Trabalho liberta 12 escravos no Rio Grande do Sul
-  25 anos do martírio de Padre Josimo
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"Feliz de um povo que não esquece seus mártires" - 25 anos da morte de Padre Josimo


“Feliz de um povo que não esquece seus mártires”, dizia dom Pedro Casaldáliga. Dia 10 de maio de 2011 celebramos 25 anos do martírio do padre Josimo Tavares. Em seu belíssimo Testamento Espiritual pronunciado durante a Assembléia Diocesana de Tocantinópolis, TO, no dia 27 de abril de 1986, poucos dias antes de seu assassinato, dizia Josimo que sua morte estava anunciada, encomendada e prescrita nos anais das correntes que desejavam ardentemente eliminá-lo. Novos Anás e novos Caifás já o haviam julgado. Mas Josimo se encontrava firme, pois havia assumido o seu trabalho pastoral no compromisso e na causa em favor dos pobres, dos oprimidos e injustiçados, impulsionado pela força do Evangelho. Josimo declarou: "Pois é, gente, eu quero que vocês entendam que o que vem acontecendo não é fruto de nenhuma ideologia ou facção teológica, nem por mim mesmo, ou seja, pela minha personalidade. Acredito que o porquê de tudo isso se resume em três pontos principais: por Deus ter me chamado com o dom da vocação sacerdotal e eu ter correspondido; pelo senhor bispo, D. Cornélio, ter me ordenado sacerdote e pelo apoio do povo e do vigário de Xambioá, então Pe. João Caprioli, que me ajudaram a vencer nos estudos”. Mas ele não imaginava que a morte viria tão cedo. Dia 10 de maio de1986 foi assassinado covardemente enquanto subia as escadas do prédio da Mitra Diocesana de Imperatriz, MA, onde funcionava o escritório da CPT Araguaia-Tocantins. Ainda teve forças para entrar no hospital andando. Padre Josimo era coordenador da Comissão Pastoral da Terra – CPT - no Bico do Papagaio. O pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa efetuou dois disparos com uma pistola de calibre 7,65. Para executar Josimo contou com a participação de Vilson Nunes Cardoso, que até hoje está foragido. Em 1993, nova denúncia, apontou como mandantes do assassinato de Padre Josimo, Geraldo Paulo Vieira, Adailson Vieira, Osmar Teodoro da Silva, Guiomar Teodoro da Silva, Nazaré Teodoro da Silva e Osvaldino Teodoro da Silva e João Teodoro da Silva. O nome de Padre Josimo está hoje em centenas de Acampamentos de Sem Terra, em centenas de Assentamentos de Reforma Agrária e em centenas de Comunidades Eclesiais de Base. Ele está muito vivo e presente nos corações e na mente de milhões de pessoas que lutam para que a Mãe terra seja libertada das garras do latifúndio e partilhada com milhões de sem-terra através de uma autêntica reforma agrária. (Fonte: Frei Gilvander)   




Pequenos agricultores do MS exigem lei que facilite venda de produtos saudáveis


 Pequenos agricultores familiares e consumidores solidários, junto com a Comissão Pastoral da Terra (CPT/MS) reclamaram por uma lei estadual específica para a liberação ambiental e registro sanitário de produtos agroecológicos, durante um encontro realizado em Indápolis, município de Dourados/MS, no ultimo dia 07 de maio. A atividade fez parte da proposta de constituição de uma cooperativa para pequenos camponeses produtores de orgânicos e de alimentos agroecológicos e de consumidores solidários. Segundo os agricultores familiares a legislação existente sobre a questão da liberação ambiental e vigilância sanitária é um grande entrave para os pequenos e que é necessária uma lei especifica e diferenciada que contemple a realidade objetiva do lavrador familiar. Todos entenderam que a legislação que está em vigor foi pensada para os grandes e que adequar-se a ela é, além de burocrática, excessivamente, custosa. As dificuldades para a liberação de alimentos para a comercialização são enormes e prejudica os produtores da agricultura familiar na sua potencialidade, que no Mato Grosso do Sul estão buscando seu fortalecimento. “Para nós a legislação não é educativa e sim punitiva. Nós estamos fora da lei e a lei é incompatível com a nossa realidade”, sentenciou um dos participantes do encontro. Nós acreditamos numa forma de produção, consumo e comercialização que beneficie os dois lados. Não queremos entrar na lógica do individualismo e rechaçamos legislações que obrigam as pessoas que pensam diferente a continuarem sozinhas e isoladas, aceitando como única alternativa virar patrão”, assentiram os presentes. Foi colocado igualmente que o Estado de Mato Grosso do Sul cada vez cheira mais a veneno; com o leite materno fornecendo veneno; com toda a infra-estrutura logística voltada, sobretudo, para o agronegócio empresarial e aguentando uma bancada ruralista majoritária que toma conta de todo o Congresso Estadual. (Fonte: CPT/MS) 



Aconteceu em Alagoas mais uma edição da feira da Esperança e da Solidariedade

Aconteceu no último dia 07/05 mais uma edição da Feira da Esperança e da Solidariedade, em frente à Igreja São Gonçalo, no bairro do Farol, em Maceió (AL). A atividade existe desde fevereiro de 2010, e acontece sempre no primeiro sábado de cada mês. Ela tem contribuído na integração das pastorais sociais e a sociedade civil, além de arrecadar recursos financeiros para os projetos executados pela Igreja Católica. No local, pastorais sociais comercializam produtos diversos com preços populares. As educadoras do campo que atuam em acampamentos e assentamentos acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra de Alagoas (CPT-AL) comercializam macaxeira, banana, mel do sertão e outros produtos oriundos do Acampamento Bota Velha, em Murici, com 102 famílias camponesas que moram na área há 10 anos, e cuja reintegração de posse está prevista para ocorrer no dia 25 de maio. Todo o dinheiro arrecadado pelas educadoras com a venda dos alimentos foi destinado às ações do projeto “Cultivando música, cultivando arte, cultivando a vida camponesa”, aprovado no Programa Ação para Crianças, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). A feira é promovida pela Arquidiocese de Maceió. (Fonte: CPT/AL) 



Primeira universidade em assentamento será no Paraná


O assentamento Oito de Junho, em Laranjeiras do Sul (PR), será o primeiro do país a sediar uma universidade federal. As obras do campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) começaram no dia 2 de maio último. As aulas para os 500 estudantes iniciam em 2012 em cinco áreas do conhecimento voltadas à vocação econômica da região: Agronomia com ênfase em Agroecologia, Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Aquicultura e Licenciatura em Educação do Campo. O Incra cedeu à universidade uma área de 42 hectares para implantação do primeiro prédio, de 5 mil metros quadrados. O campus definitivo engloba também outros 45 hectares doados em maio de 2010 pelas prefeituras de Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras e Laranjeiras do Sul. O presidente do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, participou da assinatura do termo de cessão da área. Na ocasião ele disse que a instalação do campus em Laranjeiras do Sul é um grande avanço para a reforma agrária no País. “É a primeira universidade federal do País dentro de um assentamento e com certeza vai trazer muito desenvolvimento para a região”, declarou. O campus é estrategicamente localizado no Território da Cidadania do Cantuquiriguaçu, de características rurais. De acordo com dados do Instituto Emater do Paraná, a produção primária é responsável por 33% do total do Território. Além disso, 50,8% da População Economicamente Ativa do Território refere-se a agricultores de base familiar (agricultores familiares e assentados da reforma agrária). O assentamento Oito de Junho foi criado em 2000 pelo Incra, a partir da desapropriação de um latifúndio improdutivo de 1.477 hectares. Ao todo 71 famílias vivem no assentamento. A principal atividade produtiva é a criação de gado leiteiro. De Laranjeiras do Sul, o leite é levado até São Miguel do Oeste (SC) para ser processado pela Cooperoeste Terra Viva, cooperativa formada por assentados da reforma agrária. Depois de embalado em caixas do tipo longa vida, segue para redes de varejo do Paraná e de Santa Catarina. (Fonte: Site MST).



  
Ministério da Justiça processa empresas por descumprirem lei da rotulagem de transgênicos


O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça irá julgar, administrativamente, dez empresas que foram investigadas por descumprirem as regras de rotulagem de produtos que contêm Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) entre os ingredientes. As irregularidades foram descobertas em uma investigação feita pelo DPDC e os Procons de São Paulo, Bahia e Mato Grosso. Foram feitos testes por um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e os resultados apontaram substâncias transgênicas no milho e na soja usados como ingredientes dos produtos. Os processos administrativos foram instaurados com base no descumprimento do direito de informação do consumidor e no Decreto 4.680/2003, que determina que a presença de OGMs em mais de 1% do produto deve ser informado em seu rótulo. Segundo a diretora do DPDC, Juliana Pereira, “o Código de Defesa do Consumidor há 21 anos estabelece que a informação é um direito básico do consumidor e uma obrigação do fornecedor. Ela assegura a transparência nas relações de consumo e garante ao consumidor o exercício pleno de escolha”. Os produtos irregulares são: biscoito recheado Tortinha de chocolate com cereja (Adria Alimentos do Brasil), farinha de milho Fubá Mimoso (Alimentos Zaeli), biscoito de morango Tortini (Bangley do Brasil Alimentos), bolinho Ana Maria Tradicional sabor chocolate (Bimbo do Brasil), mistura para bolo sabor côco Dona Benta (J. Macedo), biscoito recheado Trakinas (Kraft Foods), biscoito Bono de morango (Nestlé), barras de cereais Nutry (Nutrimental), mistura para panquecas Salgatta (Oetker) e Baconzitos Elma Chips (Pepsico do Brasil). (Fonte: Assessoria de Imprensa do STF)




Ministério do Trabalho liberta 12 escravos no Rio Grande do Sul


Mais comum nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o trabalho escravo ainda é registrado, vez ou outra, nos cantos mais ricos e desenvolvidos do País. Doze trabalhadores em condições similares à escravidão foram resgatados em Vacaria, no Rio Grande do Sul, por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego. A operação teve início no dia 28 de abril e terminou no dia 3 de maio, pela manhã, em uma propriedade rural localizada a aproximadamente 20 quilômetros do centro de Vacaria. O grupo trabalhava no corte e na extração de pinhas da espécie de pinheiros Pinus eliotti. A maioria dos trabalhadores estava alojada na propriedade “sem as mínimas condições de higiene e conforto, evidenciando situação de degradação”, informou o gerente do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul, Vanius João de Araújo Corte. No grupo havia cinco menores, dois com idade inferior a 16 anos. Todos estavam desacompanhados dos responsáveis. Segundo Vanius, esse fato agravou ainda mais a situação, porque as atividades desenvolvidas no local constam da lista das piores formas de trabalho infantil, sendo proibidas para menores de 18 anos. No local não havia banheiros e as acomodações não eram apropriadas para repouso e refeições. Os resgatados também não tinham a Carteira de Trabalho assinada ou qualquer tipo de formalização do contrato de trabalho. Os trabalhadores foram imediatamente afastados da atividade e o proprietário arcou com o pagamento de R$ 25 mil em indenizações das verbas rescisórias. O valor foi pago em espécie, na presença dos auditores fiscais. Os trabalhadores resgatados receberam formulários para encaminhamento do pedido de seguro-desemprego. (Fonte: Jornal Digital Brasil 247) 





25 anos do martírio de Padre Josimo 


Convocados pela memória insurgente do irmão maior, Padre Josimo, agricultores, pescadores, assentados, acampados e sem-terra, camponeses, índios, quilombolas, mulheres e homens, jovens e menos jovens, filhos e filhas da terra e da água; movimentos e pastorais sociais, agentes de comunidade e pastores vindos de todos os municípios do Bico do Papagaio e das regiões vizinhas do Maranhão e do Pará, realizaram a III Semana da Terra Padre Josimo, em Augustinopolis, extremo norte do Tocantins.Em 10 de maio, completa 25 anos da morte de padre Josimo Tavares. Ele foi assassinado ao entrar na sede da CPT em Imperatriz, Maranhão, depois de diversas ameaças e de um atentado, os objetivos da atividade é lembrar a vida desse mártir e animar a luta que ele deixou. (Fonte: CPT/TO)   

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