PICICA: Alô, alô Niterói e adjacências! Hoje é dia de Arte Jovem Brasileira.
Programação de 03/10/11
Informativo n° 135/ ano 07
Segunda - feira
Espaço Convés - 20h.
No telãoCineclube AJB exibe sessão Detalhes de Tales um Cosmonauta.
No palco
• Sergio Chiavazzoli e Trio•Marcelo Caldi
Exposições
• Grades - fotografias de Márcia Romano
• Poemas de Marcelo Aceti
Dj Tchello a noite toda.
Espaço literário, gincana cultural e militância cultural.
Foto da exposoção Janelas
de Márcia Romano
Fernando Mendes Borel
A escola de dona Olindina era em prédio, não muito largo, mas de extensão considerável. Na frente, a sala de aula. Seguia-se então o corredor até o último cômodo onde se instalava a cozinha. Finalmente porta pesada dava para o terreno onde longo alpendre agasalhava sob o telhado antigo, ninhos de canários da terra, e plantas as mais diversas. Ali estavam os sanitários FeM (não era Fernando Mendes). - Fessora posso ir ao banheiro? - Sim, mas volte logo.
Ao passar pela cozinha, o cheiro me leva a uma panela de barro cheia de caranguejos. Não pude resistir àquela patola que se deixava ser vista pela tampa mal acomodada. Com cuidado levantei a tampa, e com ajuda da colher de pau que estava ao lado amputei o crustáceo que tremia e espumava na fervura.
Ainda não havia terminado a operação, eis que mão forte segura o meu braço, e a seguir tira de mim o meu desejado acepipe. – Ajoelhe-se no milho. E você somente sairá hoje às três da tarde – Disse-me a professora. Cumpri conforme o determinado, e levei para casa um bilhete onde, com detalhes, era explicado o ocorrido. Tive em casa por causa do fato uma semana de privações das coisas que eu mais gostava. Poucos dias se passaram e ao final da aula dona Olindina falou em meio aos alunos: - Fernando você não sai com a turma vai ficar até três da tarde. – Mas eu não fiz nada desta vez!
Saiu o penúltimo aluno e ela me diz: - Você vai almoçar comigo uma caranguejada! Dessa vez coma quantas patolas quiser, sem precisar tirar de maneira furtiva. Escola naquele tempo era continuação da nossa casa. Ia me esquecendo de dizer que levei outro bilhetinho, e ao recebê-lo disse-me a saudosa Maria Mendes: - seu moleque, dessa você escapou. - Beijou-me, e por alguns minutos fiquei sentado sobre suas pernas. Levantamos-nos, e a cadeira de balanço ficou pra lá e pra cá, pra lá e pra cá. Saudade.
Saiu o penúltimo aluno e ela me diz: - Você vai almoçar comigo uma caranguejada! Dessa vez coma quantas patolas quiser, sem precisar tirar de maneira furtiva. Escola naquele tempo era continuação da nossa casa. Ia me esquecendo de dizer que levei outro bilhetinho, e ao recebê-lo disse-me a saudosa Maria Mendes: - seu moleque, dessa você escapou. - Beijou-me, e por alguns minutos fiquei sentado sobre suas pernas. Levantamos-nos, e a cadeira de balanço ficou pra lá e pra cá, pra lá e pra cá. Saudade.
Clara Marinho - claramarinho.cantora@gmail.com
Alvas Palavras
Semiótica Tensiva e AmorQuero a tonicidade do amor da vida
O andamento acelerado das batidas
Para findar o suspense, quero
Que a exacerbação vença a atenuação
Espero!
Quero o Acontecimento
Quero a iconização
Não quero "paz" no coração.
Tchello Melo - tchello_melo@yahoo.com.br
Pô, é Zia!
O grito não é à prova d’água
Sou um anjoMas nem tanto
As asas andam escassas
A minha casa me abriga
Do que me obriga
Enquanto a tormenta não passa
Razoavelmente insano
Tento romper a bolha no oceano
O grito não é à prova d’água
Embora pareça fadiga
Não sou de comprar briga
Como quem come e caga
Nunca vou me esquecer
De te aquecer os pés
Como quem não quer nada
Na hora de adormecer
A cachola cheia de porquês
E a cachoeira não acaba.
Carlos Gomes - carlos@artejovem.org
Mais um pouco...
E segue a luta do Conselho de Cultura de Niterói pela sensibilização do poder público, sobretudo da Secretaria de Cultura. O nó é o seguinte: existe hoje uma política nacional, chamada de Sistema Nacional de Cultura, ao qual os municípios devem se alinhar para conseguir repasses de verba federal. Acontece que para Niterói construir o sistema municipal e se alinhar com a política nacional, é preciso que a sociedade e poder público dialoguem e trabalhem juntos. Quem é que perde com a inércia do poder público? O povo, claro. Nossa cidade deixa de captar até R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) por ano, pelo descaso de nossas autoridades. O Conselho está aí, já fizemos cartas, manifestações, pedidos e até audiência pública, mas até agora nada...Saiba mais sobre este e outros asssuntos na página do conselho
Karrique - khenrrique@gmail.com
Lembranças da infância
O dia de ”Cosme e Damião”Era um dia diferente. Saíamos de manhã cedo em busca de doces e aventuras por muitos lugares de Niterói. E só voltávamos quando já estava escurecendo. Era mágico. Muitas casas davam doces, e umas que davam até mais do que doces. Havia uma família, que morava na Rua Nóbrega (Rua que até hoje é um dos locais em que se faz o carnaval em Niterói), que formava uma fila gigantesca, já de manhã cedo e que tinha gente que entrava até duas vezes na fila, pois além de doces eles também davam roupas e brinquedos. Eu e o meu amigo Carlinhos, meu xará, incorporávamos, literalmente, a figura dos Santos, mas fazíamos tudo sem maldade e curtíamos o dia inteiro. Não me lembro de como começamos, nem de quem nos ensinou isso, e nem mesmo se foi alguém que nos ensinou. Todo ano íamos ao Campo de São Bento com o propósito de nos fartar com as oferendas que eram feitas para Cosme e Damião. Alguém
chegava com uma bolsa cheia e colocava a oferenda, geralmente acomodada calmamente na grama em cima de uma toalha limpa. A pessoa separava coisa por coisa, como por exemplo: uma cocada para um e uma para o outro, de cada lado da toalha, e assim sucessivamente com
refrigerante e outros doces. E ainda um saquinho cheio de doces no final. Logicamente, imaginando a presença dos meninos. Esperávamos, espiando de longe até que a pessoa fosse embora, e chegávamos sem cerimônia. Sentávamos, um de cada lado, pedíamos licença e
começávamos a nossa festa como se fossemos os próprios.
Tomás Paoni - tomaspaoni@hotmail.com
Ditocujo...
Traz você que eu me levoLeve um verso que eu te livro
Se esqueça em casa e lembre-se em mim
Venha mais tarde praqueu chegue na hora
Leia um poema mas vê se não chora
Afirme seu não e renegue meu sim
Seja o mais breve impossível e demore
o quanto for desnecessário
Se quiser ficar não me peça
Finja sinceramente que nunca foi minha
E ao partir, não esqueça:
Me leve contigo mas volte sozinha
Dionnara Castro - diferocracia@uol.com.br
Se ligaê...
Fica ligado no resultado das eleições na Arábia Saudita!
Na eleição de quinta, mulher ainda não vota nem pode se candidatar na Arábia Saudita. Ativistas falam em grandes vitórias em 2013 e 2015.A Arábia Saudita, nascida em 1932 da união de dois reinados e dois emirados, é uma monarquia absoluta com pena de morte.
O direito de voto foi admitido apenas em 2005 e com duas limitações originais. Só se vota a cargos administrativos (administradores municipais) e apenas homens maiores de 21 anos podem votar e ser votados.
Ontem, o rei Abdullah bin Abd-al-Aziz, de 87 anos e no poder desde 1 de agosto de 2005, resolveu abrir o voto e o direito de se candidatar às mulheres maiores de 21 anos.
A abertura, no entanto, só valerá para 2015. Em outras palavras, as mulheres não votarão nem concorrerão às eleições administrativas da próxima quinta-feira. O rei assegurou esse direito apenas a partir de 2015. saiba mais
Claudio Salles - claudiosalles@hotmail.com
Cidadania, comunicação e cultura
Se houvesse um slogan que pudesse definir o movimento dos radialistas comunitários este deveria ser: “sou da rádio comunitária e não desisto jamais!”. Há oito anos, quando o primeiro governo Lula foi eleito, pensávamos que os problemas envolvendo as rádios comunitárias estariam resolvidos, mas não foi o que se viu. As rádios comunitárias sofreram a pior repressão de todos os tempos.Treze anos após a promulgação da Lei 9.612/98, que criou o Serviço de Radiodifusão Comunitária, e com a aproximação da construção do novo Marco Regulatório das comunicações é chegado o grande momento do governo dizer: “queremos ou não radio comunitária?”. Esta é a pergunta que deve ser respondida, porque se o governo e a sociedade quiserem, terão que criar condições para que este tipo de comunicação possa de fato existir.
E aí não cabe “um carinho” como vive repetindo o ministro Paulo Bernardo. Cabe, sim, implementar uma política séria de desenvolvimento deste serviço, com condições para que se consiga promover conteúdos relevantes e participativos, que possam inclusive ser uma forma de alavancar a cultura popular, a música brasileira, a indústria criativa, a educação ambiental, o desenvolvimento regional e os pequenos empresários, porque não?? Para quê um ministério que só se preocupa em restringir possibilidades e não em desenvolver? É hora de mudar isto.
Bernardo Cahuê - rgbelao@gmail.com
vagas passagens
ROCK PRA QUE(M)?
Estava conversando com uns amigos sobre o evento do mega empresário Roberto Medina, sobre algumas conclusões e insatisfações presentes após as diferentes sagas à Av. Salvador Allende. Os depoimentos me mostraram muito daquilo que já sabia: o Rock in Rio é uma mistura perfeita entre as micaretas do Pelourinho e a Disney World. Em suma, grandes distâncias percorridas, copos de cerveja custam o olho da cara, filas gigantescas para tudo, alguns pisoteamentos, brigas, desmaios, além das investidas amorosas "a la Piteco" e das encoxadas "despretensiosas". No meio disso tudo, celulares e carteiras vazias voando pra tudo quanto é lado. Na boa, curti muito o que curti quando ainda tinha coluna pra isso - porque agora a única coluna que me resta é mesmo a do Arte Jovem - mas pelo menos no momento não posso encarar as loucuras que a vida me proporcionaria (estaria eu ficando velho?)... Sim, vendi meu ingresso pros shows do dia 29 - Stevie Wonder, Jamiroquai, Afrika Bambaataa e mais uma meia dúzia de gatos pingados - e troquei por alguns poucos dias de cerva no barzinho com uns amigos, quem sabe escutando a boa (e velha?) música brasileira... Sinceramente, bem melhor!
Mais informações, fotos das atividades e espaço para novos artistas: www.artejovem.org
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