PICICA: "Quando o Dia Mundial de
Luta dos Atingidos por Barragens foi estabelececido em 1997, durante o I
Encontro Internacional de Atingidos, ocorrido em Curitiba, já haviam
sido construídos no mundo cerca de 800.000 desses reservatórios. Com a
meta de gerar energia elétrica para alimentar cidades e empreendimentos
industriais, alimentar sistemas de irrigação, propiciar o controle de
bacias hidrográficas ou simplesmente para fins recreativos, as barragens
também trouxeram resultados alarmantes, como o deslocamento de mais de
80 milhões de pessoas em todo o planeta, a desestruturação de
comunidades e núcleos culturais, a destruição de importantes
ecossistemas e o comprometimento de recursos hídricos e da sobrevivência
de inúmeras espécies da fauna e flora."
No final dos anos 1980, foram fornecidas 30 cópias desse vídeo - dirigido pelo autor deste blog - para a CPT repassar ao MAB. Durante todos esses anos, "Balbina no País da Impunidade" foi visto pelos movimentos sociais em Manaus e numa Amostra de Vídeo e Cinema Ambiental na Universidade Federal da Bahia. Graças à pesquisadora Telma Monteiro, o vídeo vem sendo popularizado no You Tube. Até agora totalizam 2600 acessos.
Dia Mundial de Luta dos Atingidos por Barragens
Data é marcada em todo o mundo por protestos contra empreendimentos que já vitimaram quase 100 milhões de pessoas
Em 14 de março, comemora-se o Dia Mundial de Luta dos Atingidos por Barragens. A data é considerada de grande importância para os atingidos no mundo inteiro, pois é uma oportunidade de reivindicar o fim de projetos hídricos destrutivos, a saúde de rios e fontes d'água e o estabelecimento de alternativas sustentáveis para o gerenciamento das águas, além de se expor à sociedade quais os problemas que as barragens "já causaram, estão causando e podem causar", como explica Hélio Meca, da direção do Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB.
Quando o Dia Mundial de Luta dos Atingidos por Barragens foi estabelececido em 1997, durante o I Encontro Internacional de Atingidos, ocorrido em Curitiba, já haviam sido construídos no mundo cerca de 800.000 desses reservatórios. Com a meta de gerar energia elétrica para alimentar cidades e empreendimentos industriais, alimentar sistemas de irrigação, propiciar o controle de bacias hidrográficas ou simplesmente para fins recreativos, as barragens também trouxeram resultados alarmantes, como o deslocamento de mais de 80 milhões de pessoas em todo o planeta, a desestruturação de comunidades e núcleos culturais, a destruição de importantes ecossistemas e o comprometimento de recursos hídricos e da sobrevivência de inúmeras espécies da fauna e flora.
Há mais de três décadas, os movimentos locais de atingidos por barragens vêm se multiplicando, o que possibilitou a criação em meados dos anos 80 do Movimento Internacional Contra Barragens (International Anti-Dam Movement), fruto da associação entre grupos de atingidos e atores externos como organizações ambientalistas, de direitos humanos e democracia, organizações indígenas e de agricultores, entre outras. Hoje, nos Estados Unidos, existe um movimento crescente até mesmo pela remoção de barragens já existentes que não mais produzem energia suficiente (www.removedams.org), alternativa propugnada por entidades ambientalistas como sendo, em determinados casos, a melhor relação custo-benefício para o meio ambiente e para as atividades produtivas locais, e a única saída para a salvação de espécies de peixes ameaçadas de extinção.
Uma das críticas mais fortes do movimento à construção de novas barragens é que, ainda hoje, esse tipo de empreendimento tem seus custos sociais e ambientais ignorados na fase de planejamento inicial, e está ligado a processos de tomada de decisão pouco democráticos, pelos quais não se avalia como e quem serão os prejudicados.
Ignora-se o impacto sobre a herança cultural das populações locais e seu direito ao uso tradicional dos recursos naturais, além de não se avaliar com clareza o impacto do empreendimento sobre o meio ambiente. Estes ônus ao final do processo de construção das barragens, são suportados pelas próprias comunidades atingidas, que têm sua qualidade de vida afetada severamente.
Para colocar esta situação em evidência, sempre se programam atos regionais, no Brasil e no mundo, para lembrar o Dia Mundial de Luta dos Atingidos por Barragens e cobrar das autoridades critérios para implementação de novos empreendimentos, e discussão sobre como reverter o dinheiro de royalties de barragens já existentes para os atingidos.
Fonte: Instituto Socioambiental
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