março 31, 2014

"Apoie o Espaço Comum Luiz Estrela" (Catarse)

PICICA: "No dia 26 de outubro de 2013, um grupo de artistas e ativistas de Belo Horizonte ocupou um casarão histórico, de propriedade do governo estadual, que estava abandonado há 19 anos. A abertura do emblemático casarão, um marco para a cidade, dava início ao Espaço Comum Luiz Estrela, criado com o objetivo não apenas de salvar o imóvel tombado da total deterioração, mas também de se converter em um espaço livre de formação artística, aberto e autogestionado. Desde então, o prédio da Rua Manaus, número 348, vem recebendo em seu pátio externo uma série de atividades culturais."


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Apoie o Espaço Comum Luiz Estrela

Um projeto de Arquitetura e Urbanismo por Espaço Comum Luiz Estrela




A sua colaboração é para iniciarmos as obras de restauração do Espaço Comum Luiz Estrela, um espaço livre de formação artística, aberto e autogestionado que ocupa um casarão tombado em Belo Horizonte. A primeira etapa para salvar o Casarão é o escoramento da estrutura e ela é urgente: a casa está caindo. Esse sonho coletivo e compartilhado, por outro lado, está apenas começando. Venha fazer parte dessa história!


 

No dia 26 de outubro de 2013, um grupo de artistas e ativistas de Belo Horizonte ocupou um casarão histórico, de propriedade do governo estadual, que estava abandonado há 19 anos. A abertura do emblemático casarão, um marco para a cidade, dava início ao Espaço Comum Luiz Estrela, criado com o objetivo não apenas de salvar o imóvel tombado da total deterioração, mas também de se converter em um espaço livre de formação artística, aberto e autogestionado. Desde então, o prédio da Rua Manaus, número 348, vem recebendo em seu pátio externo uma série de atividades culturais.


 

A experiência do Espaço Comum Luiz Estrela representa, no contexto de Belo Horizonte, a urgência, a possibilidade de existência e a potência de uma cultura independente, livre das amarras do mercado e dos mecanismos de incentivo. Representa, ainda, o desejo compartilhado da sociedade assumir para si as rédeas dos processos de transformação e de efetivá-los coletivamente e colaborativamente, salvaguardando, independentemente do poder público, a memória da cidade.

O apoio da comunidade, a luta e a coerência da proposta fizeram com que o Estado reconhecesse a legitimidade do Espaço e formalizasse a cessão do mesmo à sociedade civil pelo período de 20 anos. Tanto a restauração do imóvel quanto a existência e resistência desse espaço aberto a processos criativos, autogestão, experimentações e debates depende, agora, do apoio de todos.


 

No dia 26 de dezembro de 2013, diante das fortes chuvas do final do ano e do risco de desabamento da laje, o Casarão foi fechado por medidas de segurança, tendo sido mantidas as atividades culturais em seu pátio externo. Já foram realizadas medidas emergenciais, sem interferência na estrutura do imóvel, para impedir a entrada de água pluvial e diminuir o sobrepeso da edificação.

Agora, a primeira etapa para a restauração do imóvel é manter a casa em pé, eliminando os riscos de desabamento. Para isso, um grupo de arquitetos e engenheiros desenvolveu, voluntariamente, um projeto para escoramento do interior, da fachada, das laterais e do telhado. Como o imóvel é histórico e tombado como patrimônio cultural da cidade, esse projeto segue as determinações da Diretoria de Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. Com um total de 45 mil reais será possível realizar o escoramento e cobrir os custos do Catarse e das recompensas.

Após o escoramento do Casarão, será implementado o Laboratório Comum de Pesquisa, Formação, Restauro e Zeladoria que prevê uma série de intervenções a serem desenvolvidas no tempo estimado de dois anos, compreendendo ações de recuperação estrutural do edifício, restauro do bem e pesquisas histórica, antropológica, arqueológica e psicossocial.

Tanto a reforma e o restauro quanto o desenvolvimento das pesquisas serão viabilizados pela doação dos conhecimentos e serviços dos profissionais envolvidos e terão o acompanhamento de grupos de pesquisa e professores de diversas universidades como a Universidade Federal de Minas Gerais e a PUC Minas.


 

O Espaço Comum Luiz Estrela não tem fundos, nem financiadores públicos ou privados e nem fonte fixa de renda, mas acredita que conseguirá, pervertendo a lógica do mercado, tornar realidade este sonho. Acredita, ainda, que é possível criar em conjunto, de forma compartilhada e colaborativa, outras formas possíveis de relacionamento com a cidade e a com a criação, produção e fruição cultural.

Esta plataforma, o Catarse, permite o financiamento de um projeto por meio de crowdfunding (financiamento coletivo), na qual pessoas apoiam projetos criativos optando por um valor a ser contribuído de acordo ou não com a recompensa desejada. Se conseguirmos atingir o valor total pedido pelo projeto, podemos colocá-lo em prática. Caso o valor não seja atingido ao final do prazo, todos recebem sua contribuição de volta e podem optar por financiar outro projeto ou receber o reembolso em sua conta.

A escolha do Catarse se dá por dois motivos:

Primeiro, acreditamos que o crowdfunding é o meio mais próximo aos ideais do Espaço Comum Luiz Estrela (colaborativo e em rede). Não temos dúvida de que seria possível encontrar empresas ou leis de incentivo para viabilizar financeiramente os gastos que o prédio histórico possa ter, mas apostamos que dá pra fazer diferente.

Segundo, a obra é urgente, pois a casa está, literalmente, caindo e a cessão do prédio pelo Governo do Estado teve como condição a imediata recuperação do imóvel.


 

Todas as recompensas foram coletadas com artistas e gravuristas que acreditam na proposta do Espaço Comum Luiz Estrela. Você também pode nos oferecer algum presente para usarmos na campanha ou seu talento e força de trabalho na obra. Na aba “novidades” é possível encontrar os links necessários para se informar como participar.


 

Luiz Otávio da Silva, mais conhecido como Luiz Estrela vivia na rua e era amigo de muitos, principalmente dos artistas e dos habitantes do centro da cidade de Belo Horizonte. Poeta, escrevia seus pensamentos em folhas soltas, numa espécie de diário desencadernado. Participava das mobilizações artísticas e culturais da cidade, como carnaval de rua, Praia da Estação, Festival de Performance, atrações no Teatro Espanca!, no Nelson Bordello, entre outras.

Era ainda um militante da diversidade. Homossexual, o Luiz Estrela era muitos, de muitas histórias, de muitas pessoas e foi covardemente assassinado por espancamento no centro de BH na noite de quarta feira, 26 de junho de 2013. Sua morte brutal não foi investigada. Virou mais uma estatística para o poder público. Nos últimos dois anos, mais de 100 moradores em situação de rua foram assassinados em BH.


Fonte: Catarse

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