PICICA: "De nossa parte haverá sempre o compromisso nas condições
propostas no poema/oração do Poeta Thiago de Mello, que em outubro de
2010 declamou no Encontro das Águas: "Ainda que os braços do teu inimigo
pareçam tão fortes como as asas de moinhos, resiste companheiro! Ainda
que a noite seja tão tensa de escuridão, resiste companheiro! E tu verás
a claridão da madrugada chegar."" EM TEMPO: O movimento contra a construção de um porto nas Lajes e pelo tombamento do Encontro das Águas - pasmem! iniciou-se por membros da comunidade de hansenianos do antigo Leprosário Antônio Aleixo, transformado em bairro no processo de sua desativação. Sob o comovente argumento de que "o Encontro das Águas é o cartão postal dos amazonenses", demonstraram mais sensibilidade do que o poder público estadual e municipal e parte do setor empresarial que tudo transforma em atividade lucrativa, atropelando patrimônios históricos, culturais e paisagísticos. Com o apoio da Igreja Católica e da Universidade Federal do Amazonas, foi na Universidade do Estado do Amazonas, conduzida pelas mãos deste escrevedor, então Pro-Reitor de Extensão da Universidade do Estado do Amazonas, que o movimento seria unificado pela bandeira SOS ENCONTRO DAS ÁGUAS, reunindo dezenas de entidades de luta cidadã. Saldo provisório: o movimento socioambiental ocupou as ruas e os plenários das casas legislativas obtendo o Tombamento do Encontro das Águas. O governo do Estado recorreu da decisão junto ao STF. Manaus precisa de uma nova estrutura portuária para atender as demandas do Distrito Industrial. Não nas Lajes. Não no Encontro das Águas. E parem de jogar lixo no lugar. Conhecemos muito bem a estratégia de "abandonar o lugar" para depois dar destinação contrária aos interesses populares. A luta continua.
Foto: Valter Calheiros 2008 - a Universidade do Estado do Amazonas presente no movimento SOS Encontro das Águas, através do seu Pro-Reitor de Extensão
MIRANTE DA EMBRATEL NO ENCONTRO DAS ÁGUAS: ABANDONO, ESTUPRO, ROUBO E AGRESSÃO. O QUE MAIS AS AUTORIDADES ESTÃO ESPERANDO ACONTECER NO MIRANTE?
* Valter Calheiros
Após a publicação do texto “O Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões: pela omologação do tombamento e a valorização de seu entorno” – em 06 de janeiro pelo blog do Rogelio Casado (http://rogeliocasado.blogspot.com.br/2015/01/o-encontro-das-aguas-dos-rios-negro-e_6.html) e em 04 de janeiro no NCPAM pelo professor Ademir Ramos (http://www.ncpam.com.br/). Na quinta-feira (15/01/2015) o assunto voltou a ser tema, desta feita em uma reportagem do jornal A Crítica com relatos de registros de violência no local.
O abandono do Mirante no Encontro das Águas é um fato que há anos vem se agravando. Em outubro de 2012, a senhora Maria do Carmo Amorim (81 anos) ambientalista moradora do bairro da Colônia Antonio Aleixo, militante do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), Clube de Mães Irmã Ruth Moura e do Movimento SOS Encontro da Águas, referindo-se ao lixo do Mirante que cai direto no leito do rio Negro, declarou “O rio não é lugar de lixo, é necessário que o povo e as autoridades fiquem sabendo deste desrespeito. O lixo tem que ir para o lugar certo, é isso que o governo passa em seus comerciais de TV e também é o que os professores ensinam a seus alunos! A área tem que ser preservada e não transformada em lixão! Isso é uma vergonha!”, publicado no blog Imprensa Livre A Lucta Social em Outubro de 2012 (http://luctasocial.blogspot.com.br/2012/10/o-mirante-no-encontro-das-aguas-e.html).
A discussão sobre o abandono do Mirante fez surgir na sociedade, tendo como base os leitores que comentam as matérias e artigos publicados, diversas interpretações e posicionamentos. Uns são plenamente a favor e outros radicalmente contra a transformação do local em um espaço turístico e cultural para a cidade. O certo é que a maioria dos manauaras ainda não teve a oportunidade de conhecer este belo espaço natural. A transformação do local em espaço para a prática de violência indica que o tema merece ser prioridade no ano de 2015 e levado a tomada de decisões favoráveis ao Mirante.
Para tanto, precisamos continuar a mobilizar os movimentos sociais e comunitários, imprensa e toda a sociedade em favor deste bem natural de nossa Manaus. Os caminhos nos apontam o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Supremo Tribunal Federal (STF), Ministério Público Federal (MPF) e ao sociólogo Juca Ferreira que é o novo ministro da Cultura, pois o Mirante é parte do entorno da área do Tombamento do Encontro das Águas.
Indispensável também será a promoção de diálogo com o prefeito Artur Neto, Câmara Municipal de Manaus, Assembléia Legislativa, UFAM, UEA, Movimentos Sociais e demais espaços que lidam com formação cidadã e com políticas públicas.
O jornal A Crítica de 15/01/2015, apresentou em matéria “Área abandonada no mirante da Embratel vira cenário de crimes em Manaus, afirmam populares.” A última pauta de A Crítica
em relação a este assunto foi em 04 de março de 2011, matéria da jornalista Elaize Farias, que publicou “Projeto de Oscar Niemeyer para Encontro das Águas, no Amazonas, é descartado.”
Diante da realidade do Mirante é preciso uma ação urgente das autoridades. Chega de promessas e de projetos engavetados! De nossa parte haverá sempre o compromisso nas condições propostas no poema/oração do Poeta Thiago de Mello, que em outubro de 2010 declamou no Encontro das Águas: "Ainda que os braços do teu inimigo pareçam tão fortes como as asas de moinhos, resiste companheiro! Ainda que a noite seja tão tensa de escuridão, resiste companheiro! E tu verás a claridão da madrugada chegar."
Foto: Valter Calheiros 2008 - primeiras militantes na luta contra a construção de um porto nas Lajes e pelo tombamento do Encontro das Águas
Abaixo as indicações das matérias publicadas:
A CRÍTICA (15jan2015)
http://acritica.uol.com.br/manaus/Manaus-Amazonas-Amazonia-abandonada-Embratel-cenario-afirmam-populares_0_1285071510.html
Área abandonada no mirante da Embratel vira cenário de crimes em Manaus, afirmam populares
Trabalhadores contam que no local já houveram casos de estupro, roubos e agressão de PMs. Em dez anos, três projetos para revitalizar o mirante foram descartados. Gestão atual afirma novo plano está sendo elaborado
Manaus (AM), 15 de Janeiro de 2015
OSWALDO NETO
A CRÍTICA (04/03/2011)
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Projeto-Niemeyer-Encontro-Prefeitura-Manaus_0_437956237.html
Projeto de Oscar Niemeyer para Encontro das Águas, no Amazonas, é descartado
Projetado em 2005, ainda na gestão de Serafim Correa, o Memorial Encontro das Águas custou aos cofres públicos de Manaus R$ 600 mil
Manaus, 04 de Março de 2011
ELAÍZE FARIAS
(*) Educador Salesiano; pesquisador e fotografo do Movimento Socioambiental SOS Encontro das Águas; graduado em Teologia pela Universidade Católica Santa Úrsula e Centro de Estudos do Comportamento Humano/CENESC/AM; Pós-Graduado em Pesquisa e Prática - Ação Social pela Faculdade Tahirih/Manaus-AM.
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