PICICA: "Para celebrar os 15 anos do projeto O AUTOR NA PRAÇA, na Semana da Luta Antimanicomial nossa convidada no próximo sábado, dia 17 no Espaço Plínio Marcos é a jornalista Daniela Arbex em tarde de autógrafos do livro “Holocausto Brasileiro - Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil. Aproveitamos para fazer o convite e apoio na divulgação através de inserção no sítio/portal, Facebook e/ou repasse para os amigos e instituições ligadas a Luta Antimanicomial e Direitos Humanos. Desde já agradecemos e ficamos a disposição. Coletivo Gato Seco - Nos Telhados da Loucura. Saudações Antimanicomiais. Edson Lima - 3739 0208 / 95030 5577."
No mês que o
projeto completa 15 anos e na Semana do Dia Nacional da Luta Antimanicomial
(18/05), O Autor na Praça recebe a jornalista Daniela Arbex em tarde de autógrafos do
livro “Holocausto
Brasileiro - Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil”,
que
recebeu o Prêmio
APCA
de melhor livro-reportagem de 2013. Será no próximo
sábado, dia 17 de maio, às 15h no Espaço
Plínio Marcos (Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto, em
Pinheiros – SP). Na ocasião Daniela
Arbex vai receber o Prêmio Carrano
de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos. Contaremos com a participação do
cartunista Junior Lopes,
realizando caricaturas e outros convidados. Informações
abaixo.
Sobre o
“Holocausto Brasileiro
- Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil” - UM
CAMPO DE CONCENTRAÇÃO EM PLENO BRASIL – O livro resgata história de 60 mil
mortos no Hospital Colônia de Barbacena - Neste livro-reportagem fundamental, a
premiada jornalista Daniela Arbex tira das sombras o esquecimento um dos
capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade
praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil,
conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Ao fazê-lo, a
autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado
brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população,
pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto
tempo sem a omissão da sociedade. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os
muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70%
não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras,
homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para
alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões,
esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de
fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que
haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33
eram crianças.
Quando
chegavam ao hospício, suas cabeças eram raspadas, suas roupas arrancadas e seus
nomes descartados pelos funcionários, que os rebatizavam. Daniela Arbex devolve
nome, história e identidade aos pacientes, verdadeiros sobreviventes de um
holocausto, como Maria de Jesus, internada porque se sentia triste, ou Antônio
Gomes da Silva, sem diagnóstico, que, dos 34 anos de internação, ficou mudo
durante 21 anos porque ninguém se lembrou de perguntar se ele falava. Os
pacientes da Colônia às vezes comiam ratos, bebiam água do esgoto ou urina,
dormiam sobre capim, eram espancados e violados. Nas noites geladas da Serra da
Mantiqueira, eram deixados ao relento, nus ou cobertos apenas por trapos. Pelo
menos 30 bebês foram roubados de suas mães. As pacientes conseguiam proteger sua
gravidez passando fezes sobre a barriga para não serem tocadas. Mas, logo depois
do parto, os bebês eram tirados de seus braços e doados. Alguns morriam de frio,
fome e doença. Morriam também de choque. Às vezes os eletrochoques eram tantos e
tão fortes, que a sobrecarga derrubava a rede do município. Nos períodos de
maior lotação, 16 pessoas morriam a cada dia. Ao morrer, davam lucro. Entre 1969
e 1980, 1.853 corpos de pacientes do manicômio foram vendidos para 17 faculdades
de medicina do país, sem que ninguém questionasse. Quando houve excesso de
cadáveres e o mercado encolheu, os corpos foram decompostos em ácido, no pátio
da Colônia, diante dos pacientes, para que as ossadas pudessem ser
comercializadas. Nada se perdia, exceto a vida.
No
início dos anos 60, depois de conhecer a Colônia, o fotógrafo Luiz Alfredo, da
revista O Cruzeiro, desabafou com o chefe: “Aquilo é um assassinato em massa”.
Em 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia, pioneiro da luta pelo fim dos
manicômios que também visitou a Colônia, declarou numa coletiva de imprensa:
“Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo,
presenciei uma tragédia como essa”. Geração Editorial - 276 páginas – R$ 39,90.
Saiba mais:
http://geracaoeditorial.com. br/blog/holocausto-brasileiro.
Veja o Book trailer: http://www.youtube.com/watch? v=hZSwEuGj1xU.
Sobre Daniela
Arbex - É uma das jornalistas do Brasil mais
premiadas de sua geração. Repórter especial do jornal Tribuna de Minas há 18
anos, tem no currículo mais de 20 prêmios nacionais e internacionais, entre eles
três prêmios Esso, o mais recente recebido em 2012 com a série “Holocausto
brasileiro”, dois prêmios Vladimir Herzog (menção honrosa), o Knight
International Journalism Award, entregue nos Estados Unidos (2010), e o prêmio
IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina e Caribe
(Transparência Internacional e Instituto Prensa y Sociedad), recebido por ela em
2009, quando foi a vencedora, e 2012 (menção honrosa). Em 2002, ela foi premiada
na Europa com o Natali Prize (menção honrosa).
Serviço:
O
Autor na Praça
celebra 15 anos e recebe a jornalista Daniela
Arbex, em tarde de
autógrafos do livro “Holocausto
Brasileiro – Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do
Brasil”
Espaço
Plínio Marcos – Tenda
na Feira de Artes da Praça Benedito
Calixto – Pinheiros
Dia
17 de maio, sábado, 15h.
Informações:
Edson Lima – 3739 0208 / 95030 5577 - oanp@uol.com.br.
Realização: Edson
Lima & AAPBC. Apoio:
Max Design, Enlace-Media, Restaurante Consulado
Mineiro e O Cantinho Português (Barraca de comida portuguesa na Feira
da Benedito Calixto).
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