DDT mata silenciosamente na Amazônia
DULCINÉIA AZEVEDO
RIO BRANCO, AC — A contaminação por dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) pode estar relacionada à morte de 114 funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Acre, de 1994 até hoje. O último óbito foi registrado há 12 dias em Rio Branco. O guarda de endemias aposentado Augustinho Castro e Silva sofreu uma parada cardíaca, resultado do alto grau de envenenamento no organismo. Segundo os amigos, foram meses de dor e solidão, sem qualquer acompanhamento por parte da direção do órgão ao qual ele dedicou a maior parte da sua vida.
Outros trezentos funcionários, ainda em atividade, apesar dos evidentes problemas de saúde relacionados ao contato com o inseticida, lutam para provar que estão contaminados e receber a assistência necessária por parte do governo federal, incluindo gastos com medicamentos e indenização por danos morais e materiais sofridos em decorrência da contaminação. ‘’No ano de 95, morriam de dois a três, todo mês. Todas as vezes que enterrávamos alguém ficamos na expectativa de quem seria o próximo’’, desabafa o motorista oficial Aldo A. Silva, o grande incentivador do movimento que pretende expor para o País a triste situação a que estão relegados os funcionários da Funasa contaminados pelo DDT durante as cruzadas contra a malária na zona rural do Acre.
Fonte: Agência Amazônia
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