16/06/2008
A floresta que virou hamburguer
O ministro da Agricultura Reinhold Stephanes anunciou, nesta segunda (16), que o bioma amazônico deverá ser uma das áreas de restrição total para expansão da cana no país no zoneamento econômico a ser divulgado em julho. Mas a decisão ainda não é final.
Vale lembrar que esse tipo de ação, no Brasil rural, tem que passar antes pelo crivo dos interesses econômicos que influenciam os interesses políticos.
Um lembrete: foi no Pará, em uma fazenda e usina de cana-de-açúcar, que ocorreu a maior libertação de escravos da história do país. Na Pagrisa, em Ulianópolis (PA), 1.064 pessoas ganharam a liberdade no ano passado. É verdade que não há muita cana no bioma amazônico. O trágico é que no pouco que há já ocorreu esse tipo de problema. Imagine então se a cana entra de vez na região, unindo a superexploração dos canaviais com a escravidão da fronteira agrícola...
De qualquer maneira, aposto minhas calças que o ministério vai continuar apoiando a expansão de fazendas de gado e soja, que são os maiores responsáveis pelo desmatamento da floresta. Tudo por um PIB mais gordo, mas concentrado, tipo colesterol ruim. Que, mais cedo ou mais tarde, cobra o seu preço e mata.
Alguém topa a aposta?
Fonte: Blog do Sakamoto
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