julho 05, 2008

Prêmio Professor Samuel Benchimol: Tecnologias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia (2008)

Samuel Benchimol
Gostaria de deixar como lembrança uma singela e profunda mensagem: o mundo amazônico não poderá ficar isolado ou alheio ao desenvolvimento brasileiro e internacional, porém ele terá que se auto-sustentar em quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: isto é, ele deve ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo.
Prof. Samuel Benchimol

Acesse o site http://www.amazonia.desenvolvimento.gov.br:80/, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e saiba mais sobre o Prêmio.

Inscrições: 04/02/2008 a 22/08/2008

Julgamento: 25/09/2008

Entrega do Prêmio: 21/11/2008

Local da solenidade de entrega do Prêmio: Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO)

Endereço: 104 Sul - Rua SE 3 - Lote 2 - Centro - Palmas - TO

Apresente seu projeto ou indicação para o desenvolvimento sustentável da Amazônia nas áreas:

:: Ambiente

:: Econômica / Tecnológica

:: Social

Os autores de projetos concorrerão a prêmios de até R$ 65.000,00.

INSCRIÇÃO CATEGORIA PERSONALIDADES

O Prêmio Professor Samuel Benchimol categoria Personalidades tem como objetivo agraciar empresários, executivos e gestores de políticas públicas além de órgãos públicos e privados e instituições de pesquisa que se destacaram no desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal nas modalidades: ambiental, social e econômica/tecnologica. Clique aqui para enviar inscrição na categoria personalidade.

Informações

***


Biografia


Samuel Isaac Benchimol


Samuel Isaac Benchimol, nascido em Manaus em 13 de julho de 1923, foi escritor (109 trabalhos publicados, membro da Academia Amazonense de Letras), acadêmico (Professor Emérito da Universidade do Amazonas, onde lecionou por mais de 50 anos), pesquisador (catedrático da disciplina “Introdução à Amazônia”), líder comunitário (presidente do Comitê Israelita do Amazonas) e empresário (co-fundador do grupo Bemol-Fogás).

Em 1942, ingressou na Faculdade de Direito do Amazonas. Iniciou sua carreira profissional na Panair do Brasil, ocasião na qual escreveu o estudo "O Cearense na Amazônia". Dada a expressiva repercussão alcançada por este trabalho, foi aceito como aluno bolsista no Mestrado em Sociologia na Universidade de Miami - Flórida, E.U.A (1946/1947).

No conjunto de sua vasta produção intelectual que inclui artigos e livros, merecem destaque: Amazônia: Um Pouco-Antes e Além-Depois, O Pacto Amazônico e a Amazônia Brasileira, Amazônia: Formação Social e Cultural, Eretz Amazônia: Os Judeus na Amazônia e Zênite Ecológico e Nadir Econômico-Social. Também se destacou pela compilação e análise de estatísticas sócio-econômicas locais, especialmente no que diz respeito à arrecadação de impostos e comércio exterior na região amazônica. Em toda a sua obra, sempre defendeu a necessidade de que o desenvolvimento sustentável da Amazônia deve respeitar quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo.

Como professor, Samuel lecionou por quase 50 anos na Universidade Federal do Amazonas em cursos de economia e direito. Seu interesse no estudo dos mais diversos aspectos da Amazônia culminaram na sua escolha para criar uma matéria de Introdução à Amazônia.

Dada a sua proeminente produção intelectual e a sua dedicação à educação, Samuel foi nomeado membro da Academia Amazonense de Letras. O prédio principal da Universidade Estadual do Amazonas, a Escola Estadual Samuel Benchimol, no bairro Nova Cidade e a estrada Manaus-Novo Airão são dedicados à memória de seu nome.

Samuel Benchimol também teve destacada atuação como empresário. Juntamente com seus irmãos Israel e Saul, fundou o Grupo Bemol-Fogás em 1942. Graças à visão e à extraordinária capacidade gerencial de seus fundadores, o Grupo Bemol-Fogás é hoje um dos mais importantes grupos empresariais da Amazônia incluindo empresas com faturamento anual superior a R$500 milhões e consolidada idoneidade e reputação ética. As empresas do grupo estão em diversas atividades, incluindo distribuição de GLP (gás de cozinha), lojas de departamento e exportação de produtos naturais da Amazônia como bálsamo de copaíba e óleo essencial de pau-rosa.

Samuel sempre foi também um grande líder comunitário, atuando como Presidente do Comitê Israelita do Amazonas no período de 1975 a 1985. Sua dedicação a esta comunidade que tanto tem contribuído para o progresso da Amazônia e do Brasil culminou com a publicação de sua obra "Eretz Amazônia", um estudo da presença dos judeus na Amazônia.

Samuel Benchimol faleceu em 5 de julho de 2002 . Á sua esposa, Mery Benchimol, dois filhos, Nora e Jaime, quatro netos e a todos aqueles que tiveram o privilégio de com ele conviver e trabalhar ficam a saudade e o exemplo de uma vida de dedicação.

Em 2004, foi instituído o Prêmio Professor Samuel Benchimol, patrocinado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tendo a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas como entidade executora do 1º Prêmio.

Somaram-se a essa iniciativa, o Pró-Amazonas, a Confederação Nacional da Indústria, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, BANCO DA AMAZONIA, FIEAM, Itaú, CNPq, CONFEA, SUFRAMA, Teperman, CGEE, EMBRAPA, SECT – AMAZONAS, HONDA, NOKIA, O Boticário, FAPEAM, FUNTAC, FOGAS, Bemol, ADA, abipiti, FUCAPI, SCHERING, SIEMENS, AMAZON SAT, BASF, Forum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

***

Conheça o Professor Samuel Peixoto na crônica do imortal José Ribamar Bessa Freire:

TAQUI PRA TI

SAMUEL BENCHIMOL: UM POUCO-ANTES, ALÉM-DEPOIS

Numa crônica divertida, Nelson Rodrigues afirma que os ingleses não existem. A Inglaterra é, portanto, uma paisagem sem ingleses. O inglês, tal como o imaginamos - o gentleman de porte altivo, maneiras elegantes, dotado de sense of humour - é produto da nossa fantasia. Quem, então, mora na Inglaterra? São pessoas como os hooligans, aqueles torcedores violentos, estúpidos e bárbaros. A crônica, no entanto, abre uma exceção: "o único inglês da vida real, de fala mansa e sentimentos nobres, vive no Rio de Janeiro, é o escritor brasileiro Antônio Callado".

As exceções certamente seriam duas, se o cronista tivesse conhecido Samuel Benchimol, nascido ali, na rua Quintino Bocaiúva, em Manaus, no dia 13 de julho de 1923. Paraense por parte do pai, Isaac, cujo berço foi o barranco do rio Tapajós, e amazonense por parte da mãe, Nina, nascida em Tefé, esse canceriano honrou sua dupla identidade amazônica. Mas, apesar disso, continuou sendo um inglês legítimo, porque sóbrio, discreto, elegante, transpirando serenidade, polidez, delicadeza. Enfim, um lorde, de fino trato, com o seu "perfil de medalha, de moeda".

Essa imagem do professor Samuel Benchimol, que acaba de nos dar seu último adeus, ficou registrada em minha memória, desde a primeira vez que o vi, em 1977, quando voltei do exílio. Naquele momento, a Faculdade de Economia da Universidade do Amazonas organizava um ciclo de debates sobre a re-divisão territorial da Amazônia Legal. Compareci à palestra dele, crente que iria encontrar um "coronel de barranco". Surpreendi-me com um conferencista charmoso, dono de um estilo requintado que cativava a todos com um discurso fluente, idéias claras, argumentos sólidos, apoiados numa lógica cartesiana, bem costurada.

Nos mapas que usou na palestra, percorria cada paraná, cada igarapé, com a mesma facilidade com que descia o rio Abunã, onde passou sua infância. O público ficou hipnotizado. No final, mesmo discordando de algumas conclusões, saí com as convicções abaladas e com uma vontade danada de ler sobre a Amazônia. Aliás, essa foi uma de suas funções: provocar a vontade de saber, estimular a fome do conhecimento, desafiar a inteligência a decifrar os enigmas tropicais.

Ninguém pode entender, hoje, a Amazônia, desconhecendo a vasta obra do professor Samuel Benchimol. Apaixonado pela região, ele estudou a sua formação econômica, com destaque para o período histórico da borracha: o seringal, o seringueiro, o migrante nordestino, a geografia, o contexto cultural, além de discorrer sobre os polos de crescimento, a zona franca de Manaus, a política florestal e as estratégias de integração.

Leia mais em TAQUI PRA TI.

Nenhum comentário: