janeiro 09, 2010

A emoção dos números

TERRITÓRIO LIVRE DA INTERNET


Além desse vídeo, uma pesquisa publicada na Folha "Ditabranda" de S. Paulo está tirando o sono do Zé "Alagão" Serra. A análise é do Miguel do Rosário, do Óleo do Diabo":

Óleo do Diabo

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Duas coisas me chamaram a atenção. Entre as pessoas que ganham até 2 salários mínimos, 40% deram nota 10 ao desempenho do governo Lula. Qual o significado disso? Os historiadores frequentemente falam da enorme popularidade de que gozavam Júlio César, Napoleão, Oliver Cromwell, e outras grandes lideranças populares que se tornaram legendárias. Mas nunca tivemos uma base de dados realmente confiável para confirmar tal suposição, de maneira que os cientistas são obrigados a usar a imaginação para juntar os cacos dispersos dos vestígios históricos, e montar, com um máximo de objetividade, a realidade política de cada época.

A conclusão a que me arrisco é que o governo Lula conseguiu obter, junto às camadas mais pobres da população, não apenas uma aprovação invejável, mas uma verdadeiro entusiasmo. Os números do Datafolha indicam claramente que o povo ainda tem esperança.

Por isso é tão odioso, tão triste, quando vemos que o próprio jornal que apura essa realidade decide apelar não para uma crítica honesta, o que será sempre necessário, ao desempenho do presidente, e sim para baixarias nojentas, despolitizadas, e que visam atingir justamente as mentes mais simplórias, como a desferida por César Benjamin, que acusou Lula de tentar estuprar um colega de cadeia. A Folha, incompetente para fazer uma crítica séria e objetiva às ações do governo, comprou um traidor que lhe indicasse uma trilha para atacar os espartanos pelas costas. Para atacar por trás, desonestamente, a própria esperança dos brasileiros.

A mesma tabela traz outro número curioso. A faixa etária que mais gosta de Lula são as pessoas com mais de 60 anos. E a que gosta menos são os jovens entre 16 e 24 anos. Quer dizer, vamos deixar bem claro. Lula é um fenônemo de popularidade em todas as faixas etárias, de jovens aos velhos. A comparação aqui é sobre o nível de entusiasmo de cada um. Mais da metade (56%) dos jovens até 24 anos dão nota 8 a 10 para Lula. Na terceira idade, todavia, esse percentual pula para 66%, sendo que 39% dão nota 10. A turma de cabelo branco é outra que está fortemente entusiasmada com o desempenho do presidente.

Esse é um dado interessantíssimo. Não tanto pelo lado eleitoral, porque sabemos que os jovens são muito independentes nessas coisas: raramente se deixam influenciar pela opinião de seus avós, mas pelo aspecto humano e político. Com mais de 60, temos as pessoas que viveram a história recente, inclusive a ditadura militar. Alguém com 65 anos, tinha 30 anos em 1974, auge dos anos de chumbo. Com 40 anos acompanhou a redemocratização. Com 50 anos, idade que, segundo muitos cientistas, é o auge intelectual do homem, assistiu a posse de Fernando Henrique Cardoso.

Para mim está evidente que esse entusiasmo, visível em todas as classes, começará a arder com mais força na medida em que as pessoas perceberam que a gestão de Lula está acabando. A campanha de Dilma capitalizará essa energia colossal, essa euforia, essa esperança.

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