maio 31, 2011

Um corajoso depoimento sobre a destruição dos arquivos da ditadura militar

PICICA: O Amazonas é pródigo em históricos sobre agentes ligados à ditadura militar. Um deles não passava de um informante fajuto em sua área de atuação profissional, especialista em achaques contra vigaristas que praticavam golpes contra o Estado. O rótulo de informante é um exagero. O acesso a informações privilegiadas fizeram dele um protegido de falsos defensores de interesses  públicos. Nada mais do que isso. Um outro infernizou a vida de militantes universitários, mas passou incólume à posteridade. Isto porque, aqui, sim, a porca torce o rabo, um dos reitores da universidade federal teria mandado destruir os arquivos sobre quem era quem no enfrentamento da ditadura militar no Amazonas. O teu sagrado direito de ser informado não entrará na pauta do jornalismo local. Pode tirar o cavalinho da chuva. Bem que a blogosfera militante poderia entrevistar os arquivos ainda vivos, antes que partam dessse vale de lágrimas para o paraíso. Nóis sofre, mas nóis goza!
Vídeo com o depoimento corajoso do cara que denunciou a queima de arquivos do exército logo depois da ditadura. O governo Sarney foi quando o próprio Firmino, como funcionário do Estado, foi responsável pela queima de arquivos. Mas ele diz que, de 92 a 95 (Collor, Itamar e FHC), também houve uma destruição geral. E ele denuncia ainda ter sofrido vários atentados e te sido torturado em 97, plena “democracia”!Vídeo com o depoimento corajoso do cara que denunciou a queima de arquivos do exército logo depois da ditadura. O governo Sarney foi quando o próprio Firmino, como funcionário do Estado, foi responsável pela queima de arquivos. Mas ele diz que, de 92 a 95 (Collor, Itamar e FHC), também houve uma destruição geral. E ele denuncia ainda ter sofrido vários atentados e te sido torturado em 97, plena “democracia”!

Fonte: Quem tem medo da democracia?

Carta Aberta da Articulação Brasileira de Gays - ARTGAY

PICICA: Yago Sales, jovem repórter goiano de 17 anos, autor do blog Acesso Livre, é quem dá a dica: "ArtGay pede a saída de Palocci e respeito aos direitos homoeróticos". Valeu, bróder!

Carta Aberta da Articulação Brasileira de Gays – ARTGAY  a Presidenta Dilma Roussef
Excelentíssima Presidenta Dilma Roussef:
Considerando que a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891 já determinou que vivemos em um Estado Laico
        Art 2 - A Constituição assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 6º - Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos. 
§ 7º - Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados. 
Sala das Sessões do Congresso Nacional Constituinte, na Cidade do Rio de Janeiro, em 24 de fevereiro de 1891, 3º da República.Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 24.2.1891
Considerando que a Constituição de 1988 do Brasil declara: 

     Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
      Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

  Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Considerando que o Estatuto da Criança e do Adolescente declara:

        Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
        Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
         Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;

A Articulação Brasileira de gays – ArtGay vem por meio desta carta aberta solicitar a vossa Excelência:

01 . Que sejamos recebidos por Vossa Excelência, assim como foram recebidos os membros da bancada pro homofobia do Congresso Nacional, como forma de se garantir a pluralidade política de opiniões junto a este Executivo Federal.

02. Cumprimento integral do artigo 19 , inciso I da Constituição Federal de 1988 : (Art. 19. É vedado à União: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança ).
03.  Cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente – Eca , Lei 8.090 de 1980 , garantindo aos   milhões de crianças e adolescentes com orientação sexual Homossexual ou Bissexual e identidades de gênero Travestis e Transexuais ,  o fim da omissão deste Governo com a negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão em virtude do Bullyng Homofobia, e da Homofobia presente nas Escolas do Brasil.
04. Fim de programas voltados apenas a Orientação Sexual Heterossexual , com revisão e atualização de todas portarias, decretos e normas do Executivo que garantem direitos apenas aos casais heterossexuais direitos no Brasil, tendo em vista que a Corte Maior declarou que pessoas com Orientação Sexual Homossexual também constituem em famílias, neste País.  
05. Fim da propaganda de orientação sexual de casais heterossexuais por este Governo  em todos materiais de Publicidade e Divulgação Públicos, ou patrocinados pelo poder Público , como  cartazes, folderes, vídeos, spot, out doors, propagandas em rádios, TVs,jornais, revistas, internet, cinemas, em todas as áreas da Saúde, Educação, Segurança , Assistência Social, Esporte, Cultura, Trabalho, Turismo.
06. Inclusão do Programa Brasil sem Homofobia dentro do Novo Programa Brasil sem Miséria, compreendendo que as crianças e adolescentes LGBT , especialmente as negras, indígenas e do nordeste, são as maiores vitimas da miséria e da homofobia no Brasil.
07. Reconhecimento das Conferencias  e dos Conselhos de  Direitos Humanos, da Educação, LGBT, Saúde,  entre outras como espaços de decisão de Políticas Públicas no País .
08. Determinação imediata para  constituição de um grupo de trabalho Laico e não Homofóbico para criação de um Programa de Escola sem Homofobia, garantindo as crianças e adolescentes LGBT o fim da tortura, da discriminação, do Preconceito e da Homofobia.
09. Saída do Ministro Antonio Palloci para que este possa deixar Vossa Excelência livre das pressões políticas de parlamentares da bancada Homofóbica, como o visto no dia 25.05.2011.
Na esperança que as crianças e adolescentes Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais não serão mais vítimas da negligência e omissão deste Governo.

Articulação Brasileira de Gays    -  30 de maio de 2011.   
 
Fonte: ARTGAY

Eduardo Galeano y los Indignados #15M

PICICA: "Eduardo Galeano es entrevistado en el programa Singulars, de TV3, donde nos cuenta sus experiencias y sensaciones al llegar a la España de los "Indignados"".

Campaña por la Libertad de los prisionerxs Políticxs Colombianxs

PICICA: Estamos con vosotros.

"O desvio do projeto político de Dilma" (Do Valor)

PICICA: "O que aconteceu com o governo Dilma?". Leia, abaixo, a opinião do professor de filosofia da Unicamp e pesquisador do Cebrap, Marcos Nobre. Para ele chegou ao fim o grande projeto político de Dilma. Será, parente? Também! Quem mandou andar em má companhia?
Charge do Bessinha - Postada em fabiosiqueira.blogspot.com


O desvio do projeto político de Dilma


Do Valor

'Dilma perdeu seu grande projeto político'


Depois de uma aparente lua-de-mel, que marcou os cem dias iniciais de seu governo, a presidente Dilma Rousseff enfrenta o revés da primeira grave crise política, com as denúncias envolvendo a súbita evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e, na sequência, a derrota na votação do Código Florestal. Uma derrota imposta não pela oposição, hoje minguada, mas por um aliado da própria coalizão, o PMDB. Um fracasso que representa, na opinião do professor de filosofia da Unicamp e pesquisador do Cebrap, Marcos Nobre, o fim do grande projeto político de Dilma: governar com relativa autonomia, com indicações ao segundo escalão que vinham seguindo critérios mais técnicos, sem se dobrar ao "pemedebismo", termo preferido de Nobre para denominar a cultura política brasileira. Para Nobre, os recentes acontecimentos, que incluem a "absurda" entrada do ex-presidente Lula em cena, mostram que Dilma perdeu a queda-de-braço e vai ter que ceder. Terá uma tarefa "muito difícil" para se reeleger e deve exercer o mesmo papel de seus antecessores: ser apenas a síndica do condomínio pemedebista. Com um agravante, avisa: o de que o sistema político se esgotou e tende a levar o país à paralisia.


A entrevista é de Cristian Klein e publicada pelo jornal Valor, 30-05-2011.


Eis a entrevista.


O que aconteceu com o governo Dilma?


A Dilma teve de renegociar os acordos feitos pelo Lula. O Lula ampliou a base do governo a tal ponto que não existe mais oposição. Quando acontece isso, a oposição vai para dentro do governo. Na verdade, o jogo entre governo e oposição é entre PT e PMDB e, digamos, seus satélites. Nesse processo de ampliação da base, Dilma resolveu aproveitar o que chamo de excesso de adesão para tentar fazer uma seleção dos quadros do segundo escalão. Quis aproveitar a situação a favor dela. Estava usando todo seu capital eleitoral para fazer essa negociação dura com o PMDB e com os outros partidos, para que aqueles que fossem acolhidos no segundo escalão fossem mais técnicos, com mais qualidade gerencial, e política também, no sentido de tentar encontrar currículos que fossem mais "ficha limpa". E o caso Palocci termina essa tentativa da Dilma. Nesse momento, a Dilma vai entregar o que o PMDB pedir. É a parte triste da história.


A Dilma errou ao conduzir a negociação política e ao escalar Palocci para a Casa Civil?


Não sei se errou porque o caso é muito estranho e não temos esclarecimento. Se Palocci não der explicações razoáveis, ela errou com certeza porque não aplicou os critérios que ela mesma disse que iria aplicar, no primeiro escalão.


Parlamentares reclamam muito de não serem atendidos pela presidente. Consta que a cada dez indicações de nomes levados por Palocci, Dilma aceitaria, por exemplo, apenas dois ou três.


Isso tem lá sua parte de verdade e tem também a parte de que o Palocci está tentando tirar a responsabilidade dele mesmo.


Como a presidente pôde perder a votação do Código Florestal tendo uma base tão grande? Faltou habilidade ou seria inevitável?


Inevitável nada é. E habilidade realmente não é uma característica dos líderes escolhidos pela Dilma.


Que líderes?


O [Cândido] Vaccarezza [líder do governo na Câmara]. É de uma inabilidade flagrante.


Ele subiu à tribuna dizendo que tinha acabado de conversar com a Dilma, que teria lhe dito considerar uma "vergonha" o Código que a Câmara iria aprovar. Isso causou muitas reações.


Além da ameaça que aparentemente existiu de que a Dilma demitiria os ministros do PMDB. Então, o que se tem é um processo de chantagem mútua. O PMDB chantageia porque quer as nomeações, e a Dilma chantageia de volta dizendo: "Então eu demito". Aí, é uma queda-de-braço. Só que, com o caso Palocci, enfraqueceu o lado da Dilma. O enfraquecimento dela foi tal que o Lula ocupou o espaço dela. E isso realmente é um dos grandes absurdos do momento político brasileiro. Ele obriga a Dilma a sair a público para falar a favor do seu ministro, mesmo que em termos muito genéricos. Isso só ajuda a aumentar o estado de confusão da situação política brasileira. Não ajuda em nada a intervenção do Lula.


Há um duplo comando?


Não... Porque em política existe uma regra que é: há uma pessoa que tem a caneta. Isso faz muita diferença. Mas aumenta a confusão. O que aconteceu no Código Florestal? O PMDB disse: "Olha, se continuarem neste ritmo as exigências que estão sendo feitas para as nomeações de segundo escalão, vamos votar contra o governo". E escolheram um projeto, o Código Florestal, que não é vital para o funcionamento da máquina governamental. Escolheram quando perceberam que Dilma endureceu porque tomou essa votação como se fosse, no parlamentarismo, um voto de desconfiança. Ela levou a votação nesses termos, coisa que não deveria ter feito. Resolveu tirar a limpo e quando, no meio, acontece o caso Palocci, ela não tinha mais força para enfrentar essa base.


Havia saída?


Qualquer que seja o governo ele acaba sendo submetido à lógica do sistema político, que funciona de maneira autônoma. Algo do tipo: "Se você não mexer comigo, eu não mexo com você". Isso significa que funciona na base da chantagem mútua e na base do veto mútuo. Um exemplo: o caso dos líderes parlamentares religiosos que fizeram um acordo de que não chamariam o Palocci à Câmara se fosse retirado de pauta o material contra homofobia do Ministério da Educação. É um acordo quase mafioso do sistema político, de autoproteção.


Isso corresponde a um processo de cartelização, que caracterizaria atualmente os sistemas partidários pelo mundo?


Não, é uma coisa muito brasileira e, acho, um pouco incomparável. O PMDB criou, lá na década de 80, uma cultura política duradoura para o Brasil, que diz assim: "Se você entrar para o partido - qualquer um pode entrar -, se você se organizar como grupo de pressão, tem o seu interesse garantido e pode ter certeza de que será consultado a respeito de qualquer assunto que diz respeito a esse interesse". Portanto, tem direito de veto. Com isso, você não tem debate público real, porque as questões não vão para o debate, são vetadas antes, como nesse caso que dei do [deputado federal do PR do Rio, Anthony] Garotinho versus Palocci.


A imagem de uma presidente refém de grupos de pressão não é contraditória com a ideia predominante de que o governo tem a primazia e sua posição quase sempre prevalece, porque pode oferecer cargos, verbas etc?


É, mas eu acho que essa ideia de um governo todo-poderoso é completamente ilusória. Basta ver o que o Lula, do alto de seus 80% de popularidade, conseguiu passar no Congresso. O que ele conseguiu passar de realmente decisivo? Nada. O desafio anual do governo é passar a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] e depois passar a lei orçamentária.


Qual é a solução para se escapar desse pemedebismo?


É preciso ter governos mais enxutos e mais coesos, que coloquem uma linha e digam: a partir daqui eu não aceito.


Mesmo que seja um governo minoritário?


Mesmo. Mas aí é preciso ter um apoo popular significativo para você conseguir se manter. Algum movimento vai ter que ser feito. E necessariamente é diminuir a adesão ao governo. Num certo sentido, Dilma estava fazendo isso, ou tentando fazer, ao colocar critérios rígidos para escolher o segundo escalão. Com o caso Palocci ela perde esse grande projeto político que era dela e vai simplesmente continuar sendo uma síndica do pemedebismo.


É factível que o Brasil venha a ter um governo minoritário ao estilo dos escandinavos com essa cultura política de barganha?


É, mas aí você está me dizendo que o pemedebismo é inevitável. Pode ser. A maioria das pessoas do PT, por exemplo, com quem eu converso, dizem que esta é a estrutura, que se você quiser fazer política pela esquerda, precisa ocupar essa cultura política pela esquerda. O que eu posso dizer contra um argumento realista? Nada. Por que o realismo sempre está certo. Agora, o que muda o mundo não é o realismo. Pode-se dizer: "Isso é ser realista, é ser pragmático". Mas, bom, nós vamos para o buraco, vamos construir uma democracia horrorosa, que é o que estamos fazendo. É um sistema que funciona na base da chantagem.


Esse modelo de pragmatismo, de maior diluição ideológica, não vem se tornando uma tendência mundial, como o caso clássico do Partido Trabalhista britânico?


Com toda razão. Esse movimento para o centro você pode observar em vários países, não vou dizer em todos. Mas no Brasil, a tendência tem uma certa especificidade. Porque não existe na Espanha, na Alemanha, na Escandinávia, essa tradição pemedebista. Ou seja, ser político é estar no poder, seja qual for o governo.


Não seria esta a origem do problema: o alto custo de ser oposição no Brasil? As reformas não deveriam começar por aí?


Sem dúvida. É um problema de cultura política, sim, e é um problema de estrutura também. Você tem uma concentração de recursos na União que é absurda. A União pode manter Estados e municípios a pão e água. Isto não é possível. Esse grau de concentração foi produzido em grande medida pelo Plano Real que retomou o poder para a União, um poder que era disseminado pelos Estados. Os Estados faziam política econômica! Esse processo de concentração e fortalecimento da União foi importante para se estabelecer alguma espécie de estabilidade, mas tem agora um efeito perverso. Porque o sistema político pemedebista, que era a fragmentação entre os Estados, se readaptou a esse modelo centralizado. O que acontece num sistema pemedebizado? Significa que a Dilma, a partir de agora, é refém desse sistema e que ela vai operar nos limites que este sistema colocar para ela. Qual é o problema disso? É que leva à paralisia.


Por que ela é refém e o Lula não foi?


O Lula foi, claro que foi, ele montou este sistema. E ele montou de tal maneira que ele aparecia como alguém que mandava muito e não mandava coisa alguma.


O Lula não mandava?


Muito pouco. Por onde o governo Lula passou neste sistema de vetos? Pense nas políticas pelas quais o Lula é conhecido: Bolsa-Família, Luz para Todos, os PACs, que estão empacados. Foi por onde o sistema não vetava. Quem é contra o aumento do salário mínimo? Quem é contra dar Bolsa-Família? Com isso ele produziu um crescimento econômico que permitiu um realinhamento da economia. Fez uma política "keynesiana". Agora, essa ideia de que Lula mandava muito não procede. Ele é muito importante? Sim, fez o Brasil voltar à ideia de que o país pode ter futuro, de país que cresce. Mas do ponto de vista do sistema político não mudou nada.


Por que o PMDB não consegue ser o síndico?


Quantos votos teve Ulisses Guimarães em 1989, na eleição presidencial, 4,89%? O PMDB aprendeu a lição. Não pode ser síndico de seu condomínio. Porque se o síndico for outro e der errado, a culpa é do síndico. Não é dele. Então essa é a lógica do PMDB: põe a culpa no síndico. Não é a lógica do PMDB só. É de todos os partidos do sistema político brasileiro.


O PT é um PMDB?


Não, o PT é um partido diferente. Por isso ele é síndico. O Fernando Henrique estabeleceu dois polos, que são dois síndicos. Na eleição do condomínio você pode escolher entre eles: o do PT ou o do PSDB.


Que são duas alternativas ao pemedebismo...


Alternativas a tomar conta do condomínio pemedebista. O PSB é assim, o PSD do Kassab é assim. Você acha que Aécio é líder da oposição? Aécio não lidera oposição nenhuma. Ele está esperando que o governo Dilma dê errado para afirmar que isso é um fracasso, depois de dizer que Lula e Dilma eram ótimos. Ou seja, é um mero oportunismo eleitoral. Agora qual é o limite que tem um Estado para fazer o governo Dilma fracassar? Peguemos a Copa. Em que Estados está havendo maior problema? São Paulo, Minas... Só que tem limite. Porque os Estados e municípios dependem de repasses federais.


Não seria um tiro no próprio pé do PSDB, ao arriscar seu governo nesses Estados?


Sim, mas se a Copa não der certo, a culpa é do governo federal, não do estadual. É da Dilma.


A governabilidade da presidente está ameaçada, a crise tende a se aprofundar, com perda de iniciativa de agenda?


A iniciativa de agenda desaparece. Como no governo Lula. Qual foi a iniciativa de agenda dele? Enfrentamento da crise mundial. Foi muito importante, mas foi uma crise mundial! Mas a Dilma pode levar perfeitamente os quatro anos até o final - sendo síndica do pemedebismo.


Ela vai ser a síndica ou ficará à sombra do antecessor?


Acho que a Dilma não vai deixar isso acontecer. Ela deixou claro quando Lula resolveu ocupar o espaço dela. Você acha que o Lula precisa dizer à presidente o que ela tem que fazer? Não tem o menor cabimento. Pode existir um conflito entre os dois? Pode.


Tende a acontecer?


Não tenho a menor ideia. Há aquela lei da política: de criatura e criador. Mas neste caso há um elemento fundamental que é o PT. Quem vai segurar para que isso ocorra ou não é o PT.


E a reeleição?


Se a inflação não for colocada sob controle, se as obras de infraestrutura não forem realizadas para a Copa, e se não tiver uma taxa mínima de crescimento, está ameaçada a reeleição dela, claramente. A tarefa dela é muito difícil. Tem a maior base política da história do Brasil, e a menor margem de manobra. Essa é a situação dela.


E qual a chance de a oposição capitalizar esse momento?


Se Dilma fracassar durante o mandato. Mas capitalizar o Palocci é difícil porque o PSDB está pedindo desculpas por criticá-lo. Não tem oposição!


Há suspeitas de que a divulgação das denúncias teria sido fogo amigo e partido do próprio PT.


Tem, com certeza. Porque, por paradoxal que pareça, o Palocci é o representante do Lula no governo Dilma. E não tem ninguém com quem o PT tenha tido mais divergência do que com o próprio Lula. Claro, essas divergências ficaram todas debaixo do tapete e estavam esmagadas por 80% de popularidade. Mas houve divergências sérias. O PT sentia que não tinha mais a liderança do governo Lula. O Palocci é a continuidade dessa lógica. Num certo sentido, tem fogo amigo sim. Mas tem fogo amigo para todo lado. O PSDB está em guerra. O PT está em guerra. O líder do partido está em guerra aberta com o líder do governo na Câmara. O PMDB está unido, mas apenas momentaneamente, como estratégia.


O PMDB também não sofre uma influência do PT, ao se tornar cada vez mais coeso e disciplinado, como já havia chamado a atenção na votação do mínimo?


Não, acho que quem dá lições sempre é o PMDB. O PMDB diz para onde o sistema está indo.


Já que o Lula, com toda a sua popularidade, e a Dilma, agora, no seu estilo linha-dura, não conseguiram dobrar o pemedebismo, quem seria capaz?


Mas é a sociedade que tem que exigir. Você só ouve argumento realista. Mas eu digo que, se continuar assim, trava. Tende à paralisia e daí o que vai acontecer é uma crise muito maior. O governo Lula teve um efeito extraordinário de inclusão. Mas essas pessoas ainda não falaram! A gente ainda não viu o que vai ser o efeito dessas pessoas que têm acesso a internet, jornal, revista, informação política. Tem efeitos dessas mudanças da estratificação social que a gente não conhece.


Qual é a causa desse sistema pemedebista?


É uma cultura política, que vem de muito longe, que se explica pela nossa história ditatorial recente, é importante dizer isso. Os avanços feitos nos últimos 17 anos ocorreram apesar desse sistema político.


O pemedebismo é favorecido pelo sistema eleitoral proporcional, que torna o sistema fragmentado? Qual seria o seu modelo preferido, um sistema com apenas dois ou três partidos?


O número não importa. Quem é que faz uma reforma política - que na verdade é uma reforma eleitoral? O próprio sistema político. O problema não é da regra enquanto tal. Os protestos na Espanha e os da Primavera Árabe têm suas razões completamente diferentes. Mas o que o sistema político está achando é que enquanto o país estiver crescendo ninguém vai reclamar. E isso é uma loucura, as pessoas vão reclamar.


Quais os principais problemas que precisam ser atacados?


Primeiro, destravar o debate público. No Brasil, se uma questão é colocada imediatamente o problema é: a favor ou contra o governo? E não pode se resumir a isso.


A existência de uma oposição mais forte não levaria justamente ao não debate e à estratégia de ser "do contra", como ocorria com o PT - por sinal papel típico de quem está na oposição?


Não aconteceu isso com o PT, não. Não foi assim. Quer dizer, em alguns casos, como no primeiro mandato do Fernando Henrique, pode ter sido. Mas o PT aprendeu a ser oposição, durante o governo Fernando Henrique. Pegue o caso Telebrás. Ia ter a privatização da Telebrás e o que o PT fez? Apresentou um projeto alternativo de privatização.

Fonte: Luis Nassif

Página12: "Esa poderosa idea llamada Internet"

PICICA: "Como es sabido, la semana pasada se reunieron en París los líderes del G-8 para debatir sobre el futuro de la web."
Fuente: Página12


Esa poderosa idea llamada Internet

La industria tradicional que resguarda los derechos de autor y los gobiernos más poderosos del mundo se reunieron en París para discutir cómo controlar Internet. La generación digital mira de lejos.

 Por Mariano Blejman
¿Cuál es el futuro de Internet? ¿Es posible controlarlo? La magistral conferencia que dio la semana pasada Lawrence Lessig sobre el conflicto de intereses entre gobiernos y grandes empresas a la hora de pensar el futuro de Internet en el foro E-G8, paralelamente a la cumbre de los presidentes de los países más ricos del planeta, en apenas diez minutos, demostró cómo chocan los valores de Internet (apertura, libertad y neutralidad de los datos) con estos intereses que pretenden controlar algo que ha adquirido un tamaño demasiado grande y que tiene detrás una idea imposible de detener. La presentación de Lessig, el creador de las licencias Creative Commons, que permiten “legalmente” a los artistas compartir sus obras a través de Internet, tenía como depositarios a los hombres más poderosos del planeta, que no están muy dispuestos a perder su control. Como es sabido, la semana pasada se reunieron en París los líderes del G-8 para debatir sobre el futuro de la web. En las reuniones participaron los pesos más pesados de la red, mil personas bajo estrictas medidas de seguridad, entre los que estaban emprendedores franceses, empresarios de todo el mundo, las grandes operadoras telefónicas, altos representantes de los países centrales y big players del Silicon Valley como Google y Facebook.
En la apertura, el presidente Nicolas Sarkozy elogió a Internet como el espacio de la tercera gran revolución (luego de Colón y Galileo) mientras que poco después dijo que no había que olvidar que los gobiernos eran “los únicos depositarios legítimos de la voluntad popular”. La arquitectura de Internet ha cambiado las reglas del juego. La producción de riqueza, la distribución del conocimiento, la idea de transparencia gubernamental son ya demasiado fuertes como para ser “desarmadas”. Así, el encuentro estuvo dividido entre dos grandes corrientes mundiales que ven la sociedad de formas muy diferentes. Para simplificar espantosamente: se trata de abiertos contra cerrados. Frente a los discursos del histórico establishment mundial como Stéphane Richard (CEO de France Telecom), Rupert Murdoch (CEO de News Corporation), Frédéric Mitterrand (Ministerio de Cultura de Francia) o Pascal Nègre (CEO de Universal Music), que apuestan a un cierto control sobre todo en materia de temas de Propiedad Intelectual, se opusieron las voces más poderosas de Internet, como Erich Schmidt de Google, quien dijo que “la tecnología avanza muy rápido, los gobiernos deben evitar regular antes de comprender los efectos de la misma”.
Además de Lessig –quien trabajó como asesor de Barack Obama en los primeros meses de su gobierno–, también se pronunciaron a favor de los “valores” de apertura que propone Internet el periodista y blogger Jeff Jarvis, Jérémie Zimmermann (de los creadores del sitio La Quadrature du Net) y John Perry Barlow, el fundador de la Electronic Frontier Foundation, una organización norteamericana dedicada al resguardo de la privacidad y los derechos digitales de los ciudadanos. La inesperada presencia de Barlow en una mesa sobre propiedad intelectual, en la que estaban los representantes de las grandes corporaciones del espectáculo, puso –como bien él tweeteó– al activista dentro de “la boca del lobo”. Barlow –que tiempo atrás había hecho letras para la banda Grateful Dead– se la pasó tweeteando contra los dichos de Sarkozy (“Habrán pensado que la charla de Sarkozy era para invitar a Anonymous y al Partido Pirata. Claro que no”).
El activista fue invitado al panel a último momento y de hecho su nombre no había sido incluido en la programación, aunque muchos de sus colegas –como Cory Doctorow– desestimaron la invitación ya que el ambiente no era propicio. En la mesa escuchó los discursos de empresas como Fox, el ministro de Cultura francés o de la empresa Bertelsmann. Comenzó la charla diciendo que no sentía que debía estar en esa misma mesa (y ni siquiera en el mismo planeta). Entre otras cosas, Barlow dijo que la libertad de expresión no funciona de la misma manera que la propiedad intelectual. “La noción de que la expresión debe ser algo relacionado con la propiedad intelectual es consecuencia de tomar un sistema de expresión y transportarlo por ahí, lo cual era necesario hacer antes de la aparición de Internet, que tiene la capacidad de hacerlo casi sin costo.”
Según la visión de Barlow, el E-G8 trató de “imponer los estándares de algunas prácticas de negocios y centros de poder institucional que vienen de otra era hacia el futuro, sean éstas productivas de nuevas ideas o no”. Barlow declaró estar más interesado en “incentivar la creatividad de las personas que inventaron cosas, y no en lo que grandes instituciones han tenido durante años”. La audiencia lo aplaudió, incluso para su propia sorpresa.
La respuesta de la industria no se hizo esperar: Jim Gianopulos, de la 20th Century Fox, dijo que “la libertad de expresión podía ser libre, pero hacer películas costaba muy caro” y que no encuentra un nuevo modelo de negocio para ello; el ministro de Cultura francés Mitterrand dijo que no pensaba en los controles como un acto de censura, “sino en controles razonables”, mientras que la cabeza de Universal Music dijo que ellos gastaban cinco mil millones de dólares en nuevas bandas y que no estaban viendo resultados. Resultados... Justamente a eso se refería Barlow. Cuando criticaba la idea de aumentar los controles sobre la propiedad intelectual, tenía más que ver con un problema de aumentar la “escasez” (el bien más preciado del capitalismo) antes que incentivar la creatividad de las comunidades. Más allá del esfuerzo de la industria clásica y los gobiernos por controlar un “monstruo” grande que pisa fuerte, la inesperada tensión en los paneles del E-G8 es que la “idea” de Internet tal vez ya sea más poderosa que Internet misma, y la generación digital tiene otra forma de concebir las relaciones sociales, económicas y políticas.
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maio 30, 2011

Na Espanha, a Multidão propõe a superação da democracia representativa. Até Hitler sabe disso.

PICICA: "O exercício autoritário de poder pode durar algum tempo, em certos casos muito tempo, mas nunca para sempre, e nunca de modo absolutamente homogêneo" (Guilherme Castelo Branco).

"Revolucion Global - Indignados preparan protesta mundial para el 15 de octubre"

PICICA: "El grupo español Democracia Real Ya (DRY) realizará una convocatoria mundial para el próximo 15 de octubre en la que buscan unir voces para manifestarse en contra de los sistemas gubernamentales que "usan a los ciudadanos como mercancía". Las concentraciones mantendrán el mismo tono de la acampada que desde el 15 de mayo se mantiene en Madrid."

Revolucion Global - Indignados preparan protesta mundial para el 15 de octubre


El grupo español Democracia Real Ya (DRY) realizará una convocatoria mundial para el próximo 15 de octubre en la que buscan unir voces para manifestarse en contra de los sistemas gubernamentales que "usan a los ciudadanos como mercancía". Las concentraciones mantendrán el mismo tono de la acampada que desde el 15 de mayo se mantiene en Madrid.

El colectivo cuenta con cinco voceros quienes explicaron en rueda de prensa en la sala principal del centro sociocultural autogestionado Tabacalera en Madrid, un balance de las repercusiones desprendidas de las protestas del domingo 15 de mayo.

Los dirigentes, Paco López, Olga Mikailova, Iván Olmedo, Aída Sánchez y Chema Ruiz, recordaron que tras los hechos de la acampada realizada en la Puerta del Sol en Madrid, los indignados decidieron impulsar el movimiento político Democracia Real Ya para reclamar los derechos ciudadanos de manera independiente.

Democracia Real Ya es un "movimiento político, en el sentido de que quiere influir en política" pero "apartidista y asindicalista", aseguraron los portavoces quienes apoyan la acampada que se mantiene en el kilómetro cero de Madrid.

Defienden una constante lucha contra "el capitalismo mercantilista que ha convertido a los seres humanos en mercancía".

Aseguran que "podemos hacerlo mucho mejor sin los políticos, pero necesitamos empezar de cero. No podemos contar con ellos para nada", sostuvieron ante la prensa.

Entre algunas de sus ideas destaca la de derrocar al Gobierno y crear un comité de sabios para que redacten una nueva Constitución.

La organización prepara una manifestación para el venidero 15 de junio, previa a la convocatoria mundial de octubre.

Acciones similares en Francia

El activista Alex Merlo, miembro de la organización Revolución Española, organiza en París un movimiento similar al nacido en Madrid el pasado 15 de mayo en rechazo a las políticas económicas adoptadas por el Gobierno.

"En París somos cientos de españoles protagonizando un movimiento para unir a la sociedad francesa con mucha solidaridad" en una misma voz de protesta contra las acciones gubernamentales en aras de paliar la crisis económica.

Merlo señaló que con la iniciativa, buscan acercar a jóvenes de otros países para popularizar el movimiento Democracia Real Ya y extenderlo en Francia, donde ya ha habido grandes manifestaciones sociales.

"El movimiento que ha comenzado es distinto por su voluntad de ser auto organizado que no depende de partidos o sindicatos, es apartidista", afirmó.

Cerca de un millar de franceses se han manifestado en la plaza de la Bastilla de París, donde los indignados también piden una verdadera democracia y una mejor distribución de la riqueza, como los de Madrid.

El grupo de personas fue desalojado el domingo sin violencia por parte de la policía francesa luego de que los manifestantes cuestionaran las instituciones y pidieran una democracia directa.

Luego del desalojo de la Bastilla se convocaron comisiones de trabajo y una Asamblea General para decidir sobre la próxima etapa del movimiento en esos países europeos.

En Francia las acciones de protesta iniciaron hace diez días para convertirse en una especia de eco de las llevadas a cabo en la capital española.

Entre los mensajes enviados por los franceses se puede leer: “Democracia real ya”, “París, despierta” y “París de pie, rebélate”.

Indignados en Grecia

Miles de griegos se apostaron en la plaza Sintagma de Atenas, ubicada frente al Parlamento para rechazar las políticas del Fondo Monetario Internacional (FMI) y exigir el fin del pago de su deuda en una protesta que ya suma cinco días.

Las actividades están basadas en la iniciativa española para rechazar los planes de austeridad del Gobierno y exigir mejoras en el sistema de empleos.

Según la policía, unas 20 mil personas se sumaron a la convocatoria, que fue divulgada a través de las redes sociales, para manifestaciones en toda Europa por una "verdadera democracia".

El primer ministro Yorgos Papandreu aseguró que no obstante, continuará con su plan de ajuste fiscal y señaló que con o sin el apoyo de la oposición aplicarán duras reformas económicas, como un plan de privatización de empresas estatales.

Fuente: El Webgueríllero